Soaroir
31/3/09
imagem: google
Manhã é a metade do dia
Vagalhão é o pai da marola
Meu olhar é o meu guia
No curso das correntezas
Surreal como desmame
Não enxerga cor no bafio
Nem se fixa em gravames
Mas se os tosca desafia.
Alma inquieta em turfeira
Desentocaiada, eu suspeito
De soslaio, sobre a ombreira
Que como enxergo é perfeito.
Mote: "Com que olhos eu enxergo..."
terça-feira, março 31, 2009
segunda-feira, março 30, 2009
Haiku
Foto e Texto por Soaroir de Campos
Banquete de pássaros
sozinha a goiaba espera -
Bem no alto da sacada.
......xxx......
Amor passo a passo -
livre como as estações.
Adversário do abismo.
Banquete de pássaros
sozinha a goiaba espera -
Bem no alto da sacada.
......xxx......
Amor passo a passo -
livre como as estações.
Adversário do abismo.
Eis Outono
© Soaroir de Campos
ei-te experiente e renovado
chegaste tão manso,
vieste tão rápido, sem alarido...
alba canção da Natureza,
coloreies* tons medievais
norteadores de nossas folias.
equinócio do tempo,
ocaso do leste
estamos-nos mais envelhecidos,
eqüidistante clareza
extremes flores exuberantes
aquiesças outras ladezas.
ei-te experiente e renovado
chegaste tão manso,
vieste tão rápido, sem alarido...
tão outono...
Soaroir de Campos
12/3/07
ei-te experiente e renovado
chegaste tão manso,
vieste tão rápido, sem alarido...
alba canção da Natureza,
coloreies* tons medievais
norteadores de nossas folias.
equinócio do tempo,
ocaso do leste
estamos-nos mais envelhecidos,
eqüidistante clareza
extremes flores exuberantes
aquiesças outras ladezas.
ei-te experiente e renovado
chegaste tão manso,
vieste tão rápido, sem alarido...
tão outono...
Soaroir de Campos
12/3/07
domingo, março 29, 2009
Amor Hipnótico
Dueto Denize com Soaroir:
27/3/09
Amor é balsa flutuando
entre a Arca de Noé e a Barca do Inferno,
numa viagem não menos alucinada
do que tantas outras navegadas
do absinto ao ácido.
Soaroir
Amor grandioso transe
É hipnótico, muito louco
Balsa oscilante, até que canse
Flutuando num oceano oco
Entre o real e o emocional
A afetividade navega
Arca de ser racional
De era em era se entrega
Noé amou ao Criador
E deu-se numa aventura
A nau fez com amor
Barca insana que perdura
Do querer e do não querer
Inferno amoroso se faz
numa epopéia a vencer
Viagem em busca da paz
Não dizemos do amor o mal
Menos ainda da infelicidade
Alucinada emoção carnal
do espírito há cumplicidade
Que demência amor não satisfeito
Tantas dores no peito alojadas
Outras ainda o fazem imperfeito
Navegadas em ânsias não consumadas
Do efeito sonífero do amor
Absinto é ligeiro remédio
Ao sentir anestésico torpor
Ácido destino afasta o tédio...
Soaroir de Campos
Denise Severgnini
27/3/09
Amor é balsa flutuando
entre a Arca de Noé e a Barca do Inferno,
numa viagem não menos alucinada
do que tantas outras navegadas
do absinto ao ácido.
Soaroir
Amor grandioso transe
É hipnótico, muito louco
Balsa oscilante, até que canse
Flutuando num oceano oco
Entre o real e o emocional
A afetividade navega
Arca de ser racional
De era em era se entrega
Noé amou ao Criador
E deu-se numa aventura
A nau fez com amor
Barca insana que perdura
Do querer e do não querer
Inferno amoroso se faz
numa epopéia a vencer
Viagem em busca da paz
Não dizemos do amor o mal
Menos ainda da infelicidade
Alucinada emoção carnal
do espírito há cumplicidade
Que demência amor não satisfeito
Tantas dores no peito alojadas
Outras ainda o fazem imperfeito
Navegadas em ânsias não consumadas
Do efeito sonífero do amor
Absinto é ligeiro remédio
Ao sentir anestésico torpor
Ácido destino afasta o tédio...
Soaroir de Campos
Denise Severgnini
Cansaço
Dueto com Tetita
27/3/09
Cansaço fatal
Uma tristeza
um não sei quê
Invado-me na planicie
no verde da minha esperança.
Cansaço fatal, enfado meu
Uma tristeza , antojo, alerta
um não sei quê que se rompe
Invado-me na planicie aberta
no verde da minha esperança. E cansa
Té Soaroir
27/3/09
Cansaço fatal
Uma tristeza
um não sei quê
Invado-me na planicie
no verde da minha esperança.
Cansaço fatal, enfado meu
Uma tristeza , antojo, alerta
um não sei quê que se rompe
Invado-me na planicie aberta
no verde da minha esperança. E cansa
Té Soaroir
Adestramento
©Soaroir 29/3/09
Ando tratando muito bem meus cães.
Eles sempre estão procurando por mim -
Reclamando (minha) atenção.
O mote para o dia 29/03 é com base numa boa frase de freud;
"Cães amam seus amigos e mordem seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm sempre que misturar amor e ódio em suas relações." - Sigmund Freud
Sugestão de Marcelo Bancalero
Ando tratando muito bem meus cães.
Eles sempre estão procurando por mim -
Reclamando (minha) atenção.
O mote para o dia 29/03 é com base numa boa frase de freud;
"Cães amam seus amigos e mordem seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm sempre que misturar amor e ódio em suas relações." - Sigmund Freud
Sugestão de Marcelo Bancalero
Fotografia do Silêncio
Lagarta Bezerra
Soaroir 28/3/09
É belo olhar a nossa fotografia
A do passado. É belo até cair de lá.
- Essa ai nasceu pra ser homem, mas mudou de ideia no caminho
Sempre com os cabelos arrepiados como lagarta bezerra, nunca pára
Até parece que tem um bicho carpinteiro;
Joga malha, baleba, pula corda sobe até em goiabeira
Até parece ter parte com macacos ou não teria essa ligeireza.
