By: Soaroir Maria de Campos
Dez. 31/2007
Verão de 2007
ou
Poema quente
By: Soaroir Maria de Campos
Dez. 31/2007 - 13:09 p/poesia on-line do RL
Acostumado a violência o vento faz silêncio
Armas verdadeiras, de brinquedo ou pra proteção
Afastaram até os ventos de nosso paulistano verão
Aclimado com garoa, chuva fina e brisa boa
No último dia do ano quando toda a cidade escoa
O calor de mais de trinta nos causando prostração
Afasta-nos da cidade deixada à civilização
Pensar fica difícil, até poetar fica sem graça
Brotando há só suor neste calor que não passa
Impossível pensar no futuro meu ou de algum país
Esperarei pelo vento para ouvir o que ele diz
Se nosso verão será todo com esta paragem
Ou se chuvas nos trarão sua refrescante aragem.
Mote:
..."de cantar trovas ao vento que passa pelo seu pais..."
segunda-feira, dezembro 31, 2007
domingo, dezembro 30, 2007
Tela para 2008
© Soaroir Maria de Campos
Dez.30/2007 - 12:14
imagem: webhelper
que triste, um ano se foi! Um ano passado
como sopro quente surgido entre calhaus
despejou-se em nossos corações
preencheu velhas cissuras
esterilizava ninharias douradas
enquanto passava.
vá velho e conhecido ano
feche suas tão relidas páginas
seus remanescentes rabiscos
surpresarão as brancas telas
da obra de arte da vida
que o Ano Novo inicia.
"ESTAMOS DEIXANDO PARA TRÁS UM ANO CHEIO
DE LUTAS E DE VITÓRIAS TAMBÉM. UM NOVO ANO SE
APROXIMA E MUITAS COISAS BOAS PODERÃO ACONTECER.
VAMOS ACREDITAR. ESCREVA TUDO Q QUISER SOBRE
ESTE ANO QUE VAI E SOBRE O ANO QUE VEM.
FELIZ ANO NOVO CHEIO DE ALEGRIA E PAZ"
Dez.30/2007 - 12:14
imagem: webhelper
que triste, um ano se foi! Um ano passado
como sopro quente surgido entre calhaus
despejou-se em nossos corações
preencheu velhas cissuras
esterilizava ninharias douradas
enquanto passava.
vá velho e conhecido ano
feche suas tão relidas páginas
seus remanescentes rabiscos
surpresarão as brancas telas
da obra de arte da vida
que o Ano Novo inicia.
"ESTAMOS DEIXANDO PARA TRÁS UM ANO CHEIO
DE LUTAS E DE VITÓRIAS TAMBÉM. UM NOVO ANO SE
APROXIMA E MUITAS COISAS BOAS PODERÃO ACONTECER.
VAMOS ACREDITAR. ESCREVA TUDO Q QUISER SOBRE
ESTE ANO QUE VAI E SOBRE O ANO QUE VEM.
FELIZ ANO NOVO CHEIO DE ALEGRIA E PAZ"
sábado, dezembro 29, 2007
Amar não é um ato isolado
By: Soaroir Maria de Campos Dez.29/2007 12:51
imagem: tetrahedron
Para transpor uma porta
Mesmo tendo a chave certa,
E bem sabendo manejá-la,
Quando por dentro trancada
Precisa ser destramelada*.
O mesmo acontece com o amor.
Somente um coração aberto
Que permita ser adentrado
Faz com que amar dê certo
E não seja um ato isolado.
* destaramelada
"...não podemos abrir uma porta trancada sem possuir a chave, a não ser que a arrombemos, o que provocará
sérios danos em sua estrutura. Para recompô-la, teríamos de fazer remendos ou construir uma porta totalmente nova.
Para abrir uma porta é necessário ter a chave correta,
e saber usá-la adequadamente!...."
"...Com o amor acontece exatamente o mesmo. Precisamos descobrir a chave que
abre a porta do nosso ser mais profundo, onde está escondido todo o
potencial de amor que nós temos. E, suavemente, deixá-lo fluir. De nada
adianta adotarmos atitudes drásticas, com o objetivo de romper nossas
resistências negativas, pois isso poderia reforçá-las ainda mais ou
danificar nossa estrutura" Do livro "Amar pode dar certo", Roberto Shinyashiki
imagem: tetrahedron
Para transpor uma porta
Mesmo tendo a chave certa,
E bem sabendo manejá-la,
Quando por dentro trancada
Precisa ser destramelada*.
O mesmo acontece com o amor.
Somente um coração aberto
Que permita ser adentrado
Faz com que amar dê certo
E não seja um ato isolado.
