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segunda-feira, agosto 27, 2012

Empesteadas Mazelas


Empesteadas Mazelas

Soaroir 27/8/12

(primeiro rascunho)

 

Tem hora que bate

Não solidão

Mas desesperança...
 

 Ao ir de encontro ao destino meu

Empesteado de mazelas

Confesso – não sei
 

 Se sou eu o culpado

Pelas sementes semeadas

Nos canteiros onde me encontro
 

 Se mea culpa? Não sei -

No entanto, até mesmo Deus

Deve ter Seus limites

 
E eu, neste ermo povoado

 Jamais, prometo, hei de culpá-Lo

Por tais fados tão somente meus.

 

Quando não se Cabe em Sí

No Dia Seguinte é Poesia
By Soaroir
27/8/12

                                                                         
                      Tuko - Nosso Cão Adotado

Noite passada dormi inquieta.
A bunda não cabia na cama,
E os travesseiros na nuca.
À Oeste a meia lua iluminava o quarto;
Acompanhei-a até sumir aonde vai agora o Sol.
Com meus pedaços de sonhos inquietos
Levantei-me para aprontar um chá com leite;
Pensava atrair um sono justo,
Mas tropecei no cachorro,
Que de vigília à minha porta,
Por vingança, ou coisas de cachorro,
Ali se prostrava com semblante de miserável.
Ao acender a luz descobri -
Ele anunciava: - fiz merda no banheiro!
Mas já era muito tarde.

Sem Bússola e Timão


Sem Bússola e Timão


Soaroir 27/8/12
 

De repente toda a praia mudou,

Tudo ficou diferente;

E eu, me perdi no horizonte...

Olhando pela primeira vez o mar –

Além das areias - sonhando

Com o seu navio voltando

Do Oriente...
 

domingo, agosto 26, 2012

Ao Vento


by Soaroir - 26/8/12



Se eu soubesse

Que te havia de chorar


Ao inflar das velas – no partir

Escolheria ventos mais brandos


Para lembrares de mim

Nos tempos de calmaria...



imagem/google

.

Poesia de Rua


imagem/google/


Grafitagem


De certo devo não, mesmo assim

Abro um nicho - sobreposto deixo

Em deleitosa fachada...Em galarim

Envolvo-a; guardo-a em nicho


Mesmo em preto colorgin

Usando (de) todo apetrecho

Nos muros daqui ou Berlin

Grafitando (tado) até os (em) seixos


Oxalá fosse (de você) para mim

Por afeição e não capricho

Tal poesia pichada assim

Pelos muros de meu trecho


por Soaroir de Campos
15/8/12

quarta-feira, agosto 22, 2012

Cabeça Fria e Rabo Quente

Refrigeração
imagem/yahoo
Quando tudo dá errado
Dê de banda, dê de quina
Não insista no enfado
Saia logo da rotina;

À cabeça um resfriado,
Um rolé até a esquina...
Dê vazão a (um) novo fado.


Soaroir de Campos
Agosto 22/2012


  In VARAL Nº37 EDIÇÃO 557 ANO XI - GRUPO LUNA&AMIGOS - TEMA: "ESFRIANDO A CABEÇA"

domingo, agosto 19, 2012

Três Mulheres e um Segredo - Microconto




A Compartilha
By Soaroir 20/08/2012

imagem google

Quando a porta da frente se fechou atrás dela, a governanta se virou para o sombrio hall e se deparou com a dona da casa estendida no chão. Após gritar insistentemente:

– Senhora Baines, senhora Baines. – Helga acendeu e apagou a luz conforme o combinado.

– Rubriquem todas as vias e assinem a última página, logo abaixo da Anna – disse a tabeliã Dra. Schmidt, à primeira hora do dia seguinte.



Este texto é parte do "EC - Exercício Criativo".
Conheça os outros autores:
http://encantodasletras.50webs.com/tresmulheres.htm












quarta-feira, agosto 15, 2012

Realidades do Brasil

Raramente publicamos poesia de terceiros  neste espaço -


Edir Pina de Barros
http://www.edirpina.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=3830085
14 de Agosto de 2012 14:21
Nosso Senhor do Bom Jesus de Cuiabá
Edir Pina de Barros

Está tudo tão mudado
nunca vi isso por cá
está triste o Cuiabá
e mais triste o meu cerrado
assim tão seco e queimado,
não tem chuva do caju,
piracema de pacu,
enchente de São José,
e grita triste o pinhé
no galho seco e quebrado.

O rio está definhado
está triste o pescador
na terra do Bom Senhor
porque não tem mais pescado
(só tem peixe congelado,
criado em tanque, e tão caro),
não se vê peraputanga
assada na pedra canga,
o dourado está tão raro.

Não se vê mais o jacá
na Vereda ou Bom Sucesso
(esse é o preço do progresso,
que canto aqui nesta loa)
e não se vê mais canoa,
levando seus pescadores,
antes, do rio, os senhores,
alegres, sempre a cantar,
pescando ao sol e ao luar
saudosos de seus amores.

