"Estou farto de
semideuses!"
minha alma é paciente,
espera até o último minuto
antes de malquistar-se;
mas eu, tenho pavio curto
não deixo pedra sobre pedra;
meu espelho insiste que sou franzina
deixo-o falando sozinho e parto,
vou em frente, não sigo ninguém;
ninguém me acompanha,
além de Deus.
já tive surto de normose,
na adolescência me vacinei;
depressão não me conecta
só em alta voltagem me ligo;
remorsos nem culpas me assolam
se minha alegria incomoda os tristes.
só fico mesmo furiosa é em NY
quando me chamam de portoriquenha,
em Porto Rico
se me confundem com francesa,
ou em França
quando me perguntam se sou inglesa.
aí, para me acalmar, saio correndo
pro meu país. Aqui pelo menos...
só me chamam de metida.
"Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?"
Àlvaro de Campos
minha alma é paciente,
espera até o último minuto
antes de malquistar-se;
mas eu, tenho pavio curto
não deixo pedra sobre pedra;
meu espelho insiste que sou franzina
deixo-o falando sozinho e parto,
vou em frente, não sigo ninguém;
ninguém me acompanha,
além de Deus.
já tive surto de normose,
na adolescência me vacinei;
depressão não me conecta
só em alta voltagem me ligo;
remorsos nem culpas me assolam
se minha alegria incomoda os tristes.
só fico mesmo furiosa é em NY
quando me chamam de portoriquenha,
em Porto Rico
se me confundem com francesa,
ou em França
quando me perguntam se sou inglesa.
aí, para me acalmar, saio correndo
pro meu país. Aqui pelo menos...
só me chamam de metida.
"Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?"
Àlvaro de Campos
(p poesia on-line do RL "ser igual/ser normal")
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