por Soaroir de Campos
texto e foto
29/11/09
Reverente raça
Entre humanos
Que de frente nos olha
E não se cansa de dar
Em troca de um tasco
E atenção do pedaço.
segunda-feira, novembro 30, 2009
sábado, novembro 28, 2009
Adote um Mendigo Neste Natal
O Mendigo da Minha Rua
ou
Uma Pessoa Desaparecida
Por Soaroir de Campos
São Paulo – SP - Brasil
28/11/09
(Campanha: Adote um mendigo neste Natal)
- Posso falar com você?
- Sim.
- Qual o seu nome?
- Veridiano. Jesus Veridiano.
- Quantos anos você tem?
- 13
- Você se lembra em que ano você nasceu?
- Acho que foi em 1971. Meus documentos estão em casa.
- Onde?
- Em São Paulo.
- Que lugar?
- Ituí.
- E a rua?
- Rua Junho.
- Que número?
- 212.
- Qual o nome se seus pais?
- Rafael.
- E sua mãe?
- Rafaela.
- Em que seu pai trabalha?
- Oficina de carro.
- E você? Já trabalhou?
- Sim.
- Em quê?
- Montador de carro. Estou na rua só por um tempo.
- Onde você come?
- Em casa.
- Como você vai para casa?
- A pé
- Você é casado?
- Já fui.
- Qual o nome de sua mulher.
- Rafaela.
- Tem filhos?
- Sim.
- Quantos?
- Dois.
- Qual o nome deles?
- Junho e Tales.
- Juro que não vou te perturbar muito, é rapidinho. Você sabe escrever?
- Sei.
- O que você sonha?
- Ficar mais em casa.
- Por que não fica?
- Porque tenho que sair.
- Come quantas vezes por dia?
- Manhã e noite.
- Já esteve na cadeia?
- Nunca!
- Se eu pudesse te ajudar o que você gostaria ?
- Nada.
- Se eu precisar falar mais com você onde te encontro?
- Naquela praça pra lá.
- No final da Paulista?
- É.
- Posso tirar uma foto sua?
- Pode.
- Você já esteve em algum hospital?
- Não.
E sem mais ele partiu.
Aparentemente sua memória é seletiva, mas sua meiguice é comovente.
Nota:
Tentarei, novamente, enviar este material para o “Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas” cnpd@cnpd.org.br
Quem puder colaborar, eu agradeço.
ou
Uma Pessoa Desaparecida
Por Soaroir de Campos
São Paulo – SP - Brasil
28/11/09
(Campanha: Adote um mendigo neste Natal)
- Posso falar com você?
- Sim.
- Qual o seu nome?
- Veridiano. Jesus Veridiano.
- Quantos anos você tem?
- 13
- Você se lembra em que ano você nasceu?
- Acho que foi em 1971. Meus documentos estão em casa.
- Onde?
- Em São Paulo.
- Que lugar?
- Ituí.
- E a rua?
- Rua Junho.
- Que número?
- 212.
- Qual o nome se seus pais?
- Rafael.
- E sua mãe?
- Rafaela.
- Em que seu pai trabalha?
- Oficina de carro.
- E você? Já trabalhou?
- Sim.
- Em quê?
- Montador de carro. Estou na rua só por um tempo.
- Onde você come?
- Em casa.
- Como você vai para casa?
- A pé
- Você é casado?
- Já fui.
- Qual o nome de sua mulher.
- Rafaela.
- Tem filhos?
- Sim.
- Quantos?
- Dois.
- Qual o nome deles?
- Junho e Tales.
- Juro que não vou te perturbar muito, é rapidinho. Você sabe escrever?
- Sei.
- O que você sonha?
- Ficar mais em casa.
- Por que não fica?
- Porque tenho que sair.
- Come quantas vezes por dia?
- Manhã e noite.
- Já esteve na cadeia?
- Nunca!
- Se eu pudesse te ajudar o que você gostaria ?
- Nada.
- Se eu precisar falar mais com você onde te encontro?
- Naquela praça pra lá.
- No final da Paulista?
- É.
- Posso tirar uma foto sua?
- Pode.
- Você já esteve em algum hospital?
- Não.
E sem mais ele partiu.
Aparentemente sua memória é seletiva, mas sua meiguice é comovente.
