“Com quem será, com quem será
com quem será que nãnãnã vai casar
...
...
tiveram dois filhinhos e depois se separou”
No vai-e-vem doméstico de um dia qualquer, de repente paro estarrecida com o arremate de uma cantoria vinda do recreio de um colégio, de orientação religiosa, que se situa ao redor de minha residência.
Impulsivamente corro para o computador para registrar este estranho sentimento que de mim se apossa. Estou no controle total de minhas faculdades mentais, sei que sentimento, papel e pena, no caso computador, podem ser totalmente incompatíveis, mas vou em frente.
Em vão me esforço para lembrar como esta cantoria se encerrava no tempo em que eu sonhava com a minha própria festa de aniversário que nunca chegou. Não estou bem certa, mas, pelo menos no meu imaginário, era alguma coisa como “foram felizes para sempre”, o que esperançando embalava cada entardecer.
Soçobrou a vida ou minha imaginação? Sei lá. Só sei que esta cantiga se prestava a outra expectativa mais promissora do que uma sentença de ruptura e mancomunagem com a solidão.
Provavelmente não deve haver nenhuma sentença nesta cantoria; não cantaram pra mim e minha cantilena também termina assim...
“tiveram dois filhinhos e depois se separou!”
Soaroir – Abril 20/07
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