Mudança
Copyright Soaroir
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Quando se trata de mudança o destino ou a vida, como queiram, é sacana. Principalmente quando relutamos em admitir que mudamos nós perante aquelas crenças que professávamos (até há pouco) e que no fundo nem eram nossas, mas assimiladas por esta ou aquela conveniência. E é ai que a sorte se intromete.
A princípio eu achava que na roda da fortuna reincidiam a sorte e desventuras de nossos ascendentes, como uma espécie de purificação que as gerações seguiam refinando as mitocôndrias, paulatinamente, se decantando até celebrarmos, no ritual da espécie, o discernimento ao qual pudéssemos entender que somos o maior acionista do nosso destino, cujas ações podem ser preferenciais, ordinárias ou entre amigos.
De repente, lá pelos idos de 2007 me surpreenderam as pragas de gaveta. Enquanto eu arrastava os móveis me deparei com um mágico pó vindo do (meu) passado onde aranhas bem instaladas em suas confortáveis teias e tineas assustadas me indagaram: o que foi que fizemos? A final tecemos com a mais pura seda seus tapetes e rouparia...
Aí fui ao desvão e do sótão ao porão; despejei as antigas pragas, assumi minha habitação; moradia hoje invadida pelos novos habitantes, pragas- sobejo das mudanças... quais nem mesmo em sonho eu prediria. Nesse mecanismo pelo qual se faz passar uma correia de uma polia do destino para a outra me encontrei rastejando dentro do meu casulo, que nada tinha a ver com meus ascendentes se não, com a minha própria história que a Roda da Fortuna tomou a seu cargo engabelar.
Longe de ser taróloga, no entanto vale conhecer um pouco desse arcano.
(sic) Na lírica de Carmina Burana, do século XIII, já aparece claramente a idéia de uma roda que é movida pela Fortuna. A deusa da sorte gira um círculo, que é, de certa maneira, um símbolo do eterno retorno que Maquiavel trabalha: uma ascendência seguida de uma descendência.
Numa iconografia próxima do século XV, no topo da Roda estava um rei com orelhas de burro, símbolo da cegueira do poder; ele dizia uma frase em latim traduzida por “eu reino”; subindo a roda, uma criatura dizia: “eu reinarei”. Descendo, “eu reinei”. Exatamente embaixo, uma criatura dizia: eu não tenho reino algum. Resumindo, é o caminho da mudança.
Segundo resumo de um pensamento atribuído a Aristóteles “virtude nasce-se com elas, “fortuna” fazemos. Compreendido como “bens materiais”, concluo que destino a nós pertence.
Mas e quando fazemos tudo tido como certinho, de acordo com a época em que se vive e, no entanto, o resultado sai desfigurado? Por mais que posterguemos não enrolamos o destino, ele faz parte do pacote e da roda da fortuna não se escapa, concluo.
Qual a parcela de livre arbítrio tem a humanidade? Quero e vou emperrar, reverter o eixo dessa roda. Não tenho todas as respostas, mas começarei pelo lado mais fácil, me desapegando das antigas caras e obsoletas roupas como casacos de chamois, antílope, chinchila, além daquelas de seda pura, inconsistentes com minha atual realidade.
Em seguida obedecerei a orientação médica: tabaco, caipirinha, on the rocks, Heineken... fora. Todas as pílulas, inclusive aquela para me lembrar de tomar as demais, dentro. Ainda bem que não são supositórios!
Não estou vendo “dead people”; adotei um cachorro abandonado; não ataco ninguém fisicamente. Estou bipolar-afetivo, mas deve ser derivado do LES, mas ainda desengraxo essa engrenagem.
A princípio eu achava que na roda da fortuna reincidiam a sorte e desventuras de nossos ascendentes, como uma espécie de purificação que as gerações seguiam refinando as mitocôndrias, paulatinamente, se decantando até celebrarmos, no ritual da espécie, o discernimento ao qual pudéssemos entender que somos o maior acionista do nosso destino, cujas ações podem ser preferenciais, ordinárias ou entre amigos.
De repente, lá pelos idos de 2007 me surpreenderam as pragas de gaveta. Enquanto eu arrastava os móveis me deparei com um mágico pó vindo do (meu) passado onde aranhas bem instaladas em suas confortáveis teias e tineas assustadas me indagaram: o que foi que fizemos? A final tecemos com a mais pura seda seus tapetes e rouparia...
Aí fui ao desvão e do sótão ao porão; despejei as antigas pragas, assumi minha habitação; moradia hoje invadida pelos novos habitantes, pragas- sobejo das mudanças... quais nem mesmo em sonho eu prediria. Nesse mecanismo pelo qual se faz passar uma correia de uma polia do destino para a outra me encontrei rastejando dentro do meu casulo, que nada tinha a ver com meus ascendentes se não, com a minha própria história que a Roda da Fortuna tomou a seu cargo engabelar.
Longe de ser taróloga, no entanto vale conhecer um pouco desse arcano.
(sic) Na lírica de Carmina Burana, do século XIII, já aparece claramente a idéia de uma roda que é movida pela Fortuna. A deusa da sorte gira um círculo, que é, de certa maneira, um símbolo do eterno retorno que Maquiavel trabalha: uma ascendência seguida de uma descendência.
Numa iconografia próxima do século XV, no topo da Roda estava um rei com orelhas de burro, símbolo da cegueira do poder; ele dizia uma frase em latim traduzida por “eu reino”; subindo a roda, uma criatura dizia: “eu reinarei”. Descendo, “eu reinei”. Exatamente embaixo, uma criatura dizia: eu não tenho reino algum. Resumindo, é o caminho da mudança.
Segundo resumo de um pensamento atribuído a Aristóteles “virtude nasce-se com elas, “fortuna” fazemos. Compreendido como “bens materiais”, concluo que destino a nós pertence.
Mas e quando fazemos tudo tido como certinho, de acordo com a época em que se vive e, no entanto, o resultado sai desfigurado? Por mais que posterguemos não enrolamos o destino, ele faz parte do pacote e da roda da fortuna não se escapa, concluo.
Qual a parcela de livre arbítrio tem a humanidade? Quero e vou emperrar, reverter o eixo dessa roda. Não tenho todas as respostas, mas começarei pelo lado mais fácil, me desapegando das antigas caras e obsoletas roupas como casacos de chamois, antílope, chinchila, além daquelas de seda pura, inconsistentes com minha atual realidade.
Em seguida obedecerei a orientação médica: tabaco, caipirinha, on the rocks, Heineken... fora. Todas as pílulas, inclusive aquela para me lembrar de tomar as demais, dentro. Ainda bem que não são supositórios!
Não estou vendo “dead people”; adotei um cachorro abandonado; não ataco ninguém fisicamente. Estou bipolar-afetivo, mas deve ser derivado do LES, mas ainda desengraxo essa engrenagem.
mero rascunho
sem revisão
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