Dias, dias que fé não remove dor
Não supera a solidão da insolução
Não balda a realidade, enfeita
Tampouco ocupa os calhaus ou a rocha nua.
Ela se cala exata, escondida
Quando recai a receança crua
Sobre a ferida já tão bulida
Que nem o verbo pode expiar
No papel tal sobrecarga
Que a fé tanto embalou
Numa realidade não cabida
Na vida que sobejou.
Eis que emerge da profundez
A descrença nunca acarada
E num momento de sensatez
Vê-se a fé movendo nada.
Soaroir24/04/06
Publicado no Recanto das Letras em 23/07/2006
Código do texto: T200278
Nenhum comentário:
Postar um comentário