Quisera descansar, mas preciso fazer o Imposto de Renda
A lista da dispensa, a cama, a comida – aspirar
Ir às compras, digladiar com a economia, com as contas
E as más sucedidas parcerias.
Ainda está emoldurado o retrato de quando eu pequena
A minha mãe fazia.
Nem mesmo eu sabia que aquele negativo
Era só um experimento
Para ser revelado nas cores de hoje em dia.
Mote do dia por Soaroir:
"Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. Eu estava saindo de uma festa,.
Eram quase quatro da manhã. Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre. Por fim eu enxerguei a nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com maiakoviski – seu criador. Fotografei a nuvem de calça e o poeta. Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
Mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal."
Manoel de Barros
Soaroir 28/3/09
É belo olhar a nossa fotografia
A do passado. É belo até cair de lá.
- Essa ai nasceu pra ser homem, mas mudou de ideia no caminho
Sempre com os cabelos arrepiados como lagarta bezerra, nunca pára
Até parece que tem um bicho carpinteiro;
Joga malha, baleba, pula corda sobe até em goiabeira
Até parece ter parte com macacos ou não teria essa ligeireza.
Quisera descansar, mas preciso fazer o Imposto de Renda
A lista da dispensa, a cama, a comida – aspirar
Ir às compras, digladiar com a economia, com as contas
E as más sucedidas parcerias.
Ainda está emoldurado o retrato de quando eu pequena
A minha mãe fazia.
Nem mesmo eu sabia que aquele negativo
Era só um experimento
Para ser revelado nas cores de hoje em dia.
Mote do dia por Soaroir:
"Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. Eu estava saindo de uma festa,.
Eram quase quatro da manhã. Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre. Por fim eu enxerguei a nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com maiakoviski – seu criador. Fotografei a nuvem de calça e o poeta. Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
Mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal."
Manoel de Barros
"A Grande Sede"
Soaroir 28/3/09
Descansa poeta, descansa,
Na Existência.
A vitória da essência
Ainda não chegou -
Mesma é a sua esperança
Mote do dia por Denize:
"A Grande Sede"
Se tens sede de Paz e d’Esperança,
se estás cego de Dor e de Pecado,
valha-te o Amor, ó grande abandonado,
sacia a sede com amor, descansa.
Ah! volta-te a esta zona fresca e mansa
do Amor e ficarás desafogado,
hás de ver tudo claro, iluminado
da luz que uma alma que tem fé alcança.
O coração que é puro e que é contrito,
se sabe ter doçura e ter dolência,
revive nas estrelas do Infinito.
Revive, sim, fica imortal, na essência
dos Anjos paira, não desprende um grito
e fica, como os Anjos, na Existência.Cruz e Sousa
Este mote possibilita diversas leituras poéticas!Ótimas inspirações
Descansa poeta, descansa,
Na Existência.
A vitória da essência
Ainda não chegou -
Mesma é a sua esperança
Mote do dia por Denize:
"A Grande Sede"
Se tens sede de Paz e d’Esperança,
se estás cego de Dor e de Pecado,
valha-te o Amor, ó grande abandonado,
sacia a sede com amor, descansa.
Ah! volta-te a esta zona fresca e mansa
do Amor e ficarás desafogado,
hás de ver tudo claro, iluminado
da luz que uma alma que tem fé alcança.
O coração que é puro e que é contrito,
se sabe ter doçura e ter dolência,
revive nas estrelas do Infinito.
Revive, sim, fica imortal, na essência
dos Anjos paira, não desprende um grito
e fica, como os Anjos, na Existência.Cruz e Sousa
Este mote possibilita diversas leituras poéticas!Ótimas inspirações
Das Paixões
Soaroir
27/3/09
(2ª tentativa)
A paixão da cobiça é a espada e a terra
Mas a paixão do amor é a felicidade
Presente no mundo em maior quantidade
Ele por isso prevalece sobre a guerra.
A paixão do belicoso é a espada e a terra
Mas a paixão do plácido é pela felicidade
Presente no mundo em maior quantidade
Por isso o amor prevalece sobre a guerra.
...
...
Mote do dia:
Citação do livro "PAIXÕES" - de Rosa Montero, 2005.
"... o apaixonado sai de si mesmo e se perde no outro, ou, melhor dizendo, naquilo que imagina no outro. ... a paixão é uma espécie de sonho que se deteriora em contato com a realidade. "
Denis de Rougemont, ensaísta suiço, dizia em "A história do Amor no ocidente" :
" O amor feliz não tem história.
Só o amor ameaçado é digno de um romance.
Os poetas cantam o amor como se tratasse de vida verdadeira,
"mas essa vida verdadeira é a vida impossível".
27/3/09
(2ª tentativa)
A paixão da cobiça é a espada e a terra
Mas a paixão do amor é a felicidade
Presente no mundo em maior quantidade
Ele por isso prevalece sobre a guerra.
A paixão do belicoso é a espada e a terra
Mas a paixão do plácido é pela felicidade
Presente no mundo em maior quantidade
Por isso o amor prevalece sobre a guerra.
...
...
Mote do dia:
Citação do livro "PAIXÕES" - de Rosa Montero, 2005.
"... o apaixonado sai de si mesmo e se perde no outro, ou, melhor dizendo, naquilo que imagina no outro. ... a paixão é uma espécie de sonho que se deteriora em contato com a realidade. "
Denis de Rougemont, ensaísta suiço, dizia em "A história do Amor no ocidente" :
" O amor feliz não tem história.
Só o amor ameaçado é digno de um romance.
Os poetas cantam o amor como se tratasse de vida verdadeira,
"mas essa vida verdadeira é a vida impossível".
Amor é...
Soaroir 26/3/09
Amor é balsa flutuando
entre a Arca de Noé e a Barca do Inferno,
numa viagem não menos alucinada
do que tantas outras navegadas
do absinto ao ácido.
Mote:
"As sem-razões do amor"
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
Amor é balsa flutuando
entre a Arca de Noé e a Barca do Inferno,
numa viagem não menos alucinada
do que tantas outras navegadas
do absinto ao ácido.
