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domingo, janeiro 31, 2010

Juro que Danço

Eu juro!
Soaroir de Campos
Janeiro 31/2010
para AVSPE





pouco importa um passo fora
danço a música do momento
nenhum modo me apavora
nem motivo há pra tormento.

aqui juro de pés juntos
ainda danço bem ou mal
cada música que assunto
logo faço um carnaval.

dança é santa é bendita
seja arte ou ritual
até que o corpo permita
não terei nenhum rival.

sábado, janeiro 30, 2010

amigo é um porre

Soaroir
30/01/10


imagem wiki/google

amigo é um porre
de brandy decerto -
os meus vomitam
ah como vomitam... asneiras
ante minhas bebedeiras
        e seus cafés bem fortes...




A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento,
duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor.
(Joseph Addison)

A Prosa do Tempo

As Águas de (um) Janeiro
© Soaroir Maria de Campos
Janeiro 2010



ainda dormem os "tropegantes" na breve aragem do verão,
a sisuda e silenciosa manhã de segunda-feira digladia
com os raios e os trovões no anuviado plenário de São Pedro e São Paulo.
dormem alguns, menos eu, na rede; a chuva fura o compulsório asfalto da metrópole
sobressalteada de esperança por um dia sem fumaças, motores e violências.
timidamente roncam ao longe as engrenagens
competindo com os primeiros gorjeios da enfurecida natureza.
as plantas me caçoam com seus pingos, antes tímidos, que se avolumam
em gargarejos de tormenta que por aqui desaba.
a luz não cessa. Ela persiste e reprisa e se aproxima
com os trovões e a chuva que aperta.
sem pôr de lado um matreiro ludibrio de poeta,
eu viro pássaro entre as nuvens carregadas.
cai do céu a tampa... penso nas ribanças, nos “barranqueiros”
soterrados sob suas casas; nos alagados terreiros;
no trânsito parado entre enguiçados nas águas correntes dos bueiros;
e os dos pontos que marcam um ponto a cada dia
para defenderem irreais 510 de mínimo, máximo para sobreviverem
durante outras tantas feiras.
ainda faltam dez para eu acordar dessa chuva torrencial que cai às seis.
persianas e janelas aos poucos, uma a uma, deixam a luz elétrica passar.
silhuetas nos andares, indecisas, estendem os braços e experimentam o tempo.
lá, embaixo na enxurrada, se vai um cobertor. Entre PET’s, mais um desvalido
encharcado de suas relíquias retiradas dos sobejos de muitos domingos.
chove “cats & dogs” por aqui no alto da Paulista.

quinta-feira, janeiro 28, 2010

A Poesia Vem de Tudo

nihil
soaroir de Campos
num dia de Janeiro/2010

127 volts - diários...
amuada num canto - assombrado
sem tese, harmonia ou letras
para os escatológicos tratados
nem partituras em si enxergo...
à esta (altura de dó) distância de dó

soam ainda gigantescos sinos
da vitória - quão efêmera...
acesa na pólvora dos canhões
das ainda synphonies obstinée
des...

quelqu'un s'il vous plaît continuer

domingo, janeiro 24, 2010

Soaroir by Soaroir

Soaroir por Soaroir
24/01/10


imagem/google


um bom gosto o prazer dá na subida

uns se orgulham do esforço continuo

outros se contentam com os palafréns

agaloando a constante descida


uma alegria de virtude plena

assumo, para mim não é ir devagar

tais minúcias não são minha medida

vôo muito aquém do fiambre apenas


não corro. Não subo morros. Vou além

vôo sobre os pães de forma amanhecida.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Port-au-Prince - no matter your beliefs, be part of it

O Calvário
by Soaroir de Campos
Jan.21/2010



imagem: M.Carvalho Rodrigues/Lassinha/PT


no ícone do artista, o calvário
no silêncio dos escombros, a obra
sustentando a fé dos príncipes
o único e supremo Porto.

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Um Poema de Criação



© Soaroir de Campos
20/01/10
Brasil


embora seja eu mesma que diga,
a poesia que eu faço por último
é estupidamente a mais notável.

na mais recente, lancei mão de epítetos,
brinquei com a aliteração
fiz fantásticos jogos de palavras
todas derivadas de mim.

não acredita?! Vá atrás dela
eu sei que você vai gostar
mas veja bem...ela não fala de falências
principalmente na primeira pessoa;
de navios fantasmas ou de amores d’além mar.

coragem... vá em frente! Você merece
conhecer a minha poesia mais recente

sobre as estações
..........  algumas flores, e minhas vinhas.



