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quarta-feira, outubro 31, 2007

pragas de gavetas

by Soaroir Maria de Campos
31/10/07 11:26
Mote:"Está findando o prazo de validade
do(s) sonho(s) que eu engavetei
."



ao arrastar os móveis encontramos pó;

aranhas bem instaladas

em suas confortáveis teias

indagando assustadas:

“o que foi que mudou?...”

ao revirar os guardados ouvimos

das tíneas alegação tecida

com a mais pura seda de nossa rouparia,

razões para casulos secos ou com vida.

finalmente, ao chegarmos ao desvão,

depois de se ter descido até o porão,

despejamos todas as antigas pragas,

assumimos de pronto nossa habitação.

desativados os persistentes engavetados,

marcamos novo prazo pra arrumação.




"Há tanta luz em Paris, porque há, também, grande escuridão,
onde nasceram os poetas e toda a arte"
Gosto dessa evolução, explosão, em poesia. ...desativados os persistentes engavetados
marcamos novo prazo para revisão...
e assumimos a nossa habitação.  Soaroir 31/10/2007


Quem não souber povoar a sua solidão, também não conseguirá isolar-se entre a gente. ( Charles Baudelaire )

segunda-feira, outubro 29, 2007

Ser poeta é o bicho...

© Soaroir 28/10/07 13:54





imagem: Net

i
Poeta é um ser contente
Ainda que viciado na dor
Passa a vida sofrendo
Dizendo ser por amor
ii
Ser poeta é não ter medo
Se arriscar a ser ridículo
Fazer uns versos tolos
Pensando serem versículos
iii
Poeta é ser visionário
Com a cabeça sempre no ar
Mantendo os pés no chão
E amor em todo o lugar
iv
Ser poeta é um castigo
Quase uma maldição
Precisar ter uma musa
Pra servir de inspiração
v
Ser poeta é ser egoísta
Só falar de si e da musa
Dizer tudo que bem pensa
Sem ter que pedir escusas
vi
Ser poeta é ser divino
Também é ser um capeta
Sutilmente com argúcia
Põe a boca na trombeta
vii
Poeta é ser pretensioso
Diz-se artista e profundo
Jura que sua poesia
Um dia ainda alcança o mundo
viii
Ser poeta é viver pobre
Só rico de imaginação
Em terra em que o “larjant” manda
Não se conta inspiração
xi
Ser poeta é ser tudo isso
Bem mais e muito mais
Que juntar sentimentos
Consoantes e vogais.

sábado, outubro 27, 2007

Amar é Cisma

By: Soaroir 27/10/07 9:56
Mote: "Quem sabe isso quer dizer amor"



era ingênuo demais
qualidade de catecismo
malícia sequer passou por perto
não podia ser diferente
em demasia se deu e se iludiu
virou um eterno dependente
na busca pra decifrar amor, confundiu
respeito, valor e segurança
aguçou-lhe a inteligência ao deslindar
que a vida tem
sua própria maneira de viver
o amor, este sempre esteve lá
ele é que não estava nem aí...

sexta-feira, outubro 26, 2007

Vox, signum, verbum

by Soaroir 26/10/07 "liberdade de expressão"


Sem alma não
há voz

Sem voz não

há signos

Sem signos não

há conhecimento

Sem conhecimento

cessa-se o verbo.



foto: "liberdade" de José Soares

quarta-feira, outubro 24, 2007

Os Rios

By: Soaroir Maria de Campos

24/10/07 - 8:43 p/poesia
on-line "O significado do rio"







Rios são as lágrimas da terra

Choradas pelas ribanceiras

Derramando-se pelo leito ao mar

Após o desprezo das ribeiras.


segunda-feira, outubro 22, 2007

A lição do pardal

by Soaroir Maria de Campos


by: Soaroir 22/10/07 - 11:05
p poesia on-line do RL" Ensina-me a viver"


Quem mandou você aqui, quem mandou?
- Sou um pardal, assim levo o meu dia
Quisera viver assim, só avoando
Sem nada pra fazer
"Engana-se", disse-me ele então.
- Observe bem meu tamanho
Tente fazer seu ninho como o meu
Transportando no bico cada material
Avalie quantas viagens preciso
Para alimentar os meus
Ensiná-los só com exemplo
A voar e a se defender
De felinos e gaviões
Acredite, eu não poderia ser encarregado
De trabalho mais pesado do que o meu.
E novamente ele voou...

domingo, outubro 21, 2007

Esperança de um novo dia



© Soaroir Maria de Campos
21/10//07 7:43
p/poesia on-line do RL



Os desejos de continuar partiram,
Amar é sonho que não sonho mais;
Recolho os frutos do coração vazio,
Resquícios dos tempos florais.