Mote:
"As sem-razões do amor"
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
Um Quarto Familiar
(de adolescente)
Por Soaroir 25/3/09
Uma porta, três paredes e uma janela
Na empoeirada escrivaninha um PC
Sob ela fios ligados para todo lado
CDs despencando das prateleiras
Na fachada enfeitada por bandeiras.
Gil Vicente é (só mais) um peso de papel
Salva vida de formas e grandezas
Entre outros volumes, meias, tênis e jeans
Boiando a deriva num mar particular -
Espaço onde se entra de costas
Para não deixar de olhar pra frente.
Mote: No Quarto...
"...Passa de uma você deve estar na cama
À noite a Via Láctea é um Oka de prata
Não tenho pressa para que acordar-te
com relâmpago de mais um telegrama
como se diz o caso está enterrado
a canoa do amor se quebrou no quotidiano
Estamos quites, inútil o apanhado
da mútua do mútua quota de dano
Vê como tudo agora emudeceu
Que tributo de estrelas a noite impôs ao céu
em horas como esta eu me ergo e converso
com os séculos a história do universo..."
FRAGMENTOS, Vladimir Maiakóvski,
(tradução: Augusto de Campos)
Por Soaroir 25/3/09
Uma porta, três paredes e uma janela
Na empoeirada escrivaninha um PC
Sob ela fios ligados para todo lado
CDs despencando das prateleiras
Na fachada enfeitada por bandeiras.
Gil Vicente é (só mais) um peso de papel
Salva vida de formas e grandezas
Entre outros volumes, meias, tênis e jeans
Boiando a deriva num mar particular -
Espaço onde se entra de costas
Para não deixar de olhar pra frente.
Mote: No Quarto...
"...Passa de uma você deve estar na cama
À noite a Via Láctea é um Oka de prata
Não tenho pressa para que acordar-te
com relâmpago de mais um telegrama
como se diz o caso está enterrado
a canoa do amor se quebrou no quotidiano
Estamos quites, inútil o apanhado
da mútua do mútua quota de dano
Vê como tudo agora emudeceu
Que tributo de estrelas a noite impôs ao céu
em horas como esta eu me ergo e converso
com os séculos a história do universo..."
FRAGMENTOS, Vladimir Maiakóvski,
(tradução: Augusto de Campos)
Semear é Preciso, Colher não é Preciso
Soaroir 24/3/09
Como saber se a semente é podre
Quando o fardo recebido vem lacrado
Como saber que a terra não é fértil
Se a escolha é aleatória
Sigo meu instinto animal
O farol inato
Sinto o vento nas ventas
O sol no lombo carcomido
O cheiro da chuva
E pelo faro eu,
Com afinco, finco a raiz.
Mote: Semear e Colher
O que importa na vida não é o
ponto de partida, mas a caminhada.
Caminhando e semeando, no fim
terás o que colher.
(Cora Coralina)
Como saber se a semente é podre
Quando o fardo recebido vem lacrado
Como saber que a terra não é fértil
Se a escolha é aleatória
Sigo meu instinto animal
O farol inato
Sinto o vento nas ventas
O sol no lombo carcomido
O cheiro da chuva
E pelo faro eu,
Com afinco, finco a raiz.
Mote: Semear e Colher
O que importa na vida não é o
ponto de partida, mas a caminhada.
Caminhando e semeando, no fim
terás o que colher.
(Cora Coralina)
Mudança
Soaroir 23/3/09
Mudo a sala, a cozinha as cortinas
De casa , de bairro, de caminho
Mudo até o dia de uma decisão
Nenhuma mudança me sacia
Se um dia eu não puder mudar
Nuanças de desafetos por ventura
Incrustadas na imutável cor
De minha origem, raça e alma.
Mote: Mudança
METAMORFOSE
Meu coração repleto de esplendores
Como as grutas fantásticas do Oriente,
Será digno de ti. Por ti somente
Foi que eu junquei meu coração de flores.
Por ti despi-o, das passadas cores
Por ti sequei a lágrima pungente,
Que gotejava como o orvalho ardente,
Silenciosa sobre as minhas dores !
Entra. Percorre estes vergeis risonhos,
Calca a sorrir a terra umedecida
Onde palpita o mundo dos meus sonhos.
Fica, porém, atenta e prevenida;
Hás de ouvir, muitas vezes, os medonhos
E surdos ais de uma ilusão perdida.
Luis Guimarães
Luiz Caetano Pereira Guimarães Jr. (1847/1898)
Nasceu no Rio de Janeiro,dedicou-se à carreira diplomática. O soneto "Visita à Casa Paterna" consagrou-o como poeta, Escreveu os livros: Sonetos e Rimas, ; Poema dos Mortos; Noturnos; Curvas e Ziguezagues e outros. Foi sócio fundador da Academia Brasileira de Letras.
Mudo a sala, a cozinha as cortinas
De casa , de bairro, de caminho
Mudo até o dia de uma decisão
Nenhuma mudança me sacia
Se um dia eu não puder mudar
Nuanças de desafetos por ventura
Incrustadas na imutável cor
De minha origem, raça e alma.
Mote: Mudança
METAMORFOSE
Meu coração repleto de esplendores
Como as grutas fantásticas do Oriente,
Será digno de ti. Por ti somente
Foi que eu junquei meu coração de flores.
Por ti despi-o, das passadas cores
Por ti sequei a lágrima pungente,
Que gotejava como o orvalho ardente,
Silenciosa sobre as minhas dores !
Entra. Percorre estes vergeis risonhos,
Calca a sorrir a terra umedecida
Onde palpita o mundo dos meus sonhos.
Fica, porém, atenta e prevenida;
Hás de ouvir, muitas vezes, os medonhos
E surdos ais de uma ilusão perdida.
