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terça-feira, janeiro 29, 2008

Ode à minha janela

Soaroir Maria de Campos
Jan. 29/08 14:11


Tuko/foto de Soaroir 2014

Primeira parte

Abra-se a fresta à noite cerrada
Pela liga tácita dos ermitas.
No breu, a alma da luz se agita.
Infiltra no vão ao rasgo da alvorada;
Oh visão, ressuscita!

Retoma a moldura e a vista alerta...
E os pássaros que ontem empunha!
Natureza que por tal via aberta
A todo o mundo testemunha;
Vai visão, seduz a vida!


" o que eu vejo das minhas janelas "- um passeio para
dentro de nós... Abraços ternos da Sunny

domingo, janeiro 27, 2008

Riquezas & Pobrezas

By: Soaroir Maria de Campos
Jan. 27/08 - 14:41 "ricos e pobres"














Aldemir Martins

Imaginação...isso sim é um tesouro
que ninguém sabe de seu esconderijo :
Vi o mote do dia, escutei uns cochichos
Era a “pobre de marré de si” que pobre, pensei
Apareceu “uma linda rosa juvenil”,
Dizendo-se presa em seu castelo
Longe de sua alegre choupana
“ foi aquela feiticeira má, muito má,
que me ingrupiu a esperar pelo belo rei”
Reneguei mais essa pobreza
Insistiu a rosa:
“ Espere, ainda sou rosa, decerto não mais linda
Estou presa em meu castelo e vivo
rica de saudade da pobreza juvenil”
- Isso não tem a ver com Chico Xavier...
Chegaram três cavaleiros
Todos três chapéu na mão
- Olá seus cavaleiros
O muro está muito alto,
o muro está muito alto
O tempo passa a correr
A pobreza corre a crescer
Olé, olá seus cavaleiros
Uma rima não vos faz falta
Deixe a rosa juvenil
Passar nesta ciranda de ser
Brincante poeta do Brasil.

sábado, janeiro 26, 2008

Uma rosa do povo para Drummond

By: Soaroir Maria de Campos
Jan 26/08 - 8:45

D eixaste para este mundo caduco
R imas e contos de labirintos
U m inseto cavando sem alarde
M ãos sujas de pedras de Josés;
M ateriais para a vida em clavilux.
O uro mais fino de Itabira,
N o meio do caminho de maltas
D entre outros poetas este te exalta.

Pensando bem

By: Soaroir Maria de Campos













Pensando bem
Não sei como ficaria
Este mundo sem você
E sem a tua poesia.
By: Soaroir Jan.25/08 - 14:45
"Imagine"


Pensando bem,
não sei como
ficaria este mundo
sem alguém
para inspirar
a minha poesia...
By Magno Jan2008

Lennon, meu ídolo, homem atormentado
É da tormenta que nascem os poetas
Jimii


Imagine
o mundo sem
sentido
de
inspiração

Um homem
sonhando
sem
uma mulher
pra ter

Uma mulher
andando
sem
um homem
pra ver

Magno de Barros: "... peço permissão a Soaroir e Jimii ..."

quarta-feira, janeiro 23, 2008

O Vácuo

By Soaroir Maria de Campos
Jan.23/02/08 11:45





a espera inventa
o tempo

a espera espera
sem tempo

a espera devora
o invento.





mote: "...Mas porque assim te invento
e já te troco as horas
vou passando dos teus braços
que não sei
para o vácuo em que me deixas
se demoras
nesta mansa certeza que não vens..."

Fragmentos do poema de Maria Thereza Horta

terça-feira, janeiro 22, 2008

Meu velho computador

By: Soaroir Maria de Campos
Jan. 22/08 14:55 "poema para um objeto'

Empalidecida tela
dando piscadelas,
oscilando as janelas
e as cores das figuras.
Esse meu computador...
Será que sente dor?
Será que anda inebriado
com meus poemas de amor?
Esse meu computador...
Será que sente saudades
do ábaco, da Remmignton, talvez
cansado da realidade virtual
ande com binárias analogias
pensando só em digital!
Meu velho computador...
Falta fósforo em sua screen
foi rareando esse alimentador
que você ficou assim.

DUETO Com Silvia Araújo Motta

Quando o Carnaval chegar
© Soaroir Maria de Campos e
Silvia Araújo Motta
(para poesia on-line do RL)
Jan. 21/08 13:45


Ah, vai ser uma fuzarca
Quando o Carnaval chegar
Eu vou me esbaldar
Vou tirar minha máscara

Serei gente do povo
Farei parte da massa
Com ela vou me sentar
No chão e comer de mão

Enquanto ela nobre,
Me fantasiarei de pobre
Vitimarei meu português
Pra falar a mesma língua

Não terei sobrenome
Nem colégio de nome
Serei aluna nessa escola
Onde todos serão “merrmão”

Quatro dias de mardi gras
Até Quarta-Feira de Cinzas
Quando passar o Carnaval
E eu voltar pro meu budoar.


