(Fingimento)
© Soaroir 29/8/08
para poesia on-line do RL
mote do dia por Fiore Carlos: Finjo que não Ouço
saída do concreto
bolhas de sabão
blocos de montar
tesoura, cola e papelão
colorido lugar
montada realidade
jardim de infância
imaginária cidade
pessoas de palito
ruas desenhadas
carros de botões
e barulho do mar.
sexta-feira, agosto 29, 2008
terça-feira, agosto 26, 2008
Air Mail
© Soaroir 26/8/08
Foto: Live from Silicon Valley
Diga-me mãe, como é fazer 95 anos?
Seu aniversário é só amanhã, mas assim
esta lhe chegará com os primeiros raios do Leste.
Por aqui tudo na mesma, inclusive a carestia.
Tudo pelos olhos da cara – me diga como está aí?
As crianças, já crescidas, formadas e casadas,
agora chorando menos, aproveitam e mandam lembranças.
Eu é que ando um pouco cansada, mas isso logo vai passar
assim que eu tomar juízo e o remédio da pressão
que vive no sobe e desce. Diga-me mãe, e a sua já melhorou?
Lembra-se daqueles improvisos de versos que você fazia?
Pois é, agora ando treinando, até arrisco umas poesias:
Você não precisa de um papel para saber
o que tenho pra dizer - mas não fique triste
se eu demorar muito para lhe escrever
sobre nossas boas novas e alguns chistes.
Todos de sua casa agradecem as bênçãos recebidas
e lhe enviam em oração um punhado de beijos e abraços
para você, papai, vó Mila, tio Tião, Anízia e toda a parentada.
Contando com seu perdão por qualquer coisa mal-falada,
me despeço por enquanto. Só uma coisa aqui não vai
poder ser enviada – é o meu “parabéns” porque você já morreu.
Diga-me mamãe - eu estou perdoada?
Mote do dia por Vania Staggemeier: Diga-me
Banda Catedral “Me Diz”
Toda novela tem final feliz Todo desejo tem um simples gesto Tudo que eu sinto em mim, eu te confesso, Dependo de você Toda verdade traz alguma dor Nem todo amor traz alegria à vida, Mas não há vida bem vivida sem amor, Sem perceber.
Foto: Live from Silicon Valley
Diga-me mãe, como é fazer 95 anos?
Seu aniversário é só amanhã, mas assim
esta lhe chegará com os primeiros raios do Leste.
Por aqui tudo na mesma, inclusive a carestia.
Tudo pelos olhos da cara – me diga como está aí?
As crianças, já crescidas, formadas e casadas,
agora chorando menos, aproveitam e mandam lembranças.
Eu é que ando um pouco cansada, mas isso logo vai passar
assim que eu tomar juízo e o remédio da pressão
que vive no sobe e desce. Diga-me mãe, e a sua já melhorou?
Lembra-se daqueles improvisos de versos que você fazia?
Pois é, agora ando treinando, até arrisco umas poesias:
Você não precisa de um papel para saber
o que tenho pra dizer - mas não fique triste
se eu demorar muito para lhe escrever
sobre nossas boas novas e alguns chistes.
Todos de sua casa agradecem as bênçãos recebidas
e lhe enviam em oração um punhado de beijos e abraços
para você, papai, vó Mila, tio Tião, Anízia e toda a parentada.
Contando com seu perdão por qualquer coisa mal-falada,
me despeço por enquanto. Só uma coisa aqui não vai
poder ser enviada – é o meu “parabéns” porque você já morreu.
Diga-me mamãe - eu estou perdoada?