A tempestade de um cruel destino
Deflorou meu frescor e guirlandas;
Descontente, e conformada só espero:
A chegada da inevitável demanda.

Impregnada da antiga esperança,
Nos galhos do outono inda asseguro
Do barulhento vento do fracasso
Uma vibrante folha do futuro..

(adaptação do poema “Outlived Desire”
de Alexander Sergeyevitch Pushkin – 1799-1837)
............xxx...................xxx.............

quinta-feira, outubro 18, 2007

Talvez eu tenha te amado

By: Soaroir Maria de Campos


Toulouse-Lautrec


18/10/07 - 14:40 p poesia on-line do RL"Perhaps love"


amor risco

extinção talvez

como o perdão

pra civilidade:

grilhões.

que um dia eu tenha amado

talvez!...

e meu coração, não sei

não tenha entendido

amor, talvez

eu tenha um dia te amado.

ou não. Amado te amei

talvez...

terna e tão francamente...

Deus testemunhe

talvez

que eu tentei

permita Ele à outra

quem te ame agora

doutra vez.

quarta-feira, outubro 17, 2007

OS POEMAS SÃO SANHAÇOS












Imagem: ARCOR

© Soaroir 17/10/07 11:45
Para o mote: "Os poemas" de Mário Quintana"

Os poemas são sanhaços

aves canoras de-bico-doce

de plumagens coloridas

bem no alto fazem seus ninhos.

Subdivididos em subordem

nem sempre chegam em bando

a reprodução tem tempo certo

como qualquer um passarinho.




De Mário Quintana OS POEMAS
"Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti..."

terça-feira, outubro 16, 2007

Bolsa de valores









Bolsa de valores
© Soaroir Maria de Campos - 16/10/07 15:52
P/poesia on-line do RL "O que perdemos por orgulho"

No leilão da vida pus preço
Nas ações de meu orgulho
Apregoado na bolsa da razão
Vieram os lucros e dividendos.
Ao final do pregão, arremates
Entre as perdas e os danos
Na dação em pagamento
Comutei meu patrimônio.
Não invisto mais em orgulho
Seu destino é a insolvência
Fico com o líquido e certo
Sem encargos, a modéstia.

domingo, outubro 14, 2007

Meu amor de verdade

Claude Oscar Monet

"Love me tender"
© Soaroir 14/10/07 - 12:00
(para poesia on-line do RL "Love me Tender")

O amor de minha vida é de verdade
Mas ele não sabe que ainda existo
Zelosa da ternura e da meiguice
com carinho guardo o que me disse:

- Carregue-me em teu coração
Onde sempre será o meu lugar
Nunca me deixe partir, querida
Complete-me por toda a vida

O amor de minha vida é de verdade
Está repleto de ternura e meiguice
Transcendente com discrição e tento
É amor até o final dos tempos.

Quando finalmente despertados
Do inevitável capricho do universo
Seguirei por toda a eternidade
O amor de minha vida; de verdade.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Meus dois filhos

Dia da Criança
- Vitor Bernardo e Artur Filipe -
© Soaroir Maria de Campos
12/10/07 10:40 para poesia on-line do RL "Dia da Criança"


Maravilhosas bênçãos, tesouros enviados pelos céus
Ensinam-me o riso e a ternura, e me fazem especial
Com profundo orgulho em tê-los como minhas crias.

Enquanto mais adultos, mais orgulho eles me dão
Dignidade já têm, e ciências vão conquistando
Glorificam, a cada dia, todas as nossas bravezas.