Nota:
Tentarei, novamente, enviar este material para o “Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas” cnpd@cnpd.org.br
Quem puder colaborar, eu agradeço.
sexta-feira, novembro 27, 2009
quinta-feira, novembro 26, 2009
Contrassenso
© Soaroir de Campos
26/11/09
imagem google/imageanchor
não há cautela em nenhum tronco
contra liames das trepadeiras
tampouco no confioso rouxinol
da grilagem de algum cuco –
enviam-nos encanto em saltos
que alcançamos no elevado espaço
entre as penas em alvoroço.
Mote:"TRANSE"
Nem tudo é lei da vida ou lei da morte.
Há limbos onde o homem desconhece
esse dilema hostil.
É quando ama, ou sonha, ou faz poemas,
e a própria natureza o não domina.
Então, livre e perfeito,
paira no tempo como o pó suspenso.
Nem do céu, nem da terra, nem sujeito
ao pesadelo de nenhum consenso.
(Miguel Torga)
26/11/09
imagem google/imageanchor
não há cautela em nenhum tronco
contra liames das trepadeiras
tampouco no confioso rouxinol
da grilagem de algum cuco –
enviam-nos encanto em saltos
que alcançamos no elevado espaço
entre as penas em alvoroço.
Mote:"TRANSE"
Nem tudo é lei da vida ou lei da morte.
Há limbos onde o homem desconhece
esse dilema hostil.
É quando ama, ou sonha, ou faz poemas,
e a própria natureza o não domina.
Então, livre e perfeito,
paira no tempo como o pó suspenso.
Nem do céu, nem da terra, nem sujeito
ao pesadelo de nenhum consenso.
(Miguel Torga)
Além do Melro
Soaroir 24/11/09
Não abro mão de nada por você
Bem que poderia se tivesse visto
Um credo sem alvoroço
Quando nos albergues dos pernoites
Ergui meus olhos para ver
Além do melro e seus parentes .
mote: "Por Voce"
Pablo Neruda
Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
Não abro mão de nada por você
Bem que poderia se tivesse visto
Um credo sem alvoroço
Quando nos albergues dos pernoites
Ergui meus olhos para ver
Além do melro e seus parentes .
mote: "Por Voce"
Pablo Neruda
Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
quarta-feira, novembro 25, 2009
Projeto Literário Delicatta IV - Livraria Cultura
Parabens e obrigada, Luiza
por apostar na gente
http://www.youtube.com/watch?v=go6hat9z3qA
por apostar na gente
http://www.youtube.com/watch?v=go6hat9z3qA
domingo, novembro 22, 2009
Natureza
A Poesia da Natureza
por Soaroir- 22/11/09
que natureza tem a Natureza
de sem capricho algum
ornar com tomates
um jardim suspenso
no décimo segundo andar?
eu? Só cortei um descartável
ao invés de mandar pro lixo
plástico não degradável
lancei restos pra adubar
e Ela sem capricho algum
selecionou a bel prazer
um exemplo de amostra
que fome não tem lugar
se o homem conscientizado
cuidar do que é Dela
o resto Ela assume
e sabe bem aproveitar.
Soaroir de Campos
Poetas Del Mundo
sábado, novembro 21, 2009
Rocinante
Soaroir 20/11/09
("Caminhante")
sou aquele que não lisonjeia
nem ignora
os passos cambaleantes, incertos
desta finita criatura humana
que sem ver passa ligeiro
como se rotineiro fosse o destino
e infinito os caminhantes -
trilhas em que me fortaleço
a não repetir o sacrifício
e a levar meus trotes
a outra sorte
de memória nova e nunca vista.
Soaroir
Publicado no Recanto das Letras em 20/11/2009
Código do texto: T1934364
("Caminhante")
sou aquele que não lisonjeia
nem ignora
os passos cambaleantes, incertos
desta finita criatura humana
que sem ver passa ligeiro
como se rotineiro fosse o destino
e infinito os caminhantes -
trilhas em que me fortaleço
a não repetir o sacrifício
e a levar meus trotes
a outra sorte
de memória nova e nunca vista.
Soaroir
Publicado no Recanto das Letras em 20/11/2009
Código do texto: T1934364
Versos Verdes Fritos
Versos Verdes Fritos
© Soaroir de Campos
Entra na panela uma pitada de pimenta e sal
enquanto engrossa o molho eu refogo um verso;
desgrudo do fundo com uma colher de pau
o consolado alimento ensopado na garganta.
Talhadas a cutelo as desossadas vísceras
me berram do alguidar como se poetas fossem
a acrescentar ao caldo da molheira alfaiada
rimas marinadas em especiarias finas.
Benigna resiliência em salmoura conservada.