Luis Guimarães
Luiz Caetano Pereira Guimarães Jr. (1847/1898)
Nasceu no Rio de Janeiro,dedicou-se à carreira diplomática. O soneto "Visita à Casa Paterna" consagrou-o como poeta, Escreveu os livros: Sonetos e Rimas, ; Poema dos Mortos; Noturnos; Curvas e Ziguezagues e outros. Foi sócio fundador da Academia Brasileira de Letras.
sexta-feira, março 27, 2009
E book do Amor
Presente de Denize Servegnini para os poetas do Recanto das Letras
http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/1507423
http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/1507423
segunda-feira, março 23, 2009
"A Hora do Planeta"
Soaroir
22/3/09
Cessem no espaço o lixo
As navegações que fazem
A fama das vitórias que têm
Aponto num canto solitário
A importância de Marte e Lua
Mas a Terra
[é a nossa mais antiga musa.
...
...
Mote do dia
22/3/09
Cessem no espaço o lixo
As navegações que fazem
A fama das vitórias que têm
Aponto num canto solitário
A importância de Marte e Lua
Mas a Terra
[é a nossa mais antiga musa.
...
...
Mote do dia
Sou...
Soaroir 20/3/09
Sou pilha(¹) de carbono
Movida à energia solar
Dormindo de noite
Para de dia atuar
...
...
(¹) verbo
Mote:
Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos são pássaros engaiolados,
sentimentos são pássaros em voo.
Mário Quintana
Sou pilha(¹) de carbono
Movida à energia solar
Dormindo de noite
Para de dia atuar
...
...
(¹) verbo
Mote:
Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos são pássaros engaiolados,
sentimentos são pássaros em voo.
Mário Quintana
SER–AÍ
Soaroir 19/3/09
SerAfimAfinaSerEiaEna
SerIadoIemaSerOarÔdio
SerUdaUtinga.
Mote: "Conjugando o verbo Ser"
Verbo Ser
Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer?
Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa,
e cabem tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser... Esquecer.
Carlos Drummond de Andrade
SerAfimAfinaSerEiaEna
SerIadoIemaSerOarÔdio
SerUdaUtinga.
Mote: "Conjugando o verbo Ser"
Verbo Ser
Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer?
Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa,
e cabem tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser... Esquecer.
Carlos Drummond de Andrade
sábado, março 21, 2009
Fuga da Estação
Soaroir 21/3/09
Outro dia pensei na tristeza
Uma espécie de meditação
Tentei um poema triste
O tempo mostrou só Verão
Não saiu nenhum poema
Ou poesia de prostração.
MOTE:Um Poema Triste
inspire-se em Mário Quintana
(o poetinha)
"Eu Escrevi um Poema Triste
Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!"
Mario Quintana - "A Cor do Invisível"
Outro dia pensei na tristeza
Uma espécie de meditação
Tentei um poema triste
O tempo mostrou só Verão
Não saiu nenhum poema
Ou poesia de prostração.
MOTE:Um Poema Triste
inspire-se em Mário Quintana
(o poetinha)
"Eu Escrevi um Poema Triste
Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa, ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel!"
Mario Quintana - "A Cor do Invisível"
quarta-feira, março 18, 2009
Projetos
by Soaroir - St. Neots/Cambridgeshire/UK - Julho 2014
Meus Projetos
Soaroir Maria de Campos
Sonhei pisar no sagrado chão das inacessíveis catedrais
Dividir os palcos com as ciências e com as artes imortais
Fazer com os meus diamantes figa aos focos dos holofotes
E a qualquer custo me manter distante da frisa dos ignorantes
Mas desisti após o segundo ato.
A Grande Muralha da China, Machu Picchu, Everest,
Ah, nada que me tire o fôlego consta de meus projetos
Talvez ir a Jordânia ver de perto o monumento de Petra
Voltar ao Rio para fazer poesia sob os Arcos da Lapa
Coisas assim, simples, de meros mortais.
Ao passar tudo a limpo só num propósito eu insisto
Quero que na hora de seguir para o Taj Mahal,
Eu esteja tão bêbada de bom Scotch Wiskey
Que eu não me negue de perdoar qualquer um
Do arrependido ou maledicente.
Copyright Soaroir de Campos
18/3/09
"Meus Projetos"
Clodovil. Por Soaroir
Ceando com Plutão
Soaroir 18/3/09
Eu queria fazer uma Crônica, mas preciso correr para penhorar umas jóias e cobrir um cheque de emergência. Então que seja só esta croniquinha muito pobre como toda aquela gente fazendo média e repetindo frases decoradas para o momento: “ ele era tão....” ou “ele vai fazer falta” “a sua importância para ”...
Agora é tarde. Não adianta sair correndo por ai atrás dos seus feitos, da real importância do artista Clodovil Hernandez.. “É tarde, muito tarde. É tarde até que arde...” para os estoriadores apressadinhos em lançar biografias – os mesmos que certamente o viam com censura ou desdém –... Mas eu gostava dele, talvez tivessemos, além do signo , alguma coisa em comum na irreverencia. Eu votei nele e continuarei votando cada vez que ligar a televisão e vir a falta de bom gosto, e nos desfiles de panos e trapos, eu sentirei saudade da sua alta costura..
Bom. Eu preciso ir. Que o sempre elegante homem Clodovil esteja em boas companhias exibindo sua sabedoria, bom gosto e prazer pela vida – especialmente agora ceando com Plutão.
("ESTA NOITE CEAREMOS COM PLUTÃO!",
disse Leônidas aos 300 de Esparta)
obs.
Plutão aqui é o Deus dos mortos
(texto sem revisão)
Soaroir 18/3/09
Eu queria fazer uma Crônica, mas preciso correr para penhorar umas jóias e cobrir um cheque de emergência. Então que seja só esta croniquinha muito pobre como toda aquela gente fazendo média e repetindo frases decoradas para o momento: “ ele era tão....” ou “ele vai fazer falta” “a sua importância para ”...
Agora é tarde. Não adianta sair correndo por ai atrás dos seus feitos, da real importância do artista Clodovil Hernandez.. “É tarde, muito tarde. É tarde até que arde...” para os estoriadores apressadinhos em lançar biografias – os mesmos que certamente o viam com censura ou desdém –... Mas eu gostava dele, talvez tivessemos, além do signo , alguma coisa em comum na irreverencia. Eu votei nele e continuarei votando cada vez que ligar a televisão e vir a falta de bom gosto, e nos desfiles de panos e trapos, eu sentirei saudade da sua alta costura..