Tudo agora está cercado,
tem diques no pantanal
que muda o ciclo anual
antes todo regulado,
(garantia do pescado):
no tempo do ipê em flor
a piracema, um esplendor,
poesia da natureza,
prenhe de encanto e beleza,
milagre do Criador.

Já não tem pacu assado
na mesa do camponês,
nem florejam os ipês
no tempo que era esperado:
tudo, tudo está mudado.
Seguem as águas tão ligeiras
beijando os sarãs das beiras
cortando matas, cerrado,
buscando o colo encantado
das planícies pantaneiras.

domingo, agosto 05, 2012

A Bastarda

Meu Pai.
 
 
Lembro-me bem da frase “filha sem pai tem que se resguardar muito mais” Que inferno! Perante tantas ofensas tive que me acovardar; ser segura na insegurança e me fingir inabalável...Quanto medo eu trilhei até me plantar carvalho!
 
- Agora pai, eu não preciso mais do seu nome, basta o nome da mãe nos documentos. Entretanto, caso a gente volte a se encontrar, saiba da obrigatoriedade do registro paterno, sic PRESIDENTE DA REPÚBLICA:   Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei(...) – Bem, leia você mesmo.  
 
Independe estarmos lá ou cá, ainda caminho pela trilha do medo, embora hoje mais me assombrem, diferentemente d´antanho, a falta de energia; estantes vazias; mãos sem pena; e a e-poesia! Além dos agrotóxicos;a farmacologia; os efeitos colaterais;o MERCOSUL, TLC,ALALC, ALADI ...as indústrias nucleares; a represa dos rios...
 
Claro que este é o meu ponto de vista, todavia, outros tantos hão de concordar que meus antigos fantasmas - aqueles de baixo da cama, de dentro do armário, dos mortos e os da assunção de ser “bastarda” porque não tinha seu nome - são risíveis diante das ameaças esmaltadas e das violências que, convenientemente, nos entucham com amenizadas cotas. O Medo de não preservar a espécie ainda prevalece....
 
Há dias em que o desassossego nos assola mais do que em outros. Hoje, convenientemente, o utilizo para atender a este tema que nos força a sair do ostracismo literário que o imediatismo da Internet tende à induzir à banalidades.
 
É apreensão daquelas que vêm e a gente se olha dentro e discute, arrazoa e conclui que a preocupação não muda a história presente ou futura de ninguém. Eventualmente pode se preparar, se isso é possível, para o pior e arquivar o assunto sem marcar revisão. É nessa hora que mesmo os agnósticos largam às mãos de Deus, ou destino, o resultado para nossas aflições. A final, não é para tudo que conseguimos mover os finos e invisíveis engonços deste show onde somos meros títeres.

É isso pai. Hoje até virei poeta!
Copyright Soaroir

(Sem Revisão)

quinta-feira, agosto 02, 2012

A Geografia do Medo

A última oportunidade do homem (EC)
Copyright Soaroir
Agosto 2/12

http://www.blogcdn.com/www.joystiq.com/media/2009/10/stalker5steam580-1.jpg

Pensava Bertrand ¹ em outro século que nosso mundo vivia demasiado sob a tirania do medo e que insistir em mostrar-lhe os perigos que o ameaçam só poderia conduzi-lo à apatia da desesperança. Afirmava ainda que ao contrário, era preciso criar motivos racionais de esperança, razões positivas de viver; mais sentimentos afirmativos do que de negativos para que os afirmativos desagregassem os negativos e perdessem sua razão de ser. Caso contrário nunca sairiamos do desespero.

A gente vai se arranjando, mas em nossos dias seria irreverente aplicarmos tal filosofia. Embora, aparentemente, seja esta a que nos entucham os governantes através da mídia.

Basta olharmos, mesmo que de relance, “O Mapa da Violência 2012” ². Este ao que chamo de doméstico, já que nossos medos hoje vão muito além. Estamos bem próximos do desespero quando muito nos falam e nada se sabe das consequências dos agrotóxicos; da farmacologia;dos efeitos colaterais;do MERCOSUL, TLC, ALALC, ALADI ...; das indústrias nucleares e das represas dos rios, por exemplo.

Assim como o medo, também a esperança é inerente à preservação da espécie humana, por isso é que vamos em frente, driblando, arrazoando, mas só um irresponsável ou louco em nossos dias não beiraria a margem da apatia da desesperança.

Particularmente me apavora a falta de energia; estantes vazias; mãos sem pena e a E-poesia!

No mais, é entregar para Deus, o que fazem mesmo os agnósticos, pois só Ele, que embora tenha feito a Terra redonda, determinou um canto para cada um de nós e é nosso dever, independente de credo, nos alicerçarmos na Esperança.

¹ Bertrand Russell, Inglaterra

1872 // 1970 Filósofo, Matemático, Crítico social, Escritor
² http://www.mapadaviolencia.org.br/mapa2012.php



(sem revisão)

Fim de Tarde em Butantã II