Condimentada nutrição do espírito e alma
descongelada levo ao fogo de um fogão
e ante aos perfumados vapores me ergo boquiaberta.
Sobre a mesa estico as rendas da Madeira (¹)
alinho os pratos e acimo as taças cheias.
Num discreto gesto temperado ao alho e óleo
eu saúdo o bardo que povoa minha cabeceira.
O Pé de Eurídece
Os Pés de Eurídice
texto e imagem by
Soaroir 19/12/09
Que o cérebro comande o corpo
O coração a alma e o senso
Mas o que já disseram dos pés
Além do veneno nos de Eurídice?
Que dizer desses andarilhos
Pés de vontades próprias
Mais jovens que minha cabeça
Já que ela é que veio primeiro
Abrindo caminho para eles
Amparar todo este meu peso
Que por rios e por arroios
Imprimem o meu extrato
Indelével e tão passageiro?
Fui e serei meus pés
Enquanto energia houver
Para me manterem de pé.
Mote para hoje dia 19.12.2009 após 00:00h.
Sugestão de Mote:POR ONDE ANDARAM MEUS PASSOS
quinta-feira, novembro 19, 2009
Palavras Gostosas
Soaroir 19/11/09
A gente se consome
pensando nos ex -
a ponto de não falar
versos para o próximo.
mote: "De Palavra em Palavra"
De palavra em palavra
a noite sobe
aos ramos mais altos
e canta
o êxtase do dia
Eugénio de Andrade
A gente se consome
pensando nos ex -
a ponto de não falar
versos para o próximo.
mote: "De Palavra em Palavra"
De palavra em palavra
a noite sobe
aos ramos mais altos
e canta
o êxtase do dia
Eugénio de Andrade
domingo, novembro 15, 2009
A Voz da Pintura
Soaroir 14/11/09
Por Tucalipe
O pintor dá cor às estrelas
Na mesma sacada
O poeta -
Pálido de espanto -
Dá voz a elas...
..........E a poesia atrela
..........Os olhos de ambas almas
..........No que de supetão espalma
. .
.
....
um dia continuo
mote: "A Pintura da Poesia"
Por Tucalipe
O pintor dá cor às estrelas
Na mesma sacada
O poeta -
Pálido de espanto -
Dá voz a elas...
..........E a poesia atrela
..........Os olhos de ambas almas
..........No que de supetão espalma
. .
.
....
um dia continuo
mote: "A Pintura da Poesia"
sexta-feira, novembro 13, 2009
A Bossa de um Dromedário
ou Memórias de um Dromedário
Soaroir de Campos
Sexta-feira 13/11/09
Que me provem injusto
a serpente e o escorpião
vagarem livres
entre rochedos e tumbas
da alma múmia
em balsâmica solidão.
Invisíveis rastros
parceiros no desértico tempo -
Que alguém me prove injusto
o hino das areias
e o coral dos ventos
ruminando a memória
minorada do paraíso
nos/dos remotos feitos
de um dromedário.
bossa = corcova
"Um livro de versos à sombra da árvore
um jarro de vinho, uma côdea de pão;
E, ao meu lado, tu, cantando no deserto.
Ah, o deserto seria o paraíso agora!"
Omar Khayyam
Mote : "o deserto pode ser o paraíso"
Soaroir de Campos
Sexta-feira 13/11/09
Que me provem injusto
a serpente e o escorpião
vagarem livres
entre rochedos e tumbas
da alma múmia
em balsâmica solidão.
Invisíveis rastros
parceiros no desértico tempo -
Que alguém me prove injusto
o hino das areias
e o coral dos ventos
ruminando a memória
minorada do paraíso
nos/dos remotos feitos
de um dromedário.
bossa = corcova
"Um livro de versos à sombra da árvore
um jarro de vinho, uma côdea de pão;
E, ao meu lado, tu, cantando no deserto.
Ah, o deserto seria o paraíso agora!"
Omar Khayyam
Mote : "o deserto pode ser o paraíso"
A luz que nos alumia
Soaroir 11/11/2009
Fiat lux, fiat lux...
E nada
Numa réstia de luz interior
A trôpega humanidade
Mendiga por sua sombra.
Fiat lux, fiat lux...
E nada
Numa réstia de luz interior
A trôpega humanidade
Mendiga por sua sombra.
quarta-feira, novembro 11, 2009
Why Christmas...
Soaroir de Campos
November 10, 2009
To end comes the year
Tireless, me like Santa
Through silent flock
As his patient reindeer
Crossing cloudy sky
Wondering, I cry: - Why!?
