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quinta-feira, julho 31, 2014

Oração pelo Meu País

Soaroir
Reedição

Resultado de imagem para mapa do Brasil puzzle

ORAÇÃO PELO MEU PAÍS


Oh Senhor salvador do mundo
Eu vos peço de coração
Olhai meu país no fundo
Que nem sempre foi aflição

Um dia a visão da proa
E se foram as caravelas
Isso não foi à-toa
Mas hoje vejo em janelas

Somos gente de muita sorte
Sem tufão, ciclone ou vulcão
Mas ainda há tanta morte
Doença, fome ilusão

Senhor, agradeço o que tenho
Pois tenho tudo o que quis
Mas hoje eu aqui venho
Pedir pelo meu país.
Soaroir

 Soaroir em 10/06/2006
Código do texto: T172959
Classificação de conteúdo: seguro

domingo, julho 27, 2014

TRIBUTO AOS ELEFANTES

A METEMPSICOSE DA ALIÁ
Soaroir 8/7/2006

Vermelho embrechado no couro
marcas como brasões
d´uma peleja sem louro
travada contra leões
Sangue como estrada
corre na pele dura
depois da  presa fincada
segue a aliá exangue
exaurida a noite escura
pra trás deixando seu sangue
enquanto a força dura
até que a carcaça tombe
trilhada por leões algozes
de insaciáveis fomes
Ao panteon d´outras vidas
regressando como ebome
segue aliá sem feridas
no espaço que não consome.

Soaroir Maria de Campos
Enviado por Soaroir em 08/07/2006
Código do texto: T190042
Classificação de conteúdo: seguro

sábado, julho 26, 2014

Mini Sóis de van Gogh

Soaroir 26/7/14


Antologia Imagem e Literatura nº 6: 

A noite estrelada (La noche estrellada)

Vincent van Gogh
Mini sóis de Van Gogh.
Soaroir 26/7/14

cipreste e vilas...
sonhos nevados,
rodamoinhos de sóis.
ai de mim!
encerrado no adro
de noites e dias;
do claustro os  tons
de Saint-Rémy...
estrelas  candentes,
noites de sois  girantes
e eu...pintante  - noites
estreladas assim, assim...

quinta-feira, julho 24, 2014

Noite de Amor

Night of Love
BY PAUL LAURENCE DUNBAR
Paul Laurence Dunbar 1872–1906
http://www.poetryfoundation.org/bio/paul-laurence-dunbar



The moon has left the sky, love,
The stars are hiding now,
And frowning on the world, love,
Night bares her sable brow.

The snow is on the ground, love,
And cold and keen the air is.
I’m singing here to you, love;   
You’re dreaming there in Paris.

But this is Nature’s law, love,
Though just it may not seem,
That men should wake to sing, love;
While maidens sleep and dream.

Them care may not molest, love,
Nor stir them from their slumbers,
Though midnight find the swain, love.
Still halting o’er his numbers.

I watch the rosy dawn, love,
Come stealing up the east,
While all things round rejoice, love,
That Night her reign has ceased.

The lark will soon be heard, love,
And on his way be winging;
When Nature’s poets, wake, love,
Why should a man be singing?

quarta-feira, julho 23, 2014

Letras Soltas


Soaroir de Campos
17/5/09 



Um soneto se faz com (uma) estética 
mas uma estética não faz um soneto. 
Portanto – isso não é um soneto. Aliás 
isso nem é um poema - 
é só um barquinho de papel


Vou saindo porta afora para navegar mar adentro
Vou me ajuntar às gaivotas que do alto miram a fartura
Mergulham num voo certo sem qualquer aborrecimento
Salário ou imposto, cartão de crédito ou fatura.

Vou logo antes que me arrependa de deixar essa leseira
Todo dia no mercado, mesmo com todo o acirramento
E ser cobaia de experimentos de enlatados e de alheiras
Que os interessados simulam que são mega alimentos.

Se meu barquinho de papel resistir a tentação
E dessa navegação eu conseguir voltar ilesa
Definitivamente troco essa minha ocupação.

De vez deixo de ser poeta, arranjo outra alimentação
Plantarei as minhas favas em mais distinta freguesia
Com férteis terras para mais saudável plantação.
 


segunda-feira, julho 21, 2014

Ensaio Sobre a Esperança

Antologia Imagem e Literatura nº 5: Esperança, eterna primavera
Soaroir 21/7/14



Obra: Hope Springs Eternal
Estilo Místico: (Mundo encantado da fantasia) Art Gallery
Autor: Josephine Wall