DUETO com Soaroir Maria de Campos
Por Sílvia Araújo Motta


Quando o carnaval chegar
vou vestir a fantasia
minha dor vou espantar
cantando paz e alegria.

Quero mostrar o meu samba
quando o carnaval chegar
passarei o anel de bamba
para o campeão usar.

Os aplausos vou levar
porque aprendi a perder.
Quando o carnaval chegar
vou sorrir, não vou sofrer.

Fui campeão na avenida
cada escola vi passar...
Vou fazer um brinde à vida
quando o carnaval chegar

Belo Horizonte, 21 de janeiro de 2008.
www.recantodasletras.com.br/autores/silviaraujomotta

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Quando o Carnaval chegar

© Soaroir Maria de Campos
(para poesia on-line do RL)
Jan. 21/08 13:45



Ah, vai ser uma fuzarca
Quando o Carnaval chegar
Eu vou me esbaldar
Vou tirar minha máscara
Serei gente do povo
Farei parte da massa
Com ela vou me sentar
No chão e comer de mão
Enquanto ela nobre,
Me fantasiarei de pobre
Vitimarei meu português


Pra falar a mesma língua
Não terei sobrenome
Nem colégio de nome
Serei aluna nessa escola
Onde todos serão “merrmão”
Quatro dias de mardi gras
Até Quarta-Feira de Cinzas
Quando passar o Carnaval
E eu voltar pro meu budoar.

domingo, janeiro 20, 2008

Rima sem prima

Tanto faz como tanto fez
By: Soaroir 20/01/08 15:hs e minutos

"não me importo com as rimas"
Alberto Caeiro

Com rimas ou sem rimas
depois de escritos os versos
eles já não são mais meus
cada um lê de um jeito
sem atentar pros efeitos.


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Rima sem prima
© Soaroir Maria de Campos
Jan. 20/2008 - 15:15

Toda a minha poesia
No silêncio de versos mudos
Os quais também são surdos
Não carece de reiterar o som
Sua rima é a vida
E o compasso o coração
É como se houvesse nada
Antes das semelhanças imitadas
Realça dignidade e beleza
E mesmo entre as tristezas
Vem com força de exércitos
Na defesa que a obra prima
Desanuviada de qualquer rima.

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Dias sem inspiração


Trilhos para Felicidade
By Soaroir - 17/01/08 11:27
A bagagem da ansiedade continha medos
que fugiam à razão e fraquejavam
os objetivos de suas forças, antagônicas
a auto-estima para tanto peso. Confiava,
ingenuamente, seus bem arrumados pertences
a inescrupulosos carregadores que no percurso
lhe desfalcaram certezas e as substituíram
por objetos de conflito. Quando da conexão
para Felicidade desembarcou de mãos vazias,
portando apenas o reflexo ataque-fuga e,
sem pesos e consciência, seguiu viagem
para Egoísmo.


"Felicidade é uma viagem, não um destino".
Henrique de Souza Filho(Henfil) cartunista MG 1944/1988



Caras pálidas
By: Soaroir 16/01/08 10:20
"as faces da cara"
Minha cara-metade eu encontrei
Nem me importei com a cara feia
Dos caras que já namorei
Só não percebi o que estava na cara
Que aquele cara, minha cara, tinha mil caras.




Corrida maluca
By Soaroir 15/1/08 10:02
"esforço x sonhos"
L esei meus neurônios
E sforcei os meus braços
R ecosto... hoje no meu cansaço.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Esforço X Sonhos

Corrida maluca
By Soaroir 15/1/08 10:02
"esforço x sonhos"

L esei meus neurônios
E sforcei os meus braços
R ecosto... hoje, no meu cansaço.

terça-feira, janeiro 15, 2008

Poema visual

By: Soaroir
"poesia concreta"


O tempo ido assum ido
O tempo ido carcom ido
O tempo ido gem ido
O tempo ido maldorm ido
O tempo ido oprim ido
O tempo ido presum ido
O tempo ido reassum ido
O tempo ido redim ido
O tempo ido resum ido
O tempo ido suprim ido
O tempo ido tem ido
Sum ido sumido

Curimba

By Soaroir 11/01/08 - 12:27
P/Poesia on-line do RL "poesia cubista"














Texto original:
Curimba


pés no chão batido
curimba jongo, catira e tambô
atabaques e um tipo de bongô
saia farta e colorida gira
braço para cima o outro na cintura,
sorriso no rosto de improviso,
meia volta, volta e meia santa
então feliz a criatura canta

Prisão de ventre

By: Soaroir
Jan.13/2008 15:58 "Viagem"






Judiável crescera
Sofrera acostumada
Ao frio e agora ao catre
Imponente voz
Que à realidade chama:
-“Por hoje é só”
“Se não chover”,
justificou-se pras gaivotas:
“volto amanhã,
para outro banho de sol."