* destaramelada
"...não podemos abrir uma porta trancada sem possuir a chave, a não ser que a arrombemos, o que provocará
sérios danos em sua estrutura. Para recompô-la, teríamos de fazer remendos ou construir uma porta totalmente nova.
Para abrir uma porta é necessário ter a chave correta,
e saber usá-la adequadamente!...."
"...Com o amor acontece exatamente o mesmo. Precisamos descobrir a chave que
abre a porta do nosso ser mais profundo, onde está escondido todo o
potencial de amor que nós temos. E, suavemente, deixá-lo fluir. De nada
adianta adotarmos atitudes drásticas, com o objetivo de romper nossas
resistências negativas, pois isso poderia reforçá-las ainda mais ou
danificar nossa estrutura" Do livro "Amar pode dar certo", Roberto Shinyashiki
quinta-feira, dezembro 27, 2007
Promessa é dívida
Imagem Plástica
By Soaroir 27/12/07 15:31
“Amadurecimento”
imagem:cuca.mat.puc-rio
mangas maduras pra cair
não necessitam de vento
as de sorte são colhidas
as bichadas se espatifam
servem mesmo pra nada
a não ser pra adubação
da terra que só o tempo
poderá nos dar a prova
se ela é de serventia
para a mesma plantação
ou de outra que se cria
pra uma nova geração
dos frutos que eu colhia
durante a maturação
quando o menino do pastoreio
podia ser um negrinho
e o artista mineiro
era o escultor Aleijadinho
agora o afro é descendente
o cinzel pertence ao portador
de especiais necessidades
e eu que antes era gente
me tornei terceira idade
mais uma nomenclatura
nos tempos de imaturidade
quando menos me importo
se um dia eu me amei
ou se fui eu quem jamais
um dia amou alguém
amadurecida
prestes a adubar
descubro que ao contrário
não foi por demérito de par
nem desafeição de minha grei
mais pelo troco que a vida me deu
quando somente eu cria no bem
agora maturidade, eu assumo...
se há alguém que sempre amei
esse alguém decerto foi eu!
""Quando me amei de verdade
parei de desejar que minha vida fosse diferente
e comecei a ver que tudo que acontece, contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de ... AMADURECIMENTO"
Alison McMillen, em Quando eu me amei de verdade.
O mote é amadurecimento, como constatação de que nem sempre podemos mudar o rumo da vida, por enquanto..."
“Amadurecimento”
imagem:cuca.mat.puc-rio
mangas maduras pra cair
não necessitam de vento
as de sorte são colhidas
as bichadas se espatifam
servem mesmo pra nada
a não ser pra adubação
da terra que só o tempo
poderá nos dar a prova
se ela é de serventia
para a mesma plantação
ou de outra que se cria
pra uma nova geração
dos frutos que eu colhia
durante a maturação
quando o menino do pastoreio
podia ser um negrinho
e o artista mineiro
era o escultor Aleijadinho
agora o afro é descendente
o cinzel pertence ao portador
de especiais necessidades
e eu que antes era gente
me tornei terceira idade
mais uma nomenclatura
nos tempos de imaturidade
quando menos me importo
se um dia eu me amei
ou se fui eu quem jamais
um dia amou alguém
amadurecida
prestes a adubar
descubro que ao contrário
não foi por demérito de par
nem desafeição de minha grei
mais pelo troco que a vida me deu
quando somente eu cria no bem
agora maturidade, eu assumo...
se há alguém que sempre amei
esse alguém decerto foi eu!
""Quando me amei de verdade
parei de desejar que minha vida fosse diferente
e comecei a ver que tudo que acontece, contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de ... AMADURECIMENTO"
Alison McMillen, em Quando eu me amei de verdade.
O mote é amadurecimento, como constatação de que nem sempre podemos mudar o rumo da vida, por enquanto..."
segunda-feira, dezembro 24, 2007
Carta ao Menino
Soaroir Maria de Campos Dez 24/07 11:06
Mote de poesia on-line do RL
"a prenda que eu mais desejo"
E-book in http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/792672
desejo o caminho de Compostela,
ser mística e peregrina
num corpo de mens-sana;
passear por Constantinopla
e das vielas de Istambul
pular o Estreito de Bósforo
molhar os pés na Europa
comer iguarias na Ásia
falar português em Paris.
depois, com Byron correr
de pés descalços em Mesolongi
ao crepúsculo da tarde;
circundar a Kaaba
rezar no Natal de Belém
ir junto ao Muro das Lamentações
e depositar meus desejos.
“hag sameah!”*
*(Que a tua festa seja feliz, te traga alegria!)
II
Soaroir Maria de Campos
Dez.24/2007 p/Poesia on-line
Menino Jesus:
Esta é a primeira vez que escrevo para um menino que não seja um de meus filhos, mas meu Pai, por isso peço desculpa por algum exagero ou falta de jeito. Peço também desculpa por não Lhe escrever em aramaico, mas é que por aqui mal falamos o nosso próprio idioma.