Bom. Eu preciso ir. Que o sempre elegante homem Clodovil esteja em boas companhias exibindo sua sabedoria, bom gosto e prazer pela vida – especialmente agora ceando com Plutão.
("ESTA NOITE CEAREMOS COM PLUTÃO!",
disse Leônidas aos 300 de Esparta)
obs.
Plutão aqui é o Deus dos mortos
(texto sem revisão)
terça-feira, março 17, 2009
Fragata sobre Arquipélagos
Ser Jovem
Soaroir
17/3/09
Jovem é uma fragata sobrevoando encantados
Arquipélagos no meio de encrespados oceanos
Onde a singular sabedoria é nunca, jamais
Parar de avoar e sonhar com beleza e liberdade.
Mote: SER JOVEM
"....Ser jovem é olhar a vida de frente, bem nos olhos,
saudando cada novo dia, como presente de Deus.
Ser jovem é realimentar o entusiasmo, o sorriso,
a esperança, a alegria, a cada amanhecer...
Ser jovem é acreditar um pouco na imortalidade, em vida.
É querer a festa, o jogo, a brincadeira, a lua, o impossível.
Ser jovem é ser bêbado de infinitos que terminam logo ali.
É só pensar na morte, de vez em quando. .."
"...Ser jovem é embrulhar as fossas no celofane do não faz mal.
É crer no que não vale a pena ,
mas ai da vida se não fosse assim.
Ser jovem é misturar tudo isso com a idade que se tenha,
trinta, quarenta, cinquenta, sessenta, setenta ou dezenove.
É sempre abrir a porta com emoção.
É abraçar esquinas, mundos, luzes, flores, livros,
discos, cachorros com um profundo,
aberto e incomensurável abraço feito de festa,
dentes brancos e tímidos, todos prontos
para os desencontros da vida.
Com uma profunda e permanente vontade de ser..."
Artur da Távola
Soaroir
17/3/09
Jovem é uma fragata sobrevoando encantados
Arquipélagos no meio de encrespados oceanos
Onde a singular sabedoria é nunca, jamais
Parar de avoar e sonhar com beleza e liberdade.
Mote: SER JOVEM
"....Ser jovem é olhar a vida de frente, bem nos olhos,
saudando cada novo dia, como presente de Deus.
Ser jovem é realimentar o entusiasmo, o sorriso,
a esperança, a alegria, a cada amanhecer...
Ser jovem é acreditar um pouco na imortalidade, em vida.
É querer a festa, o jogo, a brincadeira, a lua, o impossível.
Ser jovem é ser bêbado de infinitos que terminam logo ali.
É só pensar na morte, de vez em quando. .."
"...Ser jovem é embrulhar as fossas no celofane do não faz mal.
É crer no que não vale a pena ,
mas ai da vida se não fosse assim.
Ser jovem é misturar tudo isso com a idade que se tenha,
trinta, quarenta, cinquenta, sessenta, setenta ou dezenove.
É sempre abrir a porta com emoção.
É abraçar esquinas, mundos, luzes, flores, livros,
discos, cachorros com um profundo,
aberto e incomensurável abraço feito de festa,
dentes brancos e tímidos, todos prontos
para os desencontros da vida.
Com uma profunda e permanente vontade de ser..."
Artur da Távola
"Loucura da Lucidez"
No Quartinho dos Fundos
(Primeiro Ato)
Soaroir 16/3/09
Entulhos entulhos entulhos
-Aqui cheira bagunça.
-Então cheira a gente!
-Ah, ordem é bicho!?
-Liberdade é o avesso da arrumação.
- ...Se pelo menos espanassem Padre Quevedo e Blake!
- Quá! Essa conversa vai longe...
...
Mote: "Loucura da Lucidez"
Há sempre alguma loucura no amor.Mas há sempre um pouco de razão na loucura.
(Nietzsche)
(Primeiro Ato)
Soaroir 16/3/09
Entulhos entulhos entulhos
-Aqui cheira bagunça.
-Então cheira a gente!
-Ah, ordem é bicho!?
-Liberdade é o avesso da arrumação.
- ...Se pelo menos espanassem Padre Quevedo e Blake!
- Quá! Essa conversa vai longe...
...
Mote: "Loucura da Lucidez"
Há sempre alguma loucura no amor.Mas há sempre um pouco de razão na loucura.
(Nietzsche)
O Beijo
Soaroir
15/3/09
Beijos são para serem dados
Jogados, enviados e recebidos
Sem valor quando guardados -
Mais preciosos se roubados.
ou :
Para serem dados,
Jogados, enviados e recebidos
Beijos perdem o valor se guardados
São mais preciosos quando roubados.
Mote:"Quanto mais desejo um beijo seu, muito mais eu vejo gosto em viver..." Djavan
15/3/09
Beijos são para serem dados
Jogados, enviados e recebidos
Sem valor quando guardados -
Mais preciosos se roubados.
ou :
Para serem dados,
Jogados, enviados e recebidos
Beijos perdem o valor se guardados
São mais preciosos quando roubados.
Mote:"Quanto mais desejo um beijo seu, muito mais eu vejo gosto em viver..." Djavan
sábado, março 14, 2009
O Receio
Soaroir 14/3/09
imagem:cinefilosofia
No primeiro dia de um Abril
A experiência pariu o Receio
Que mora entre encasquetados
Nutridos com possibilidades
Alcunhado de apreensão
Ele transita da mente ao peito -
Como prudência ou como medo
Receio é sempre um desafio.
Bem cevado Receio é Pã
Com a sua irreverente flauta
Avelhentado é um grande antro
De angustiantes gasturas
[que escapam do discernimento.
Mote: "Receio"
"Tenho receio de sonhar demais,
De construir castelos sobre areia,
Expostos, fragilmente, aos vendavais,
À tempestade que o terror semeia.
Melhor é não sonhar, não construir,
Pra não sentir-se a queda singular
De todo um monumento a se ruir
Por sobre a areia quente do pensar...
É triste os próprios sonhos sepultar
E esboroados seus castelos ver...