( adotado a partir do poema de Ian Bowen "My Last Poem")


"My last poem...was bloody geat,
even if I say so myself.
I used alliteration, transfer epithet,
and threw in the most amazing
play on words, sprinkled with Latin.
If you are not too busy...go in search.
I know you will like it.
It is not about love or pretty flowers.
It is not about the seasons,
and I never write about my Mum or Dad.
Treat yourself...you know it makes sense.
Go on...
you deserve it. "


Ian Bowen
http://www.poemhunter.com/poem/my-last-poem-6/

Último Amor

in transito
Soaroir 19/1/10


Derradeiro trem e fim de verão
Último amor do maquinista
Móveis e trilhos vazios
Até a próxima estação...




(“o ultimo amor”)

segunda-feira, janeiro 18, 2010

quado pousa um colibri

Soaroir 18/01/10

(mote: "destino")


imagem/ggpht/google


um beija-flor faz mesuras
entre o gradil e meu jardim
repetidamente
e pousa num galho aéreo
da perfumada alfazema, trissa
enquanto penso...
é o destino falando...
pena que eu não entenda
se é deles ou se é de mim !

Oxalá...

Soaroir - 17/01/10


não fosse eu ontem
um fator

multiplicador -
sem depender da fé -

a ver todas as faixas
em preto e em branco...

sem me deter
nas tiras cinzas

eu hoje estaria só,
entre os pedaços de nada



Ah, Quem Me Dera
Tom Jobim
Composição: Tom Jobim / Marino Pinto


Ah, quem me dera ser poeta
Pra cantar em seu louvor
Belas canções, lindos poemas
Doces frases de amor
Infelizmente, como eu
Não aprendi o A-B-C
Eu faço samba de ouvido pra você
Depois de muitas frases lapidar, eu percebi
Que as rimas que  preciso, essas rimas esqueci
E que o verbo amar não se conjuga sem você
Eu faço samba de ouvido pra você


"Das belas frases ou do título... um mote para você!"

improviso sobre a solidão

De repente
“Gone...”
Soaroir
16/1/09


de repente como se um intruso
violasse meu esquecido túmulo
coberto de antigos húmus,
e plantasse vegetação rasteira
e trepadeiras, a emaranharem-se
entre minhas grades de proteção
...
preciso desligar o computador -
se o mundo não acabar
volto assim que a tempestade passar
...
misteriosamente como foi, o sol voltou
e eu não consigo mais falar da solidão...


"improviso sobre a solidão e/ou o sol"

domingo, janeiro 17, 2010

um pensamento

nos dias em que não apareço
por favor... culpe o tempo
nunca a falta de palavras

Soaroir de Campos
16/01/10

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Solidão - meu fantasma de estimação

Loneliness - my pet ghost
(quase sátira)
by Soaroir de Campos
http://pote-de-poesias.blogspot.com/
15/01/10

"conflitos da solidão"


Ghost Red Wire - Don Van Vliet, aka Captain Beefheart
(oil on masonite - 61 x 61 cm)


Posse que não se dá ou divide
Não se presta à troca ou leilão
Fardo chamado solidão
Que se instala sem convite

Se enxotada ela persiste
Vira fantasma de estimação
Com o tempo melhor bordão
Mais alegre do que triste

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Saltos e Sobressaltos

Soaroir
14/01/10


imagem/google


“Lição de Vida”



Este pode não ser o meu momento justo
Tampouco minhas palavras, mais certas
Imparcialmente de fazer um bom juízo
Para cada qual, que lição nos dá a vida

Se ainda me persinto de assombrosas horas
Entecidas do pestanejar da realidade e sina
Enquanto o que para mim é berço, para muitos é cova

E aos que caçam uma saída, ou venda
Contra os que ficam... catedráticos em lição de ser
Digo: esta disciplina não se aprende ou (se) ensina

Só os nascidos para ter coragem
Em si comportam o abecedário da Vida...

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Haiti e o Penúltimo Selo

by soaroir
13/01/10

imagem/jornalahoaonline


celebrem humanos! Teus erros de percepção
os cios de excelência e adaptação aos ciclos
de perdas e renovação da vida

o negro silício já emerge da crosta
sem piedade o sol demarca os trópicos
em inferno e purgatório

as canibais astúcias sucumbem
diante da força do Ser.

mote: "fim da ilusão"


Haiti - sem "E"
Soaroir de Campos
13/01/10
São Paulo - SP

“no cosmos, o pulsar do coração,
vivificando as criaturas”

aplaudam humanos! tuas cincas da notação
os cios façanhosos, adaptação aos ciclos
dos malogros atrás da volta à vida

o sombrio silício já sai da crosta...
malvado, o sol abaliza os trópicos –
in ignis, in pyr – purgatorium …

canibais astúcias tombam
junto à ação do Sumo

terça-feira, janeiro 12, 2010

antes do céu se arruivar

Soaroir
12/01/10

(O beijo)


e pensar que pelos beijos teus

eu corri à frente do sol

por saaras, arrabaldes

e paços distintos dos meus

sem apresto para um susto

na promessa de chegar

antes do céu se arruivar -

alheio, o certo foi injusto...