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Sobre Recomeço

By: Soaroir Jan. 14/08 11:59




Começa com a natureza
Que novo dia oferece
A cada amanhecer
Com certeza
Como na poda de um tronco
Um novo broto há de crescer.

sábado, janeiro 12, 2008

Cubismo consciente

Curimba
By: Soaroir Maria de Campos
Jan. 11/2008

















Pablo Picasso


Cubismo consciente
By: Soaroir Jan.12/2008

minhas fragmentadas poesias
respeitam a arte, não dão as costas
à poesia aristocrata renegada
aos cultos da Academia.
minhas poesias são como se houvesse nada
antes das semelhanças imitadas;
realçando a dignidade e a beleza,
mesmo entre as tristezas,
minhas poesias vêm com a força de exércitos
na defesa da obra que a vida prima
em minha anuviada realidade.

Soaroir
Publicado no Recanto das Letras em 12/01/2008
Código do texto: T813827

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Quadrívio

By: Soaroir Jan. 09/08 13:18
"entre dois amores"





















meu amor é todo do Johnny
mas quem me ama é Alfredo
pra ajudar neste arremedo
aceitei aconchegos do Tony
que am'a rica Clarice
- fique com ele, ela me disse:
estou me casando com o Johnny...
voltei então para Alfredo
que já se casara com Angela
sobejo de um outro enredo.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Recobrando a lucidez

By Soaroir 08/01/08 13:27
"Queres que te diga o que penso,
Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos,
Cegos que vêem, cegos que, vendo, não vêem" - Saramago














Guernica - Picasso


193 para o estatelado
Sirene estridente abrindo caminho
Está lá mais um corpo estendido
Caído do andaime no vão
Sobre o cimento ainda mole
Um corpo fraco de uma vida dura
Estatelado jaz no chão
Entre argamassas e estacas
De mais uma fundação
É cruel morrer assim
Trabalhando para viver
Enquanto em frente sem emoção
Outro joão escafandra
No lixo sua refeição
Escarafunchando restos para não morrer
É cruel viver assim.

Sobre nostalgia

By: Soaroir 07/01/08 - 9:55
"nostalgia"

Saudade, depressão, nostalgia
El mal de corazón...
Mais ataca na maturidade
Quando derrotas já se teve
E para essa tal retrofilia
Remédio é retornar à casa
Ou curtir a epidemia
À qual o mundo todo jaza.

domingo, janeiro 06, 2008

Sua majestade,o livro

By: Soaroir 06/01/08 13:58
"OS REIS (RAINHAS) EM NOSSAS VIDAS, QUEM FORAM (OU SÃO) ( OU SERÃO)"















Igualmente aos demais

Os meus amigos livros

Fugiram todos de mim

Quanto mais eu fui atrás.

Voltam hoje sem convite

Amigos, todos de uma só vez:

Refestelando-se com atraso

Num tempo quase limite.

Do Algave a Pindorama aportam

Unidos a Whitman e a Homero

Exibem de Dante a Neruda

Tudo o que jamais me disseram.

De bom grado eu os recebo

Com deferência trato seus temas

Nos encontros de passagens

Ou coincidentemente nos sebos.

Dentre os instrumentos inventados pelo homem, o mais impressionante é, sem dúvida, o livro. Os demais são extensões de seu corpo. O microscópio e o telescópio são extensões da visão; o telefone uma extensão da voz e finalmente temos o arado e a espada, ambos extensões do braço. O livro, porém, é outra coisa. O livro é uma extensão da memória e da imaginação. O Livro - Jorge Luiz Borges

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Em busca do azul

By: Soaroir - 4/1/08 - 13:40
"azul"





Indaguei Monet
Até a Prússia revirei
Só pra encontrar a cor
Azul de Nattier.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Ao boi-almiscarado

By: Soaroir Jan. 03 2008Mote: "homenagem"

imagem/google

homenageio o espírito
do boi-almiscarado
que em mim reencarna
por muitas e muitas eras.
ele, que me norteia
dentre tantas outras feras.


Imagem: geocities

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Os frutos de minhas vinhas

© Soaroir Maria de Campos
Jan. 01/2008 - 15:18
"que voce espera colher nesse ano"










Fui em busca de sementes
Apropriadas pra meu chão
Até que a terra quisesse
Acolher minha plantação
E neste ano que começa
Vou colher o semeado
Entre as flores e promessas,
Roçadas as ervas daninhas,
Este ano eu colherei
Os frutos de minhas vinhas.


(Dedicado ao(a) meu primeiro(a) neto(a))