    
Com a devida vênia, meu entendimento não reflete o da maioria quanto à utilidade da esperança bem como para a fé, pelo menos no atual estágio da era espacial. Céu, aquela região superior, tida como morada das divindades e dos bem-aventurados não existe mais. Lá estão os restos de satélites e outros lixos que acabam voltando a terra.  Nada de esperança de subir, talvez com sorte sobrará um lugar por aqui mesmo para jogar as cinzas e fim.
Sem muito racionalizar seguimos vida a fora sem prestar muita atenção, ou por comodismo ou desconhecimento, no que chamamos de esperança, esse sentimento “inato” de que ao final tudo dará certo. Com base em teorias ad hoc,  dirigimos nossas vidas pulando barrancos, levando bofetadas, inflamando os nervos para manter o mínimo de dignidade; seguimos assistindo ou sendo parte de entendimentos que se rompem, acordos que se dissolvem, e cuja responsabilidade nunca é de uma única pessoa; mas vamos  firmes como um carvalho até duvidar se será possível reconciliar os males deste mundo somente com a crença em um criador justo e misericordioso.
Sem dúvida que ter o que esperançar ameniza suportar tantas injúrias e desmerecimentos porque há a fé cega de uma outra chance, nova aurora, afinal merecemos. No entanto, com o passar do tempo concluímos que nenhuma cegueira é virtude, e no caso da fé é imaturidade. Qualquer cego preferiria poder ver onde está pisando e, assumindo as consequências, calcular a distancia da própria estrada sem deixar que a esperança o atrase nas decisões, pois sabe que só poderá contar é consigo mesmo.  
“ Uma coisa é ser cego, outra, agir como cego. Por isso, a fé cega, longe de ser virtude é imaturidade. Nossa fé precisa ser inteligente. Vale mais a fé que pergunta, como a de Maria diante do anjo, do que a fé cega. Querer saber porque é bonito e é bom. Eu creio em Jesus, mas não de olhos fechados. Quero ver o mundo por onde ele me conduz. A maioria das pessoas de fé cega, não estuda nem se aprofunda. Agem como cegos que poderiam, mas não querem ver.” ~ Pe. J.Fernandes de Oliveira
É errado sempre, em todos os locais, para todos, acreditar em qualquer coisa que tenha evidências insuficientes.” William Kingdon Clifford 
 As pessoas vão continuar a ter esperança, apesar de terem evidências de que as coisas, independentemente da fé, podem não sair do jeito que se espera.
Particularmente eu espero que o mundo possa ser recuperado, retornemos ao estado antes da queda da humanidade. Embora não esteja aqui para vivenciar tal eterna primavera eu, pelo que semeei durante meus outonos e demais estações, tenho fé que meus descendentes serão parte importante para repovoar o planeta com  melhores frutos e sementes.

St. Neots-Cambridgeshire/UK
July 21/2014
Soaroir de Campos  é mãe de um biólogo molecular e de um químico
e avó de Martin 3 yrs e Ruben Pinheiro 1 month

Referência:
And now a bubble burst, and now a world.
Hope humbly then; with trembling pinions soar;
Wait the great teacher Death, and God adore!
What future bliss, he gives not thee to know,
But gives that Hope to be thy blessing now.
Hope springs eternal in the human breast:
Man never Is, but always To be blest:
The soul, uneasy and confin'd from home,
Rests and expatiates in a life to come.
                         
("Essay on Man”  Ensaio sobre o Homem
~ Alexander Pope – 21 de Maio-1688, Londres/30 de Maio de 1744)

sábado, julho 19, 2014

O Miserável


O Miserável

© Soaroir 1º de agosto/2008
(Prece para um Mendigo)

fotografia e texto by Soaroir




Meu Deus, desça Vosso conforto
Para ele quem no ardume¹ do passeio²,
Passado o verde jardim, como pedinte,
Rasteja cansados pés;

Para ele quem vê aquém das paliçadas³
Suaves relvas onde deita o frescor das sombras,
Verdes vãos quais ele pode não entrar,
Mas por eles passa.

Não, não para ele as árvores em acolhida
Estendem guarida pelos mormacentos caminhos;
E não é para ele que as fontes jorram
Suas nuvens de borrifos .

E não é para ele que a brumosa caverna
Acena como por um véu estendido,
Nem um resquício de orvalho sequer
Refresca sua cabeça.

Meu Deus, desça Vosso conforto,
Para ele quem na pétrea rua da existência,
Como um pobre mendigo, passado o jardim
Rasteja cansados pés.

¹ calor² da calçada
³ cercas

Tradução interpretada: "The Beggar" - Fedor Ivanovich Tyutchev (1803-73)In:"Poems from the Russian" Translated to English by Frances Cornford and Esther Polianowsky Salaman -1943 -Soaroir Maria de Campos - August 1st-2008

quarta-feira, julho 16, 2014

Onde o Sol e a Lua se Encontram


O sol aqui se deita tarde,
dorme pouco e cedo acorda.
Como ele, eu estou acesa
às quatro da manhã.
No céu, finalmente,
juntos o sol e a lua...
Soaroir July 16/2014
St. Neots, Cambridgeshire,England

sexta-feira, julho 04, 2014

Canção do Tamoio

Gonçalves Dias

I

Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.

II

Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.

III

O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves concelhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!

IV

Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!

V

E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.

VI

Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
D'imigos transidos
Por vil comoção;
E tremam d'ouvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.

VII

E a mão nessas tabas,
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!

VIII

Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.

IX

E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.

X

As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.


Mais in:
http://joiasdepalavras.blogspot.com.br/2013/01/cancao-do-tamoio.html