É bem melhor viver e não sonhar...
É bem melhor, sem ilusões, morrer..."
Antonio Lycério Pompeo de Barros - RL
Fonte: Devaneios (Poesia & Prosa). Editora
da Universidade Federal de Mato Grosso,
2003:91
imagem:cinefilosofia
No primeiro dia de um Abril
A experiência pariu o Receio
Que mora entre encasquetados
Nutridos com possibilidades
Alcunhado de apreensão
Ele transita da mente ao peito -
Como prudência ou como medo
Receio é sempre um desafio.
Bem cevado Receio é Pã
Com a sua irreverente flauta
Avelhentado é um grande antro
De angustiantes gasturas
[que escapam do discernimento.
Mote: "Receio"
"Tenho receio de sonhar demais,
De construir castelos sobre areia,
Expostos, fragilmente, aos vendavais,
À tempestade que o terror semeia.
Melhor é não sonhar, não construir,
Pra não sentir-se a queda singular
De todo um monumento a se ruir
Por sobre a areia quente do pensar...
É triste os próprios sonhos sepultar
E esboroados seus castelos ver...
É bem melhor viver e não sonhar...
É bem melhor, sem ilusões, morrer..."
Antonio Lycério Pompeo de Barros - RL
Fonte: Devaneios (Poesia & Prosa). Editora
da Universidade Federal de Mato Grosso,
2003:91
Idade Dourada
Soaroir
13/3/09
Foi nesta idade de ser feliz que descobri
Que enquanto eu andava chutando lata
Sem tempo para sonhar e me divertir
Desorientada, correndo como barata
Pouco ou nada de verdade eu produzi
Desacelerada hoje feliz vivo escrevendo
Tudo sobre o tempo em que eu só corri
E no dia em que nada lerem de mim
Estejam certos que nesse dia eu morri.
Mote: "A Idade para ser Feliz"
"Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida
e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.
Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa."
(Autor desconhecido)
13/3/09
Foi nesta idade de ser feliz que descobri
Que enquanto eu andava chutando lata
Sem tempo para sonhar e me divertir
Desorientada, correndo como barata
Pouco ou nada de verdade eu produzi
Desacelerada hoje feliz vivo escrevendo
Tudo sobre o tempo em que eu só corri
E no dia em que nada lerem de mim
Estejam certos que nesse dia eu morri.
Mote: "A Idade para ser Feliz"
"Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida
e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.
Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa."
(Autor desconhecido)
sexta-feira, março 13, 2009
"Todas as Vidas"
Soaroir 12/3/09
Para ser bastante sábia e bastante feliz
Todas as vidas que em mim viveram um dia
São cabeças que não hão de virar a minha
Hoje descabelada sobre a face enrugada
Cujos olhos verdes se avermelharam
Amadureceram como os desejos de outrora -
Ainda cálidos, mas agora moderados
...
...
Mote do dia:
("Vive dentro de mim
a mulher do povo,
bem proletária...
Vive dentro de mim
a mulher roceira...
... madrugadeira...
Vive dentro de mim
a mulher da vida...
Todas as vidas dentro de mim
Na minha vida..."
Trechos de poesia de CORA CORALINA, "Todas as Vidas".)
Para ser bastante sábia e bastante feliz
Todas as vidas que em mim viveram um dia
São cabeças que não hão de virar a minha
Hoje descabelada sobre a face enrugada
Cujos olhos verdes se avermelharam
Amadureceram como os desejos de outrora -
Ainda cálidos, mas agora moderados
...
...
Mote do dia:
("Vive dentro de mim
a mulher do povo,
bem proletária...
Vive dentro de mim
a mulher roceira...
... madrugadeira...
Vive dentro de mim
a mulher da vida...
Todas as vidas dentro de mim
Na minha vida..."
Trechos de poesia de CORA CORALINA, "Todas as Vidas".)
quarta-feira, março 11, 2009
Noite Bulida
(Insônia)
By Soaroir
11/3/09
imagem:ufrgs.br
Eu sou aquela sem hora –
chego quando bem entendo
aproveito-me das aflições,
By Soaroir
11/3/09
imagem:ufrgs.br
Eu sou aquela sem hora –
chego quando bem entendo
aproveito-me das aflições,
(sem más intenções nas aflições)
cavouco onde o solo é mais fino
e me instalo no que mais estala
na construção de cada dia,
taciturna mente noturna
antecâmara da culpa e da razão
onde sou hífen de pesadelos e sonhos -
himen entre reprimidos gozos
sou grilhões me despartindo toda -
tudo - pela hora da noite.
...
...
cavouco onde o solo é mais fino
e me instalo no que mais estala
na construção de cada dia,
taciturna mente noturna
antecâmara da culpa e da razão
onde sou hífen de pesadelos e sonhos -
himen entre reprimidos gozos
sou grilhões me despartindo toda -
tudo - pela hora da noite.
...
...
noite de dia
(Insônia - Um dia de noite)
Soaroir 11/3/09
Já se infiltra no vão o rasgo da alvorada
Felizes os desacordados...
Eu sonolenta e insone - ressuscita
Seduza-me insonioso dia de noite.
II
Soaroir 11/3/09
Já se infiltra no vão o rasgo da alvorada
Felizes os desacordados...
Eu sonolenta e insone - ressuscita
Seduza-me insonioso dia de noite.
II
Noite Bulida
(insônia)
By Soaroir
11/3/09
Eu sou aquela sem hora –
chego quando bem entendo
sem más intenções nas aflições,
cavouco onde o solo é mais fino
e me instalo no que mais estala
na construção de cada dia,
taciturna mente noturna
antecâmara da culpa e da razão
onde sou hífen de pesadelos e sonhos -
himen entre reprimidos gozos
sou grilhões me despartindo toda -
tudo - pela hora da noite.
...
...
By Soaroir
11/3/09
Eu sou aquela sem hora –
chego quando bem entendo
sem más intenções nas aflições,
cavouco onde o solo é mais fino
e me instalo no que mais estala
na construção de cada dia,
taciturna mente noturna
antecâmara da culpa e da razão
onde sou hífen de pesadelos e sonhos -
himen entre reprimidos gozos
sou grilhões me despartindo toda -
tudo - pela hora da noite.
