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domingo, abril 29, 2012

As sementes do tempo

As sementes do tempo









Soaroir 28/4/2012

Image: David Liittschwager

Introdução


 
O pensamento não se submete a cárceres
Nem o sentimento à tabela periódica
E a poesia, coitada, não é versada em lógica.
Só os poetas, estes tontos, dizem
o que precisam dizer...
 

Parte I



Se baratas não têm cérebro

E sobrevivem as intempéries

Vou deixar a fragilidade

E de acusar o destino.

Casca grossa eu já possuo

Antenas por aqui não faltam

Só me resta é avoar;

Mudar um pouco de ralo

E do cheiro deste esgoto;

Da merda do povo de cima

Tanto quanto do de baixo;

Da lixeira no pé da escada

Exalante pelo (meu) basculante;

Das prostituições no entorno...

Socorro!  Socorro!

Que eu não me acostume com o lixo!

 Podia ter sido diferente...

- E por que não foi?

Falta de instinto?

- Não sei. Foco, talvez

Discalculia...

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