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Tenho cá com meus botões
que o Maia foi radical
não sacando a mudança
para a era digital.
Só mostrou o quadro negro
que a moeda traz no fundo
um aprendiz de feiticeiro
lá só viu o fim do mundo.
Tal notícia não me abala
basta ver um anuário
igualmente divulgando
permanente calendário!
É só ler o outro lado
e a moeda nos dirá:
Sim...será o fim do mundo
se a esperança acabar...
(se der tempo arrumo depois)
Mote: ESPERANÇA
Dez réis de esperança
António Gedeão
Se não fosse esta certeza
que nem sei de onde me vem,
não comia, nem bebia,
nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que houvesse,
punha os joelhos á boca
e viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonha no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
essas máscaras selectas,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
se não fosse a fome e a sede
dessa humanidade exangue,
roía as unhas e os dedos
até os fazer em sangue.
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