Shouldn’t the Holy Night
For everyone - shine bright?
November 10, 2009
To end comes the year
Tireless, me like Santa
Through silent flock
As his patient reindeer
Crossing cloudy sky
Wondering, I cry: - Why!?
Shouldn’t the Holy Night
For everyone - shine bright?
domingo, novembro 08, 2009
A Estrela que nos Guia
Soaroir
Nov.08/09
imagem/google
A brilhança que nos guia
- a estrada -
não vem de outro lugar
se não da terra
fuçada por nós mesmos.
(mote do dia)
Nov.08/09
imagem/google
A brilhança que nos guia
- a estrada -
não vem de outro lugar
se não da terra
fuçada por nós mesmos.
(mote do dia)
sábado, novembro 07, 2009
PRÉ-NATAL
© Soaroir de Campos
Novembro 7, 2009
Semeei minhas árvores no quintal
Aguei-as com o melhor do meu afeto
Segui de cada uma o crescimento
Para um dia enfeitarem o meu Natal.
Árvores minhas seguiram o destino
Outro do que eu tinha pra suas ramas
Ornam agora as salas de outras casas
Repletas de outros festejos natalinos
Cercada pelo presente medonho
Agora sei, sou eu a minha árvore
De dourados pacotes pendurados
Para o Feliz Natal só tido em sonho.
(para AVSPE – Natal 2009)
Novembro 7, 2009
Semeei minhas árvores no quintal
Aguei-as com o melhor do meu afeto
Segui de cada uma o crescimento
Para um dia enfeitarem o meu Natal.
Árvores minhas seguiram o destino
Outro do que eu tinha pra suas ramas
Ornam agora as salas de outras casas
Repletas de outros festejos natalinos
Cercada pelo presente medonho
Agora sei, sou eu a minha árvore
De dourados pacotes pendurados
Para o Feliz Natal só tido em sonho.
(para AVSPE – Natal 2009)
sexta-feira, novembro 06, 2009
Amor nos Tempos do Emoticon
© Soaroir 6/11/09
Ele Explore e eu Netscape
Nossos browsers recobraram
As últimas imagens
Armazenadas no cache
Trocamos nossos cookies
E também o nosso IP
Dividimos uma Homepage
Host daqui Host de lá
Entre readme e reply
Surgiu um Time-out
Voltei ao login
Mas dei de cara com o Firewall
Consultei o Bookmark
Deu Código (810004)51!
Mandei tudo pro trash
Parti para Java
E o deixei em HTML.
Ele Explore e eu Netscape
Nossos browsers recobraram
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Host daqui Host de lá
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Mas dei de cara com o Firewall
Consultei o Bookmark
Deu Código (810004)51!
Mandei tudo pro trash
Parti para Java
E o deixei em HTML.
quinta-feira, novembro 05, 2009
o céu de meu lugar
Soaroir 4/11/09
quando eu passava
a luz da lua tremulava
e oscilava na Lagoa
de Cima
abaixo nas pedras
impressos a vida
e meus primeiros passos
não sou mais tão nova
nem a vida mais tão naïve
como na minha vila
que era só minha
como pensava ser a vida
admito, porta após porta
não era muito brilhante...
a beleza da vida
ela não só lá risca
o céu de meu lugar.
mote: (“a vida é bela”)
quando eu passava
a luz da lua tremulava
e oscilava na Lagoa
de Cima
abaixo nas pedras
impressos a vida
e meus primeiros passos
não sou mais tão nova
nem a vida mais tão naïve
como na minha vila
que era só minha
como pensava ser a vida
admito, porta após porta
não era muito brilhante...
a beleza da vida
ela não só lá risca
o céu de meu lugar.
mote: (“a vida é bela”)
segunda-feira, novembro 02, 2009
psicopoesia
sem título
Soaroir 31/10/09
por favor me deixem
como se deixa um moribundo
um condenado à morte
dizer a última oração.
permitam-me
baforar minhas fumaças
tragar meus sons bizarros
sem pausas ou intervalos;
esqueçam se sou assassina
do verbo, do metro e da rima
eu sigo o ritmo da forca
das almas atormentadas.
Soaroir 31/10/09
por favor me deixem
como se deixa um moribundo
um condenado à morte
dizer a última oração.
permitam-me
baforar minhas fumaças
tragar meus sons bizarros
sem pausas ou intervalos;
esqueçam se sou assassina
do verbo, do metro e da rima
eu sigo o ritmo da forca
das almas atormentadas.
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