Mote do dia por Vania Staggemeier: Diga-me
Banda Catedral “Me Diz”
Toda novela tem final feliz Todo desejo tem um simples gesto Tudo que eu sinto em mim, eu te confesso, Dependo de você Toda verdade traz alguma dor Nem todo amor traz alegria à vida, Mas não há vida bem vivida sem amor, Sem perceber.
sábado, agosto 23, 2008
...e por todo o caminho eu abraçar-te-ei
© Soaroir 23/8/08
"libelulas" Maggy Aguirre
separa aquele vinho.
aquele, merlot
compatível com a nossa safra.
sobre a mesa, estende a mais fina toalha de linho.
te enfeita.
e a casa, toda de florais e castiçais.
já me vou ancorar em meu porto
por favor, nem uma beleza rejeita.
eu, te levarei como “ si fueras a un niño”
pela mão, nos braços, no colo
entre os invejáveis imortais
do Algarve até ao Minho
... e pelo caminho
eu abraçar-te-ei.
no mais,
separa nada do que juntos já tivemos.
da poesia, eu cá me encarrego
para atravessarmos os portais.
... e por todo o caminho
eu abraçar-te-ei.
para Poesia On-Line do RL
mote por Sunny Lóra:
"Vida com Sabedoria"
"libelulas" Maggy Aguirre
separa aquele vinho.
aquele, merlot
compatível com a nossa safra.
sobre a mesa, estende a mais fina toalha de linho.
te enfeita.
e a casa, toda de florais e castiçais.
já me vou ancorar em meu porto
por favor, nem uma beleza rejeita.
eu, te levarei como “ si fueras a un niño”
pela mão, nos braços, no colo
entre os invejáveis imortais
do Algarve até ao Minho
... e pelo caminho
eu abraçar-te-ei.
no mais,
separa nada do que juntos já tivemos.
da poesia, eu cá me encarrego
para atravessarmos os portais.
... e por todo o caminho
eu abraçar-te-ei.
para Poesia On-Line do RL
mote por Sunny Lóra:
"Vida com Sabedoria"
sexta-feira, agosto 22, 2008
Canção de gesta
(Auto-Retrato)
By Soaroir 21/8/08
Sou feliz. Dizem: “besta” ,“metida”...
Low profile? Ah isso eu não sou!
Alegrias eu jamais escondo
Nem as cicatrizes são contidas.
Eu de cara não sou comum
Descalça ainda pareço alta
De salto sou mais Florbela
Às vezes petardo para alguns.
Atraente e feminina
Olhos de ressaca, nariz grego
Sou de impar formosura
Apesar de pernas finas.
É normal o quanto eu peso
O quanto valho só eu sei
Amostro neste auto-retrato
Só a cartilha pela qual rezo.
Para o mote de AdrP:
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste da facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno.
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:
Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades:
Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.
Bocage
By Soaroir 21/8/08
Sou feliz. Dizem: “besta” ,“metida”...
Low profile? Ah isso eu não sou!
Alegrias eu jamais escondo
Nem as cicatrizes são contidas.
Eu de cara não sou comum
Descalça ainda pareço alta
De salto sou mais Florbela
Às vezes petardo para alguns.
Atraente e feminina
Olhos de ressaca, nariz grego
Sou de impar formosura
Apesar de pernas finas.
É normal o quanto eu peso
O quanto valho só eu sei
Amostro neste auto-retrato
Só a cartilha pela qual rezo.
Para o mote de AdrP:
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste da facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno.
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:
Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades:
Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.
Bocage
terça-feira, agosto 19, 2008
Meia-Boca
© Soaroir 19/8/08
Palavras cessadas
Signos vãos
Fragilidades quebradas
Incompreensão.
Analfabeto, professor,
Doutor ou carpinteiro
Ator
Desvidas por inteiro.
Partida no regresso
Carapaças sem canções
Retrocesso
De gerações.
para o mote de Nilza Azzi:
Quando não há mais palavras
"Plínio Marcos, na peça "A Dança Final" (Maltese. 1994), fala dos que morrem em vida, por falta de alegria, paixão e sonho, sobre as mortes do dia-a-dia. É um relato sobre um casal que chega aos vinte e cinco anos de vida em comum e descobre o nada absoluto..."
