Outono
José Eduardo Guedes
Do modo d`agente que faço um repente,
Na dor que maltrata no fundo, na lata;
Em cima do muro, não saio no escuro,
... Já me sinto gasto, por isso me afasto
De rolos, intrigas, não quero mais brigas.
O tempo e o cansaço mudaram meu passo,
Ando devagar com cuidados no olhar:
A moça é um jardim, mas não é para mim.
Estou já no outono, o recato é meu trono,
Meu sonho é pequeno, é ser simples, sereno,
Gostar do que tenho e aceitar que não venho
De um belo passado, em que fiz tudo errado.
Mas vou consertando, e uma hora me mando
E quero ir em paz; revoltado, jamais.
Um comentário:
Olá, amiga carioca de sampa!!! Muito obrigado por prestigiar o meu soneto. Um detalhe: há um lance curioso sobre o meu nome, não é Eduardo, é Edward, meu pai foi até meio que contrário, mas aceitou desde que o José estivesse presente, e saiba o porquê (abaixo). Abração e, mais uma vez, obrigado pelo carinho.
LEMBRA?
Mesmo que você não ache bão,
eu sou de Florália
e primo de Napoleão;
Meu tio João era alfaiate,
não sei se partiu cedo ou tarde,
mas foi ele quem me deu esse meu nome:
............. Edward ..........
Tio João mal falava o português,
mas achava importante ser inglês.
Lembra da tia Diola?
Ela trazia aguardente na sacola,
era a "Providência" que encontrava
pra amenizar a feiúra que lhe atazanava;
lembra da nossa prima Carmem,
daqueles lábios carnudos,
o olhar sempre espantado
e o rosto cheio de cravos?
Foram muitos tiros no saco
e muitos outros virão
até que assim como a tia Diola,
eu "tamém" vire um caco,
e os outros é que de mim rirão.
No mais,
Good bye (como diria tio João com seu inglês impecável de Oxford)
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