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segunda-feira, junho 29, 2009

A Rusga de São Pedro

Soaroir 29/6/09

Hoje neste santo dia
Consagrado a São Pedro
O bom pescador Simão
Pede a todos os demais
Pescadores de ilusões
Que pra festejar Seu dia
Não devem soltar balões.



Mote: Pescador de Ilusões

A Antagonista

Soaroir 28/6/09


fosse ela Euridice, mas não
ela foi batizada de Lourice
que não deve ter sido à tôa
... eu deveria ter suspeitado...
daquela nossa amizade
fortuita de diversas cores
ela era a amiga perfeita
a quem abri o mapa de meu tesouro
e as bordaduras
e todos os meus confins...
- como você consegue?
dei-lhe a borduna, indiquei-lhe a trilha
e ela os tomou do pé à letra
na surdina, sem o menor alarido
o meu marido ela elegeu, para ela
o seu melhor amigo do peito - e na cama.



(Amigo é coisa para se guardar -
até encontrar a próxima lata de lixo)
Soaroir 28/6/08
um péssimo dia


(mote: "Amigos dizem... eu te amo...")

Aprendisagem

Soaroir
27/6/09

para não ofender os deuses
o poeta/homem não pode ser perfeito
mas somente depois que ele morre -
eu prendi isso com a vida
extranaturalmente...

mote do dia

Rotas

Soaroir
26/6/09

Salvo um graveto. Vida,
implorando umas gotas
d'água pra Primavera.


O vento na cara. O mesmo que amansa as feras
ante as chamas da existência humana;
carrega os balões de nosso ar comprimido
em drágeas leitosas, ou transparentes
desavistadas enquanto engolidas à seco
e tateadas quando já se (se perdeu o ) foi o tato...
e como um rio, o vento, não é mais o mesmo
nem a (mesma) arfante vela tem a mesma cara
redirecionada entre as rotas das vitórias
..........e o curso das derrotas.


mote: Vitórias e Derrotas

sábado, junho 27, 2009

Jackson - de Cinco a Dez

by Soaroir de campos
27/6/09


Há uma concocção estranha nas substâncias deste sábado. Uma sensação gasosa que suga a coragem e extorque o ideário do cavalo alado, do cão de guarda e da andorinha que sempre faz verão no inverno. Tudo parado, enrodilhado, silencioso.Desapossaram as barafundas das manhãs do sétimo dia. Nem o beija-flor hoje apareceu para beber da água açucarada pendurada na varanda. Os feirantes, proibidos de berrar suas laranjas e seus tomates, negociam como se no Concilio de Trento. O dono não foi ao parque com sua cadela de estimação - e ela nem reclamou como de costume.
Happy ever after (felizes para sempre) não cabe no resíduo impróprio para a consumação deste dia. É só mais um dia, mas parece, de alguma forma, alterado ou estragado. Pode ser por que a borboleta não voou na África e nem a asa branca bateu asas no sertão, ou porque o Jackson errou na dose do marketing e saiu sem trancar a porta, agora aberta para a saudade, de sua poesia e performance...

sexta-feira, junho 26, 2009

Tudo depende do olhar

Por Soaroir de Campos
25/6/09



Há condolência e piedade, disfarçado desprezo, às vezes,
enquanto amarelam as vias de fato e fanam as cores
reais, como as do veleiro que abandona a terra crua e dura,
em direção a alto mar, aventurando-se em diferentes tempestades,
que não aquelas que, inevitáveis, encara-se sobre os ombros,
ao longe, vestidas em impertinentes chitas, ignoradas.
E passamos ao largo e evitamos. Se não, jogamos uma moeda,
que um sem nome, cartão de aniversário ou de Natal recolhe
e implora por um cobertor, por menor que seja. É só para este inverno.
O próximo ele não consegue, não tem como enxergar.
Acata-se, mas para onde enviar, se sua caixa não tem (um) código postal?

quarta-feira, junho 24, 2009

São João Brasileiro

Soaroir
24/6/09

Resultado de imagem para festa de são joão

na magia das estações
convencionou-se o solstício
preparando em Abril
um pedido do compareà garbosa dama que aceite
ser no momento sua comare;
em Maio, trigo e cevada
de cada um, um punhado
são em um vaso semeados
devidamente regado
para antes do solstício
na véspera de 24
quando já bem enraizados
seja o vaso quebrado
perante a porta do templo
enquanto soam as flautas
e dançam compare e comaree os demais convidados
por uma boa colheita –
soltar foguetório e pular braseiro
tomar quentão com pé-de-moleque
são bandeirinhas de São João brasileiro.