Palavras cessadas
Signos vãos
Fragilidades quebradas
Incompreensão.
Analfabeto, professor,
Doutor ou carpinteiro
Ator
Desvidas por inteiro.
Partida no regresso
Carapaças sem canções
Retrocesso
De gerações.
para o mote de Nilza Azzi:
Quando não há mais palavras
"Plínio Marcos, na peça "A Dança Final" (Maltese. 1994), fala dos que morrem em vida, por falta de alegria, paixão e sonho, sobre as mortes do dia-a-dia. É um relato sobre um casal que chega aos vinte e cinco anos de vida em comum e descobre o nada absoluto..."
segunda-feira, agosto 18, 2008
Um Bom Encontro
© Soaroir 18/8/08
(para Alfonso, meu amigo de artes)
Caminhei com uma alma inspiradora
Tão pura e nobre - livre que nem regato.
Outras tantas, já não soube deduzir -
Pareciam imunes a deixar-se vir-a-ser.
De fora, minha alma inda amadora
Prefacia: a toda alma falta abraço
Num instante, vai-se o medo de existir
Delírios de poeta num grande atelier.
Loucura é preciso. Para ter a alma alegre:
O pintor delira na conquista de uma cor.
O poeta num encontro vocálico.
Para o mote: A Alma
"Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo."
(Fernando Pessoa)
domingo, agosto 17, 2008
quinta-feira, agosto 14, 2008
Palavras & Contextos
Um Quilópode e um Artífice
by Soaroir 14/8/08
imagem:google
- Vaticino que vossa estereotipia abranja
somente aficcionados com parcimônias.
-Cuma...?
-...15 pares de patas...
-E daí?
-Calças?
-Não. Sapatos!
-E então, calças?
-Lacraias...
para o mote do dia por AdrP:
Palavras
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Alexandre O'Neill
by Soaroir 14/8/08
imagem:google
- Vaticino que vossa estereotipia abranja
somente aficcionados com parcimônias.
-Cuma...?
-...15 pares de patas...
-E daí?
-Calças?
-Não. Sapatos!
-E então, calças?
-Lacraias...
para o mote do dia por AdrP:
Palavras
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Alexandre O'Neill
segunda-feira, agosto 11, 2008
Envelhecer é Coprológico
©Soaroir Maria de Campos
August 11/08
Biriba na praça, xadrez no calção e bocha onde der.
Resetemos a patética poética da velhice.
Escolho as palavras que esta merece, mesmo assim,
É coprológico envelhecer.
Tem a volta do velho bidê, criados mudos
E geriátricos panos de fundo.
Buço grosso em lábios finos, gengiva baixa em boca murcha.
Gente leve em amplos colchões pesados de lembranças
e manchas de tempos e de corpos dantes perfumados
de “Royal Brial” e “Old Spice”.
Mote do dia por Kate Weiss:
Envelhecer
Mário Quintana
"Antes, todos os caminhos iam.
Agora todos os caminhos vêm.
A casa é acolhedora, os livros poucos.
E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas."
August 11/08
Biriba na praça, xadrez no calção e bocha onde der.
Resetemos a patética poética da velhice.
Escolho as palavras que esta merece, mesmo assim,
É coprológico envelhecer.
Tem a volta do velho bidê, criados mudos
E geriátricos panos de fundo.
Buço grosso em lábios finos, gengiva baixa em boca murcha.
Gente leve em amplos colchões pesados de lembranças
e manchas de tempos e de corpos dantes perfumados
de “Royal Brial” e “Old Spice”.
Mote do dia por Kate Weiss:
Envelhecer
Mário Quintana
"Antes, todos os caminhos iam.
Agora todos os caminhos vêm.
A casa é acolhedora, os livros poucos.
E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas."
domingo, agosto 10, 2008
Pais in vitro
Soaroir 10/8/08
"I know not what tomorrow will bring..."