...
...
"CINO"
Soaroir
10/3/09
Puro sangue vira-latas
sem dono, rumando outra estrada
curvado diante da atenção -
breve, de cadelas para um cão.
Dedilhando a mesma lira
graciosa em todo seu aspecto
nos plectros e diapasão -
mesmo assim é só canção.
...
...
NOTA: (Cino é uma comuna italiana da região da Lombardia, província de Sondrio, com cerca de 335 habitantes. Estende-se por uma área de 5 km2, tendo uma densidade populacional de 67 hab/km2. Faz fronteira com Cercino, Dubino, Mantello, Novate Mezzola. Fonte: Wikipedia
Acepções: " elemento de composição: antepositivo do gr. kúón,kunós 'cão, cadela" Houaiss)
Mote:
"Lábios, palavras, e lhes armamos armadilhas,
Sonhos, palavras, e são como jóias,
Estranhos bruxedos de velha divindade,
Corvos, noites, carícia:
E eis que não o são;
Já se tornaram almas de canção."
("CINO", Ezra Pound, tradução de Mário Faustino)
CINO
Ezra Pound
Italian Campagna 1309, the open road
"Bah! I have sung women in three cities,
But it is all the same;
And I will sing of the sun.
Lips, words, and you snare them,
Dreams, words, and they are as jewels,
Strange spells of old deity,
Ravens, nights, allurement:
And they are not;
Having become the souls of song.
Eyes, dreams, lips, and the night goes.
Being upon the road once more,
They are not.
Forgetful in their towers of our tuneing
Once for wind-runeing
They dream us-toward and
Sighing, say, ``Would Cino,
Passionate Cino, of the wrinkling eyes,
Gay Cino, of quick laughter,
Cino, of the dare, the jibe.
Frail Cino, strongest of his tribe
That tramp old ways beneath the sun-light,
Would Cino of the Luth were here!''
Once, twice a year---
Vaguely thus word they:
``Cino?'' ``Oh, eh, Cino Polnesi
The singer is't you mean?''
``Ah yes, passed once our way,
A saucy fellow, but . . .
(Oh they are all one these vagabonds),
Peste! 'tis his own songs?
Or some other's that he sings?
But *you*, My Lord, how with your city?''
My you ``My Lord,'' God's pity!
And all I knew were out, My Lord, you
Were Lack-land Cino, e'en as I am,
O Sinistro.
I have sung women in three cities.
But it is all one.
I will sing of the sun.
. . . eh? . . . they mostly had grey eyes,
But it is all one, I will sing of the sun.
``'Pollo Phoibee, old tin pan, you
Glory to Zeus' aegis-day,
Shield o' steel-blue, th' heaven o'er us
Hath for boss thy lustre gay!
'Pollo Phoibee, to our way-fare
Make thy laugh our wander-lied;
Bid thy 'flugence bear away care.
Cloud and rain-tears pass they fleet!
Seeking e'er the new-laid rast-way
To the gardens of the sun . . .
* * *
I have sung women in three cities
But it is all one.
I will sing of the white birds
In the blue waters of heaven,
The clouds that are spray to its sea."
10/3/09
Puro sangue vira-latas
sem dono, rumando outra estrada
curvado diante da atenção -
breve, de cadelas para um cão.
Dedilhando a mesma lira
graciosa em todo seu aspecto
nos plectros e diapasão -
mesmo assim é só canção.
...
...
NOTA: (Cino é uma comuna italiana da região da Lombardia, província de Sondrio, com cerca de 335 habitantes. Estende-se por uma área de 5 km2, tendo uma densidade populacional de 67 hab/km2. Faz fronteira com Cercino, Dubino, Mantello, Novate Mezzola. Fonte: Wikipedia
Acepções: " elemento de composição: antepositivo do gr. kúón,kunós 'cão, cadela" Houaiss)
Mote:
"Lábios, palavras, e lhes armamos armadilhas,
Sonhos, palavras, e são como jóias,
Estranhos bruxedos de velha divindade,
Corvos, noites, carícia:
E eis que não o são;
Já se tornaram almas de canção."
("CINO", Ezra Pound, tradução de Mário Faustino)
CINO
Ezra Pound
Italian Campagna 1309, the open road
"Bah! I have sung women in three cities,
But it is all the same;
And I will sing of the sun.
Lips, words, and you snare them,
Dreams, words, and they are as jewels,
Strange spells of old deity,
Ravens, nights, allurement:
And they are not;
Having become the souls of song.
Eyes, dreams, lips, and the night goes.
Being upon the road once more,
They are not.
Forgetful in their towers of our tuneing
Once for wind-runeing
They dream us-toward and
Sighing, say, ``Would Cino,
Passionate Cino, of the wrinkling eyes,
Gay Cino, of quick laughter,
Cino, of the dare, the jibe.
Frail Cino, strongest of his tribe
That tramp old ways beneath the sun-light,
Would Cino of the Luth were here!''
Once, twice a year---
Vaguely thus word they:
``Cino?'' ``Oh, eh, Cino Polnesi
The singer is't you mean?''
``Ah yes, passed once our way,
A saucy fellow, but . . .
(Oh they are all one these vagabonds),
Peste! 'tis his own songs?
Or some other's that he sings?
But *you*, My Lord, how with your city?''
My you ``My Lord,'' God's pity!
And all I knew were out, My Lord, you
Were Lack-land Cino, e'en as I am,
O Sinistro.
I have sung women in three cities.
But it is all one.
I will sing of the sun.
. . . eh? . . . they mostly had grey eyes,
But it is all one, I will sing of the sun.
``'Pollo Phoibee, old tin pan, you
Glory to Zeus' aegis-day,
Shield o' steel-blue, th' heaven o'er us
Hath for boss thy lustre gay!
'Pollo Phoibee, to our way-fare
Make thy laugh our wander-lied;
Bid thy 'flugence bear away care.
Cloud and rain-tears pass they fleet!
Seeking e'er the new-laid rast-way
To the gardens of the sun . . .
* * *
I have sung women in three cities
But it is all one.