Ensaio de Haicai

Soaroir
24/6/09

Junho. Há brumas no ar,
Frigg e Odin sob um carvalho. E a lua
acanhada de brilhar.

(4ª feira dia consagrado a Odin)




imagem/net

terça-feira, junho 23, 2009

Eu não Minto

Soaroir
23/6/09


Mentir...? Jamais!
Eu me disfarço, camuflo os brancos
Preencho com pó os compactos vincos
Encho a cara, esfumaço os olhos
Ajusto o salto, os óculos a cintura
Renegocio a beleza do cio...
Apago a luz, me cubro de certezas -
E não é o fim...


fragmentos de "Os Mudamentos"
isbn 978-85-366-1262-1


Mote: Eu Minto...


eu minto, confesso
me faço de boba, verdade
escondo a idade, me calo,
me sinto tão mal, um inferno
represento um papel, principal
sou mesmo uma atriz, infeliz
quem diz que eu não quero, eu consigo
viver por um triz, enlouqueço
te esqueço e te mato, te amo
atrás de um muro qualquer
outro dia amanheço, de novo
e falo bobagens, pudera
não sou tão sensata avisei
sem nada demais, me despeço.

(Martha Medeiros
)

segunda-feira, junho 22, 2009

DESTINO - O Pacote da Vida

Soaroir
22/6/09

imagem/net
Destino é o pacote da vida
Preso com festivo laçarote
Sobre um tosco papel pardo
Que trocamos por colorido;
Intransferível patrimônio
Recebido sem inventário
Não pode ser partilhado
Nem tampouco devolvido.

Mote do dia

Felicidade Segundo Soaroir II

Soaroir 20/6/09


... e o macambuzio passa pelo contente
como passa um grilo-topeira pelo relógio;
meio dia o contente fica estatelado...,
como o caruncho que dorme em seu arroz.

o triste não. Ele não enxerga frechais,
mas os caibros que o feliz junta para alcançar
e adentrar este pavimento como um igual

infeliz assumido não. Sua casca é grossa
e sua razão é de lei. Gorgulhos não o incomodam,
sequer anuviam as vistas de seu fundamental
e sólido monte de infelicidade
que lhe toma (todo) o tempo para ser,
genuinamente, um infeliz. Não lhe sobra espaço
para, por pouco, ser um infelizinho de merda
ele é um puto de um infelizão...
e é feliz por isso!




Mote: Felicidade

"Quantas vezes a gente
em busca de ventura ,
procede tal qual o avôzinho infeliz...
Em vão, por toda parte, os óculos procura,
tendo-os na ponta do nariz."

Mario Quintana

Razão

Soaroir
17/6/09

A vida tem sempre razão
Tavessões e ponto-e-virgulas
Eu? Sou número e forma
Cheia de exclamação.

segunda-feira, junho 15, 2009

Namaskar

imagem/net/sathyasaibaba

E-book de aniversário http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/1649847


O poeta que em mim habita, saúda o poeta que vive em ti
Soaroir de Campos 15/6/09

[...]o que realmente há de bom em fazer aniversário? O novo quer ficar mais velho e o mais velho... como todos sabem ... parecer mais jovem.
Na minha idade o que há de bom ficar mais velho, além de ter mais histórias desatualizadas para contar, mais revistas velhas, roupas apertadas e outros troços que fervorosamente prometemos terminar um dia, como a tapeçaria, ou sair da página 111 de “No Caminho de Swann”, por exemplo? Só os inusitados presentes.Comemorar aniversário é só mais um motivo para uns porres. Ambíguos e literalmente.
É surpreendente fazer aniversário no meio do mês, especialmente no meio do mês do meio do ano, quando
[...] in Stand–up de Aniversário.