Fernando Pessoal
Ontem sem pai, sem nome, identidade.
Que desprezível realidade!
Hoje espermatozóides selecionados,
Preparados.Experiência laboratorial.
Pré-embriões transportados.
Ontem desejos e entrelaços.
Hoje de quem é o abraço?
Qual presente neste Dia dos Pais?
Cadinhos de reprodução?
Ah Pessoa, eu, nem com seus heterônimos,
Todos juntos, sabemos do amanhã.
Mote do dia p/ AndrP:
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas de língua portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, ao lado de Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX. Por ter vivido a maior parte de sua juventude na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque em sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando e estudando no idioma. Teve uma vida discreta, em que atuou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterônimos. A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre sua vida e obra, além do fato de ser o maior autor da heteronímia.
Morreu de problemas hepáticos aos 47 anos na mesma cidade onde nasceu, tendo sua última frase sido escrita na língua inglesa, com toda a simplicidade que a liberdade poética sempre lhe concedeu: "I know not what tomorrow will bring... " ("Eu não sei o que o amanhã trará")
retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoa
"I know not what tomorrow will bring..."
Fernando Pessoal
Ontem sem pai, sem nome, identidade.
Que desprezível realidade!
Hoje espermatozóides selecionados,
Preparados.Experiência laboratorial.
Pré-embriões transportados.
Ontem desejos e entrelaços.
Hoje de quem é o abraço?
Qual presente neste Dia dos Pais?
Cadinhos de reprodução?
Ah Pessoa, eu, nem com seus heterônimos,
Todos juntos, sabemos do amanhã.
Mote do dia p/ AndrP:
Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13 de Junho de 1888 — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas de língua portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, ao lado de Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX. Por ter vivido a maior parte de sua juventude na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque em sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando e estudando no idioma. Teve uma vida discreta, em que atuou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterônimos. A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre sua vida e obra, além do fato de ser o maior autor da heteronímia.
Morreu de problemas hepáticos aos 47 anos na mesma cidade onde nasceu, tendo sua última frase sido escrita na língua inglesa, com toda a simplicidade que a liberdade poética sempre lhe concedeu: "I know not what tomorrow will bring... " ("Eu não sei o que o amanhã trará")
retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoa
quinta-feira, agosto 07, 2008
Faz de Conta
© Soaroir- 07/08/08
fotografia: Tuka by Hazel
A virtude é careca¹ e o pecado madeixas
Via Láctea é uma imberbe vagina
Tempo é um lobisomem de luas
Poeta sou eu desgrenhada
Meus versos, mechas apassamanadas
[Trançadas em cadeias de força.
mote do dia por Kate Weiss:
"Faz de Conta"
fotografia: Tuka by Hazel
A virtude é careca¹ e o pecado madeixas
Via Láctea é uma imberbe vagina
Tempo é um lobisomem de luas
Poeta sou eu desgrenhada
Meus versos, mechas apassamanadas
[Trançadas em cadeias de força.
¹“Virtue is bold and goodness never fearful” Shakespeare
mote do dia por Kate Weiss:
"Faz de Conta"
Carta ao Presidente
By Soaroir 06/08/08
Excelência:
Reitero meu pedido recente
Telex, fumaça, carta, e-mail
Por qualquer via responda
Esta nossa causa urgente.
Só venho importunar você
Porque é o nosso presidente
Precisamos que a poesia receba
Mais amparo da/na Lei Rouanet.
Mote do dia por Gabriel Cherubash
UMA CARTA A QUEM VOCÊ ACREDITA QUE PODE RESOLVER O TEU DILEMA MAIS OCULTO
Excelência:
Reitero meu pedido recente
Telex, fumaça, carta, e-mail
Por qualquer via responda
Esta nossa causa urgente.
Só venho importunar você
Porque é o nosso presidente
Precisamos que a poesia receba
Mais amparo da/na Lei Rouanet.