Hoje, dia do Seu aniversário, me foi dado o direito de Lhe fazer um pedido e humildemente venho à Sua presença pedir sabedoria, para que junto aos meus eu conclua com retidão o caminho a mim determinado.
Confiante de Sua bondade, antecipadamente eu Lhe agradeço.
Soaroir
Mote de poesia on-line do RL
"a prenda que eu mais desejo"
E-book in http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/792672
desejo o caminho de Compostela,
ser mística e peregrina
num corpo de mens-sana;
passear por Constantinopla
e das vielas de Istambul
pular o Estreito de Bósforo
molhar os pés na Europa
comer iguarias na Ásia
falar português em Paris.
depois, com Byron correr
de pés descalços em Mesolongi
ao crepúsculo da tarde;
circundar a Kaaba
rezar no Natal de Belém
ir junto ao Muro das Lamentações
e depositar meus desejos.
“hag sameah!”*
*(Que a tua festa seja feliz, te traga alegria!)
II
Soaroir Maria de Campos
Dez.24/2007 p/Poesia on-line
Menino Jesus:
Esta é a primeira vez que escrevo para um menino que não seja um de meus filhos, mas meu Pai, por isso peço desculpa por algum exagero ou falta de jeito. Peço também desculpa por não Lhe escrever em aramaico, mas é que por aqui mal falamos o nosso próprio idioma.
Hoje, dia do Seu aniversário, me foi dado o direito de Lhe fazer um pedido e humildemente venho à Sua presença pedir sabedoria, para que junto aos meus eu conclua com retidão o caminho a mim determinado.
Confiante de Sua bondade, antecipadamente eu Lhe agradeço.
Soaroir
sexta-feira, dezembro 21, 2007
Imagens de Natal
© Soaroir Maria de Campos
Dez.21/2007 - 11:16 "Natal"
Imagem: jf-fafe
Vou tirar de sob a cama as velhas imagens
Feitas com o barro quando ainda havia chuva
Montarei meu presépio novamente
Junto ao único verde existente cacto gigante
Com seus frutos como enfeite
E algodão pra dizer que é neve
Pra ver se Papai Noel olha pra cá
E se lembre do nosso pólo norte
Mesmo se já passar da meia noite
E se as renas já estiverem cansadas
Não precisa parar, pode mesmo varejar
O que no fundo do saco tenha sobrado
Talvez uma bola sem ar
Um carrinho faltando as rodas,
Uma rabeca sem cordas,
Uma boneca quebrada,
Quem sabe alguém não estava em casa
Ou a lareira estava ligada,
Ele não pôde chegar e sobrou um brinquedo?
Continuarei esperando pelo Papai Noel
Embora bem saiba que ele não vem
Mas quem sabe este ano Ele se lembre
Que já fui criança também?
Dez.21/2007 - 11:16 "Natal"
Imagem: jf-fafe
Vou tirar de sob a cama as velhas imagens
Feitas com o barro quando ainda havia chuva
Montarei meu presépio novamente
Junto ao único verde existente cacto gigante
Com seus frutos como enfeite
E algodão pra dizer que é neve
Pra ver se Papai Noel olha pra cá
E se lembre do nosso pólo norte
Mesmo se já passar da meia noite
E se as renas já estiverem cansadas
Não precisa parar, pode mesmo varejar
O que no fundo do saco tenha sobrado
Talvez uma bola sem ar
Um carrinho faltando as rodas,
Uma rabeca sem cordas,
Uma boneca quebrada,
Quem sabe alguém não estava em casa
Ou a lareira estava ligada,
Ele não pôde chegar e sobrou um brinquedo?
Continuarei esperando pelo Papai Noel
Embora bem saiba que ele não vem
Mas quem sabe este ano Ele se lembre
Que já fui criança também?
terça-feira, dezembro 18, 2007
janela aberta para Cumberland
© Soaroir Maria de Campos Dez. 18/07
São Paulo/SP-BRA.
"A Janela Aberta"
foto: google/i.pbase.com.cumbria.jpg
majestade em meu castelo
da torre admiro o meu condado
seus verdes campos ensolarados
minhas ovelhas no pasto
entre amarelos narcisos .
até onde alcança a vista há pintura
cincelos, orvalhos prumados nos beirais
e nas árvores a cada alvorejar.
neste feudo mediado por janelos
esteiro prédios e pára-raios
arquejantes de um mundo bem distante
do reinado que traço de minha janela
aberta ao imaginário paralelo.
São Paulo/SP-BRA.