Quando croniquei sobre aniversário cometi uma grande injustiça, na verdade ingratidão, quando não menciono os amigos sinceros que em nosso aniversário param para nos dedicar precioso tempo, abraços e carinhosas palavras que nos elevam a condição de pessoa querida que muitas vezes não imaginamos ser.
Meus amigos do Recanto das Letras, vocês não têm preço!
Agradeço aos que lá postaram e aos demais que me enviaram e-mails pelo meu aniversário.
Em dobro retribuo os seus votos.

Um Cheiro de Alfazema

By Karina
http://recantodasletras.uol.com.br/autor_textos.php?id=44260

imagem/google

*P*O*E*T*A* *S*O*A*R*O*I*R*

P elas tuas incansáveis mãos, nas rédeas, insubmissas palavras
O toque da genialidade respinga e nos encara...
E ntre céus e infernos transitas confortável
T ransmutas a fúria da paixão que esfola a alma
A tiça-nos inteiros... instigante, tira-nos da normalidade calma.


S oçobram mistérios recorrentes na íris da beleza
O nde fustigados, os versos irrompem com destreza
A bundantes, vertem depurados pelo fogo interior dessa ...alma amante...
R ecusa solidão e vocifera realidade
O nde em conjunção orbita, sutileza e ingenuidade...
I nda que, por vezes, não haja um sol eficaz e memorável
R eluz na borda do papel que a recebe... cerne de Poeta admirável.


Para Soaroir, minha profunda admiração.
Tua palavra instiga-me, impele-me...
Sinto-te plena, pulsante de vida, sinto-te em perene interno desafio.

Abraço carinhoso.

**FELIZ ANIVERSÁRIO**
Karina

sábado, junho 13, 2009

Correio elegante com Santo Antônio

by Soaroir 13/6/09

Imagem relacionada
imagem/google





Nunca lhe fiz promessas
Ou lhe pus de ponta cabeça
Enviou-me tudo de graça
Que levei como se (fosse) troça
Ou então amostra grátis
Para a invisível trajetória
Excêntrica de mim mesma
Ainda deixo por sua conta
Reenviar a esta ré confessa
A mesma espécie de graça
(Agora) em escala definitiva.


mote: "sinto falta de mim"

sexta-feira, junho 12, 2009

Lira dos Namorados

by Soaroir de Campos
12/6/09

Resultado de imagem para dia dos namorados dos velhinhos


O tempo chegará
quando você com semblante terno
e o corpo já meio cambaleante
ao ritmo de um sentido/mento estranho
embalará a aurora farejante, confinada,

que volta do ontem

e bate à sua porta,
pedindo para namorar,

você esse ser experimentado
e tão pouco namorado.

Convide-a para entrar
sirva-lhe um chá
inicie um outro novo passado
adoçado com o presente.
Se, e quando chegar a sua aurora,
num outro dia dos namorados,
não se amofine
pode vir me procurar.

Escolhas

(Longura & Largura)
by Soaroir - 11/6/09

imagem net/ante-et



Há um tempo de escolhas

Entre balidos acarneirados

E cânticos gregorianos

Na pureza de menina tola.

Há um tempo de eleição

Entre o feiúme das revoltas

E tristezas da negação

Nos solfejos das longuras.

Há um tempo de comungar

Entre as larguras percorridas

E claustral calma sem vacilo

As máculas que o tempo cruza.

"All aboard!"

(ou Trem para Felicidade)
by Soaroir de Campos
9/6/09



Na bagagem só coisas de necessidade
Confiança, e alguns lógicos medos
Mas na aduana acusou excesso de peso
O que poderia haver de tão pesado
Além da ansiedade
Para chegar à Felicidade?
Esvaziei parte da expectativa
E metade do passado
Com suas promessas
O egoísmo eu descartei
Saudades pendurei nas costas
Só o amor eu carreguei na mão.
Reordenados os pertences
Fui em frente na viagem
Rumo à Felicidade
Sem nenhum peso
Só a minha consciência
Logo após do “all aboard!”


Mote: "A arte de ser feliz"

segunda-feira, junho 08, 2009

Olhando vitrines

by Soaroir 8/6/09

imagem net/adufe

Ah se eu pudesse ver o que aconteceu
Antes do tempo de eu vir a nascer
Eu não seria humo nesse (horto) chão
Onde dorme o poeta em sobrecéu -
..........Vitrine, de minha imaginação...