Mote do dia por Gabriel Cherubash
UMA CARTA A QUEM VOCÊ ACREDITA QUE PODE RESOLVER O TEU DILEMA MAIS OCULTO
terça-feira, agosto 05, 2008
Na Medida do Possível
- Em campos do Jordão -
Soaroir 5/8/08
fotografia by Tucalipe
no Horto a fila é nos quiosques
entre as belezas da natureza
olhos visam outras gulodices.
pra mim olham torto.
hilária figura num papel desconhecido.
sigo escrevendo, descrevendo-os
na medida do possível.
Mote por Luciane:
Na Medida do Possível
"Queria arrombar com versos pesados
as portas do Paraíso.
Escritos com o sangue dos expulsos
e a revolta das gerações infindas.
Queria voltar ao que nos pertence
com um poema
na medida
do impossível."
Fabio Rocha
Soaroir 5/8/08
fotografia by Tucalipe
no Horto a fila é nos quiosques
entre as belezas da natureza
olhos visam outras gulodices.
pra mim olham torto.
hilária figura num papel desconhecido.
sigo escrevendo, descrevendo-os
na medida do possível.
Mote por Luciane:
Na Medida do Possível
"Queria arrombar com versos pesados
as portas do Paraíso.
Escritos com o sangue dos expulsos
e a revolta das gerações infindas.
Queria voltar ao que nos pertence
com um poema
na medida
do impossível."
Fabio Rocha
Cessão Esgotada
Cessão/doação Esgotada
Soaroir 04-8-08
Foto by Vitor BBPinheiro
Quando adentrastes minha vida
Eu era virgem e ingênua.
Diplomática, quase nobre.
Mal sabia eu o que viria.
Deflorada formatura
Míseras rimas em versos tortos
Lotaram o meu alforje.
Caí na boca do mundo
Descobri a galazia
Desvencilhei-me do tombadilho
Arrojei e mergulhei, boiei e me salvei
Sou mais com poesia.
Mote por Fiore Carlos:
Quando você entrou em minha vida
Soaroir 04-8-08
Foto by Vitor BBPinheiro
Quando adentrastes minha vida
Eu era virgem e ingênua.
Diplomática, quase nobre.
Mal sabia eu o que viria.
Deflorada formatura
Míseras rimas em versos tortos
Lotaram o meu alforje.
Caí na boca do mundo
Descobri a galazia
Desvencilhei-me do tombadilho
Arrojei e mergulhei, boiei e me salvei
Sou mais com poesia.
Mote por Fiore Carlos:
Quando você entrou em minha vida
segunda-feira, agosto 04, 2008
No Fim do Túnel
©Soaroir
3/8/08
No final do túnel há sempre uma luz;
alguns vaga-lumes;
furadores de pneus
e assaltantes.
Folkestone a Calais:
a Cidade Luz.
Mote por Vania Staggermeier:
"A LUZ NO TUNEL"
"Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz"
Trecho de canção do Renato Russo
3/8/08
No final do túnel há sempre uma luz;
alguns vaga-lumes;
furadores de pneus
e assaltantes.
Folkestone a Calais:
a Cidade Luz.
Mote por Vania Staggermeier:
"A LUZ NO TUNEL"
"Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz"
Trecho de canção do Renato Russo
domingo, agosto 03, 2008
Universo Retraído
© Soaroir 2/8/08
fotografia e texto by Soaroir
“O Vestido” releio.
Visto qualquer coisa. Parto.
No quarto do meio
Eu busco um veio.
Dia cheio de nada.
Nem a poesia veio.
O mote do dia não veio.
A chuva prometida não veio.
O pastel da feira não veio.
Sequer a vontade veio.
A palavra não veio.
O Verbo não veio.
A rolinha não veio.
Nem a fome veio.
Será medo da liberdade?
Não sei.
A promessa não veio.
A dor não veio.
A solidão não veio.
Nem a tristeza veio.