I will sing of the white birds
In the blue waters of heaven,
The clouds that are spray to its sea."
terça-feira, março 10, 2009
Ingratidão do Plantado
by Soaroir
9/3/09
A planta plantada não é obrigada a nada
Nenhuma retribuição
Se a intenção é só para ser admirado
O jardineiro sente que é ingratidão
Quando o efeito se dá em outro relvado.
Mas se for para reclamar, tenho o que protestar
Alimentei tanta gente...
Parentes, estranos e muitos coitados
Faltaria-me espaço pra tantos desaforados.
....
...
(para o mote: ingratidão ou plantei e não colhi)
"Raul de Leoni
tozebrito.com
Nunca mais me esqueci!... Eu era criança
E em meu velho quintal, ao sol-nascente,
Plantei, com a minha mão ingênua e mansa,
Uma linda amendoeira adolescente.
Era a mais rútila e ...íntima esperança
Cresceu... cresceu...e aos poucos, suavemente,
Pendeu os ramos para o muro em frente
E foi frutificar na vizinhança...
Daí por diante, pela vida inteira,
Todas as grandes árvores que em minhas
Terras, ,num sonho esplêndido semeio,
Como aquela magnífica amendoeira,
Eflorescem nas chácaras vizinhas
E vão dar frutos no pomar alheio...."
9/3/09
A planta plantada não é obrigada a nada
Nenhuma retribuição
Se a intenção é só para ser admirado
O jardineiro sente que é ingratidão
Quando o efeito se dá em outro relvado.
Mas se for para reclamar, tenho o que protestar
Alimentei tanta gente...
Parentes, estranos e muitos coitados
Faltaria-me espaço pra tantos desaforados.
....
...
(para o mote: ingratidão ou plantei e não colhi)
"Raul de Leoni
tozebrito.com
Nunca mais me esqueci!... Eu era criança
E em meu velho quintal, ao sol-nascente,
Plantei, com a minha mão ingênua e mansa,
Uma linda amendoeira adolescente.
Era a mais rútila e ...íntima esperança
Cresceu... cresceu...e aos poucos, suavemente,
Pendeu os ramos para o muro em frente
E foi frutificar na vizinhança...
Daí por diante, pela vida inteira,
Todas as grandes árvores que em minhas
Terras, ,num sonho esplêndido semeio,
Como aquela magnífica amendoeira,
Eflorescem nas chácaras vizinhas
E vão dar frutos no pomar alheio...."
domingo, março 08, 2009
Mulheres Despidas
Boudicca
© Soaroir de Campos
8/3/09
(Para o Dia Internacional da Mulher)
As Guerreiras
As da Praça de Maio, as lixeiras,
Catadoras de papel, as com fomes
As mal amadas, as sem homem
Têm um só nome - guerreiras.
As Enfermeiras
Ana Nery
(13/12/1814 + 20/05/1880)
Voluntária da pátria brasileira
Foi pro mundo enfrentar a guerra
Cuidou de vivos e semimortos
Nossa primeira (mulher) enfermeira
Soaroir 8/3/09
As Mães Solteiras
ritmadas vêm as contrações
muito antes da raquidiana, cesária
ou natural parturição - enfim a face
de dois - em uma placenta solitária.
(Soaroir)
Desexcomungada é a mulher
que sem os traços de união
de igreja, família e um José
assume ser (solitária) parideira
rechaçada e mal amada
durante uma vida inteira.
(Soaroir)
sábado, março 07, 2009
A Pardeja
Cada amanecer é uma lição.
Soaroir 7/3/09
Pela plumagem acastanhada e listras cremes raiando o dorso
ela era uma pardeja, pequena, mas com grande dedicação
alimentando um pássaro preto de maior porte que o seu –
por certo nem era filhote dela, mas lá ia de grão em grão
mal descascava um alpiste e logo vinha outro piado –
já bem alimentados ambos voaram
e eu parei de olhar pro chão.
Soaroir 7/3/09
Pela plumagem acastanhada e listras cremes raiando o dorso
ela era uma pardeja, pequena, mas com grande dedicação
alimentando um pássaro preto de maior porte que o seu –
por certo nem era filhote dela, mas lá ia de grão em grão
mal descascava um alpiste e logo vinha outro piado –
já bem alimentados ambos voaram
e eu parei de olhar pro chão.
terça-feira, março 03, 2009
São Paulo Quarenta Graus
Vou-me embora pra Friúme
Soaroir Março 3/2009
Vou me embora pra Friúme
Onde o que preciso é cobertor
Deixo para trás esta quentura
Aqui em baixo do Equador.
Lá farei bonecos de neve
Aquecerei as mãos na lareira
Saio logo deste forno
Ou derreto-me nesta fogueira.
Soaroir Março 3/2009
Vou me embora pra Friúme
Onde o que preciso é cobertor
Deixo para trás esta quentura
Aqui em baixo do Equador.
Lá farei bonecos de neve
Aquecerei as mãos na lareira
Saio logo deste forno
Ou derreto-me nesta fogueira.
domingo, março 01, 2009
A Cor do Universo
Soaroir 01/03/08
imagem:google
um dia as cores iniciaram um concurso
pediam votos para a mais importantes delas
cada uma com sua plataforma para eleição
sem vencido ou vencedor disse o branco em um verso:
— a união é a mais rica cor do universo.
e no céu mora o arco-íris desde então.
VERSÃO I
um dia as cores iniciaram um concurso
pediam votos para a mais importantes delas
cada qual com uma plataforma para a eleição
e foi então que o arco-íris surgiu no céu
e nunca mais elas discutiram a relação.
imagem:google
um dia as cores iniciaram um concurso
pediam votos para a mais importantes delas
cada uma com sua plataforma para eleição
sem vencido ou vencedor disse o branco em um verso:
— a união é a mais rica cor do universo.
e no céu mora o arco-íris desde então.
VERSÃO I
um dia as cores iniciaram um concurso
pediam votos para a mais importantes delas
cada qual com uma plataforma para a eleição
e foi então que o arco-íris surgiu no céu
e nunca mais elas discutiram a relação.
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