Mote do dia: "Olhando vitrines"

O Cafundó da Palavra

Soaroir
7/6/09

a palavra preciosa se esconde
no fundo do mistério
e ansiosa pula, e pinta a minha tela
com as cores das barrancas
da fumaça das casas de reboco
com vozes de parlamentos
departamentos de idéias alegres
apaixonadas, solitárias
ou melhor coisa fonêmica
insculpida em minha memória.



Mote:
"Por vezes sinto que tão belas palavras não são minhas.
Mas se elas não são minhas? De onde elas vêm então?"

Juliana Castelar

sábado, junho 06, 2009

Weremoon





Diga "cheese"!
By Soaroir 6/6/09

Fotografei.
Timidez, talvez
Ou por estar cheia
Ela não apareceu
Na velha Rolleiflex.
Lua... toda cheia
Agora só sai com digital

sexta-feira, junho 05, 2009

De Vinho e Poesia

Soaroir
5/6/09 - 8:40

imagem google/wineanorak















Com 23 fines bouteilles
Se compõe uma boa adega
De respeitáveis châteaux
Numa mesa promissora
De restaurant ou bodega
Não faltará um Margaux
Canon-la Gaffalière
Para um homem e uma mulher
Derramarem-se em/de amor


"Para não serdes os martirizados e escravos do tempo/
embriagai-vos sem tréguas/
de vinho, de poesia ou de virtudes/
como achardes melhor".
Baudelaire

Mote: "O vinho e seus segredos"

Sonho de Cavalaria

(título provisorio)
by Soaroir
4/6/09 - 15:55h



Vou me pintar a cara
me vestir de bem
sair – por aí
como quem tem
mundos e fundos.

E vou além
das fronteiras do reino
em punho, uma arma zen
até as terras de la Mancha
Aragão e Catalunha. Vem...

Romperemos as dobradiças
soltaremos a manada nas cavalariças
montaremos o Rocinante sem porém
derrotaremos o improvavel inimigo impossível
entre os moinhos do sonho que vai. Vem ...!

Mote: "reaprender a sonhar"

quinta-feira, junho 04, 2009

Eu devia ter dormido mais

Soaroir 3/6/09

o que foi feito do espaço entre meus sonhos
do tempo entre a realidade e minha história
narrada na primeira até a última pessoa
feitas de palavras e não de carne e osso -
eu devia ter dormido mais e entremeado
meus pesadelos somente durante o sono
e não sonhar assim meio desacordada.


Mote: "viver um sonho"
fragmentos da poesia

La Vida es Sueño
Calderón de la Barca

"Que es la vida? Un frenesi.
Que es la vida? Una ilusión,
una sombra, una ficción.
y el mayor bien es pequeño:
que toda la vida es sueño,
y los sueños, sueños son."


Peça completa in:

http://www.ciudadseva.com/textos/teatro/calderon/vidasue.htm

Carta a um experiente escritor (de sucesso)

Soaroir 2/6/09 - 14:30h

Primeira Parte


Alegra-me viver nessa era
Onde artífices da criação
São amostras acessíveis
À minha iniciante condição
Tosca diante de teu modelo
Absoluto, que a mim inspira
Na fé de no futuro ser poeta
Amparado pela confiança
Assaz respeito e consideração
Que a este novato dispensas.



Mote: "Confiança"
" A confiança é um ato de fé, e esta dispensa raciocínio"
(Carlos Drumond Andrade)

segunda-feira, junho 01, 2009

O Choro dos Vertebrados

(dedicado aos familiares do voo Air France 447)
Soaroir 01/06/09 - 10:43h


Como se esquivança de agulhas
Lamúrias, fosse destino de machos
Eternos felizes em folha
De hera segura no frontão
Longe do chão, embelezados
Só de flores
Ou apotropaicas entidades
Não gente com raízes vivas
E calcanhares expostos
Que se acabrunha
Quando o time perde
E reflete
Quando perde a mãe.
A lágrima existe
Chorar existe
Para vertebrados –
Macho ou fêmea
Desanuviar os olhos
E lubrificar a alma.


Mote: "Dizem que homem não chora"