"A Janela Aberta"
foto: google/i.pbase.com.cumbria.jpg
majestade em meu castelo
da torre admiro o meu condado
seus verdes campos ensolarados
minhas ovelhas no pasto
entre amarelos narcisos .
até onde alcança a vista há pintura
cincelos, orvalhos prumados nos beirais
e nas árvores a cada alvorejar.
neste feudo mediado por janelos
esteiro prédios e pára-raios
arquejantes de um mundo bem distante
do reinado que traço de minha janela
aberta ao imaginário paralelo.
domingo, dezembro 16, 2007
Pensamento
By: Soaroir 16/12/07 - 17:11
Mote: "A estranha fauna dos artistas" Luiz Coronel
O artista estranha a fauna
A arte pinta com a sombra
Pincelada contra a luz
Emerge a excêntrica alma...
A estranha fauna dos artistas
Luiz Coronel
Estranha fauna
a dos artistas.
Louvam a paz,
mas explodem as cores.
Denunciam a guerra,
mas detonam contra o mundo
a bala precisa das palavras.
Estranha fauna
a dos artistas.
Cantam amores eternos,
mas são pródigos
em despedidas.
Entoam cânticos à sagração dos corpos,
mas resvalam pelos becos
das paixões mais triviais.
Estranha fauna
a dos artistas.
Mote: "A estranha fauna dos artistas" Luiz Coronel
O artista estranha a fauna
A arte pinta com a sombra
Pincelada contra a luz
Emerge a excêntrica alma...
A estranha fauna dos artistas
Luiz Coronel
Estranha fauna
a dos artistas.
Louvam a paz,
mas explodem as cores.
Denunciam a guerra,
mas detonam contra o mundo
a bala precisa das palavras.
Estranha fauna
a dos artistas.
Cantam amores eternos,
mas são pródigos
em despedidas.
Entoam cânticos à sagração dos corpos,
mas resvalam pelos becos
das paixões mais triviais.
Estranha fauna
a dos artistas.
A reencarnação da poeta
by: Soaroir 16/12/07
A gente escreve cada coisa...
Noutra vida escrevia
Men’alegre, mais reclusa
Noutro século nasci
Em Amherst onde eu vivi
Vinha da terra a riqueza
Para a minha inspiração
Até quando eu morri
E de volta estou aqui!
(p poesia on-line "Se fosse verdade a lenda"
A Coisa
A gente escreve cada coisa...
Noutra vida escrevia
Men’alegre, mais reclusa
Noutro século nasci
Em Amherst onde eu vivi
Vinha da terra a riqueza
Para a minha inspiração
Até quando eu morri
E de volta estou aqui!
(p poesia on-line "Se fosse verdade a lenda"
A Coisa
"A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa… e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita." ~ Mário Quintana
sexta-feira, dezembro 14, 2007
Amor nos tempos do Natal
By: Soaroir Maria de Campos
14/12/07 12:00 P Poesia on-line do RL
"para amar é só preciso amar...nada mais!!!!!!"
Reflito e reflito para entrar no clima
De novo com o amor que volta ao tema
E eu cá com meus botões
Fechados ou com pouco viço
Não sei de que amor falar nesta época de Natal.
Talvez o universal, de mãe e filhos, às vezes pai,
Homem e mulher, homem e homem;
Amor zumbi, bengala, espaldar de cadeira;
Amor dos fracos e lentos, dos inexperientes;
Adolescentes alimentados com contos e fadas...
Ou da sobra de amor negado aos nascidos abandonados
Revoltados, obstinados, drogados e maltrapilhos?
O dos velhos sem beijos, esquecidos desamados em asilos
Ou o amor de saliva, romance, cinema e encenação?
Reflito e reflito, mas me perco no motivo e na opção.
14/12/07 12:00 P Poesia on-line do RL
"para amar é só preciso amar...nada mais!!!!!!"
Reflito e reflito para entrar no clima
De novo com o amor que volta ao tema
E eu cá com meus botões
Fechados ou com pouco viço
Não sei de que amor falar nesta época de Natal.
Talvez o universal, de mãe e filhos, às vezes pai,
Homem e mulher, homem e homem;
Amor zumbi, bengala, espaldar de cadeira;
Amor dos fracos e lentos, dos inexperientes;
Adolescentes alimentados com contos e fadas...
Ou da sobra de amor negado aos nascidos abandonados
Revoltados, obstinados, drogados e maltrapilhos?
O dos velhos sem beijos, esquecidos desamados em asilos
Ou o amor de saliva, romance, cinema e encenação?
Reflito e reflito, mas me perco no motivo e na opção.
quinta-feira, dezembro 13, 2007
A irresistível sedução do Natal
By Soaroir 11/12/07
Estou propensa a achar que macarrão é um santo remédio. