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terça-feira, outubro 12, 2010

A Infância de um Nome

Soaroir
12/10/10


dizem os crentes:
- nome é predestinado
paira no espaço até
a chegada do dono
tem missão especial
como título ou anagrama...

Soaroir
12/10/10

continua...
poesia nunca termina Beijo


 Exercio para o mote: "Infância ou 
a criança que habita em mim"

Quando viveu três anos em Portugal, Casimiro de Abreu 
desenvolveu o sentimento de exílio,
póprio dos românticos e escreveu poemas 
denominados Canções do exílio
O   que o consagrou foi a nostalgia  das realidades pessoais 
que ficam para trás, dentre elas, a infância. 



Meus oito anos

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã.
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberto ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora de minha vida (...)

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