Foto de Patricia Scott Edição de Turra Ossau
Sou velha como uma borboleta,
nova como um carvalho,
ladina como um pé de couve.
Escrevo porque gosto,
se quer sei muito bem fazê-lo.
Vou passando a limpo os rabiscos do tempo.
Nesse meio tempo esvazio gavetas e armários
que ontem estiveram repletos de papéis,
especialmente o de ignorante tolo;
vou arquivando o psicótico e cortando
as relações do neurótico com o perverso.
Amanhã poderei ser
simplesmente tola sábia.
Enquanto isso vou aprendendo
sobre as coisas do bem e do mal.
Escrevo como quem faz arte de rua:
sem holofotes ou palcos brilhantes,
ou fantasias elegantes. Só penso, enquanto posso, e escrevo
enquanto enxergo.
É pouco? Sim, muito pouco.
Mas já fui de Blake, a inspiração para seu Grande Dragão Vermelho
de Homero, o prazer estético e ensinamento moral
Shakespeare, me vestiu de longo com fitas nos cabelos
Cervantes, me aceitou e me levou em sua jornada
Vinícius, me chamava de mulher amada
Bilac, me deu uma bandeira
Drummond, deixou uma pedra no meu caminho
Poe, me transformou em assombração
Pessoa, me nomeiou ridícula
Camões, bucolicamente me satirizou
Gonçalves Dias me disse Ainda uma vez... Adeus.
Mas não me importo
se hoje sou apenas poeta.
©Soaroir Maria de Campos – Nov.19/2006
Publicado na Ciranda Depoimento de Mim Poeta
Em Ciranda de Letras - Nº 67
nova como um carvalho,
ladina como um pé de couve.
Escrevo porque gosto,
se quer sei muito bem fazê-lo.
Vou passando a limpo os rabiscos do tempo.
Nesse meio tempo esvazio gavetas e armários
que ontem estiveram repletos de papéis,
especialmente o de ignorante tolo;
vou arquivando o psicótico e cortando
as relações do neurótico com o perverso.
Amanhã poderei ser
simplesmente tola sábia.
Enquanto isso vou aprendendo
sobre as coisas do bem e do mal.
Escrevo como quem faz arte de rua:
sem holofotes ou palcos brilhantes,
ou fantasias elegantes. Só penso, enquanto posso, e escrevo
enquanto enxergo.
É pouco? Sim, muito pouco.
Mas já fui de Blake, a inspiração para seu Grande Dragão Vermelho
de Homero, o prazer estético e ensinamento moral
Shakespeare, me vestiu de longo com fitas nos cabelos
Cervantes, me aceitou e me levou em sua jornada
Vinícius, me chamava de mulher amada
Bilac, me deu uma bandeira
Drummond, deixou uma pedra no meu caminho
Poe, me transformou em assombração
Pessoa, me nomeiou ridícula
Camões, bucolicamente me satirizou
Gonçalves Dias me disse Ainda uma vez... Adeus.
Mas não me importo
se hoje sou apenas poeta.
©Soaroir Maria de Campos – Nov.19/2006
Publicado na Ciranda Depoimento de Mim Poeta
Em Ciranda de Letras - Nº 67
Um comentário:
Que show de apresentação, Soaroir! Muito prazer em conhecê-la um pouco mais!
Você é atemporal como sua poesia!...
Linda demais!...
Beijo!
Euna
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