- - - - - - - -já era madrugada -

- - - - - - - - -- - - - -e eu não mais eu.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Algumas palavras - Few words

© Soaroir
11/01/10


"FALAR DE AMOR"


Amor não é uma bicicleta encostada
que a experiência adquirida
basta para voltar a andar

ou um cobertor substituto
de algo mais leve
durante a primavera

ele não sobrepõe inconstâncias
distâncias, e cercas de proteção
e foge da lembrança

Idioma de estranha nação é o amor
singular estilo de expressão
sobrevive com exercício lhano
e convivio constante

ou só aparece quando é lembrado
que já foi esquecido.

O Sal do Porto

Soaroir 10/01/10

imagem: in the Sea of Cortez
La Paz Fishing
(c)Linda Garrison




- - - - - - - - - - - - - - - - - - - -("mar")


ó mar, que salgas os peixes
a tarrafa e a alma dos pescadores
represados entre penhas

conformados rendeiros
sem sonhos
de outros ninhos

voar e tarrafear
.............em oceanos
e te deixar...Jamais!

sábado, janeiro 09, 2010

A Musa no Quarto

Soaroir 9/1/10





Enfim um estio, à alvorada ela

Chegava mansa... será que saia?

Mostrando aquela metade amarela

Lua, de novo em/no quarto de dia!

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Doce Travessura

Soaroir
8/1/10






......................................................."o que voce quer ser quando for criança"


Poeta é o que quero ser quando eu for criança
acordar num playground gigante ao lado do meu cão Rondante
rezar a Ave Maria e sairmos pelo mundo fazendo estrepolias
até chegarmos em Stratford-upon-Avon e aprender poesia

Com ela, como planta rasteira, me alastrar nas beiradas das estradas
contar por todas as minhas vias da difícil arte de ser criança
que dos pés à cabeça, da alma ao coração sofre com as mudanças
e se perde no meio da multidão de regras e comandos e pouca opção
de manter os próprios hábitos, devoção sem censura e a fértil imaginação
de ser forte como um leão, esperta como uma raposa e orgulhosa
como um pavão a cada nova cor descoberta neste Paraíso

Isso. É isso que farei logo que sair do ovo. Serei um vagabundo bardo
e por todas as polei divulgarei quanto ainda é bom - ser criança de novo...

aqui Rá o Sol

Rá!
by Soaroir 6/1/20




Centro do universo

Os ventos sopram

As nuvens falseiam


Eu molhado. Gelado !

Sorvete

Você baunilha...




mote: "Aqui jaz o Sol"



Epitáfio
Vinicius de Moraes


Aqui jaz o Sol
Que criou a aurora
E deu a luz ao dia
E apascentou a tarde
O mágico pastor
De mãos luminosas
Que fecundou as rosas
E as despetalou.
Aqui jaz o Sol
O andrógino meigo
E violento, que
Possui a forma
De todas as mulheres
E morreu no mar.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

terça-feira, janeiro 05, 2010

Dia de Reis

Epifania
Soaroir 5/1/10


imagem:google

"Onde está o Rei dos Judeus, recém-nascido?
Vimos sua estrela e viemos adorá-lo".

Magos do Oriente, preparem-se
não há mais suprimento para seus camelos
retornarem aos seus reinos

precisamos de cobertores para o Norte
pontes e moradias para o Sul

enquanto aguardamos
......o apocalipse…


mote: "preparação"

A Via da Vida - Life´s Way

Soaroir 04/01/10

imagem:google

Quem prepara todo o plano
È o Engenheiro do Universo
Só seguimos o cronograma
Mesmo se suspeito insano

Ao final, bem no resumo,
O melhor foi o que foi feito
Mas se nada saiu direito
Cabe a nós mudar o rumo...


mote: "rumo"

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Humor Verde-Amarelo

Soaroir de Campos
02/01/2010

Mais do que em qualquer outra era,
a sociedade encena o papel principal.
Embora quem prenda a atenção do público
sejam os hilários coadjuvantes...


mote: "humor"

"O bom humor espalha mais felicidade que todas as riquezas do mundo.
Vem do hábito de olhar para as coisas com esperança e de esperar o melhor e não o pior."
Alfred Montapert

domingo, janeiro 03, 2010

Poesia no Metrô

Poesia Enjeitada
Soaroir
3/1/10

mote: "recusa"



Resultado de imagem para poesia no metrô

Comigo me desavim
No fundo da estação;
Poesia d’outra geração
Exposta nem só para mim!

Bem antes da escadaria
Plantei-me que nem fulô
Entre um e outro metrô
E o povo que corria

Cantei Sá de Miranda
Naquela poesia
Deixada na metrovia
Lugar onde não se anda

Até eu só neste dia
Parei para observar;
Muita gente vi parar
Pra saber o que eu via.


(depois eu conto as sílabas. Embora como Drummond, também rejeite o lirísmo comedido...)