Por todos os estágios, e as artes de todas as idades
Eu lhes amo cada vez mais, minhas sempre crianças
E me envaideço por ter dois filhos como vocês dois.

quinta-feira, outubro 11, 2007

DADOR










(Para o filhão de Mara Weiss)
By Soaroir 10/10/07 - 13:40
p poesia on-line do RL " partida do filho q viaja"

Já arrumei sua bagagem
Há meias pra cobrir os pés
Livros pra aquecer a mente
Beijos pra lembrar amor
E abraços para cada mês.
Fico aguardando notícias
Por e-mail ou postal
Com Deus eu lhe abençôo
E que Ele sempre lhe acompanhe
Mas tenho uma advertência
E isso é coisa de mãe!:
- Meu brilhante futuro doutor...
Nunca se esqueça de ser feliz!

Sou terrível p adaptar os meus próprios textos
Meu filho mais velho, hoje com 29, aos 16 foi para o colégio interno Gordonstoun/Aberdeen/Escócia e agora, já casado e PhD em bioMolecular, só nos vemos a cada dois anos.

terça-feira, outubro 09, 2007

Confesso



© Soaroir Maria de Campos 9/10/07 10:45
p/poesia on-line do RL"você confiaria seu segredo poético?"


Meu Segredo poético eu vos confio
Pelos caminhos das entrelinhas
São nevoeiros que a mente minha
Já confessa em meus versos frios.

depois continuo...

segunda-feira, outubro 08, 2007

"Estou farto de semideuses!"

By: Soaroir Maria de Campos 08/10/07 - 13:51
(p poesia on-line do RL" ser igual/ser normal)


minha alma é paciente,
espera até o último minuto
antes de malquistar-se;
mas eu, tenho pavio curto
não deixo pedra sobre pedra;
meu espelho insiste que sou franzina
deixo-o falando sozinho e parto,
vou em frente, não sigo ninguém;
ninguém me acompanha,
além de Deus.
já tive surto de normose,
na adolescência me vacinei;
depressão não me conecta
só em alta voltagem me ligo;
remorsos nem culpas me assolam
se minha alegria incomoda os tristes.
só fico mesmo furiosa é em NY
quando me chamam de portoriquenha,
em Porto Rico
se me confundem com francesa,
ou em França
quando me perguntam se sou inglesa.
aí, para me acalmar, saio correndo
pro meu país. Aqui pelo menos...
só me chamam de metida.


"Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?"
Àlvaro de Campos

domingo, outubro 07, 2007

Cantiga d'Amor tupiniquim

By: Soaroir 07/10/07 10:21


Senhora minha, desde que vos ouvi,

Lutei para dominar-vos com paixão

Oh castiço vernáculo de minha nação...

Que saibam todos deste meu amor,

E da tristeza que tenho, não ser trovador

Mesmo que a vida eu passe a vos servir.

Se aceitardes este meu inerudito cantar

Graça maior não ousarei vos rogar

Dona, que em vosso poder me tem,

Vós sois, suserana fala, meu valioso bem.

P/poesia on-line do RL
"Uma cantiga de amor, medieval"

quinta-feira, outubro 04, 2007

Meu homem ideal...

Por Soaroir Maria de Campos 04/10/07 15:19



tem que ter proporções divinas
bases para construir um templo
desafie a matemática
contenha em si o pentágono.
fale por meio de parábolas
satisfaça a equação XX
sem centralizar-se na pélvis
seja um autêntico XY.
que a extensão de seu abraço
seja igual a sua altura
para que esta mulher ideal
possa repousar em seus braços...


imagem:braveheart/muvies1
P/poesia on-line do Recanto das Letras
"O homem ideal/A mulher ideal"

quarta-feira, outubro 03, 2007

O amor nos tempos do telefone

Uma companhia
(O amor nos tempos do telefone)
Por Soaroir Maria de Campos 03/10/07 10:48

quando o amor não estava por perto
chegava com toques de campainha
na almejada voz do amado distante
dando por um fio asilo à ausência
e do galopante coração apeava
gastura na boca do estômago
pernas bambas, mãos suando e frias
desordenadas palavras tão ensaiadas
esquecidas, que na hora não saiam
o amor rendia até a próxima chamada
decorando frases feitas pelos caminhos
nutridos pelas coragens da distância
e das lembranças como companhia.

para poesia on-line do RL "O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos..." Alberto Caeiro