A sorte não veio
O riso não veio.
A cura não veio.
Nem o remorso veio.
Dia cheio de nada.
A poesia não vem
Será medo da liberdade?
Não sei.
Virei refém.
Amanhã, quem sabe...
Mote por Kate Weiss:"...Vem comigo
Meu pedaço de universo
é no teu corpo.
E em teus braços se une
em versos a canção..."
Taiguara
fotografia e texto by Soaroir
“O Vestido” releio.
Visto qualquer coisa. Parto.
No quarto do meio
Eu busco um veio.
Dia cheio de nada.
Nem a poesia veio.
O mote do dia não veio.
A chuva prometida não veio.
O pastel da feira não veio.
Sequer a vontade veio.
A palavra não veio.
O Verbo não veio.
A rolinha não veio.
Nem a fome veio.
Será medo da liberdade?
Não sei.
A promessa não veio.
A dor não veio.
A solidão não veio.
Nem a tristeza veio.
A sorte não veio
O riso não veio.
A cura não veio.
Nem o remorso veio.
Dia cheio de nada.
A poesia não vem
Será medo da liberdade?
Não sei.
Virei refém.
Amanhã, quem sabe...
Mote por Kate Weiss:"...Vem comigo
Meu pedaço de universo
é no teu corpo.
E em teus braços se une
em versos a canção..."
Taiguara
sexta-feira, agosto 01, 2008
O miserável
© Soaroir 1º de agosto/2008
fotografia e texto by Soaroir
Meu Deus, desça Vosso conforto
Para ele quem no ardume¹ do passeio²,
Passado o verde jardim, como pedinte,
Rasteja cansados pés;
Para ele quem vê aquém das paliçadas³
Suaves relvas onde deita o frescor das sombras,
Verdes vãos quais ele pode não entrar,
Mas por eles passa.
Não, não para ele as árvores em acolhida
Estendem guarida pelos mormacentos caminhos;
E não é para ele que as fontes jorram
Suas nuvens de borrifos .
E não é para ele que a brumosa caverna
Acena como por um véu estendido,
Nem um resquício de orvalho sequer
Refresca sua cabeça.
Meu Deus, desça Vosso conforto,
Para ele quem na pétrea rua da existência,
Como um pobre mendigo, passado o jardim
Rasteja cansados pés.
¹ calor² da calçada
³ cercas
Tradução interpretada: "The Beggar" - Fedor Ivanovich Tyutchev (1803-73) In:"Poems from the Russian" Translated to English by Frances Cornford and Esther Polianowsky Salaman -1943Soaroir Maria de Campos - August 1st-2008
Mote do dia por Soaroir: “Prece para um Mendigo"
fotografia e texto by Soaroir
Meu Deus, desça Vosso conforto
Para ele quem no ardume¹ do passeio²,
Passado o verde jardim, como pedinte,
Rasteja cansados pés;
Para ele quem vê aquém das paliçadas³
Suaves relvas onde deita o frescor das sombras,
Verdes vãos quais ele pode não entrar,
Mas por eles passa.
Não, não para ele as árvores em acolhida
Estendem guarida pelos mormacentos caminhos;
E não é para ele que as fontes jorram
Suas nuvens de borrifos .
E não é para ele que a brumosa caverna
Acena como por um véu estendido,
Nem um resquício de orvalho sequer
Refresca sua cabeça.
Meu Deus, desça Vosso conforto,
Para ele quem na pétrea rua da existência,
Como um pobre mendigo, passado o jardim
Rasteja cansados pés.
¹ calor² da calçada
³ cercas
Tradução interpretada: "The Beggar" - Fedor Ivanovich Tyutchev (1803-73) In:"Poems from the Russian" Translated to English by Frances Cornford and Esther Polianowsky Salaman -1943Soaroir Maria de Campos - August 1st-2008
Mote do dia por Soaroir: “Prece para um Mendigo"
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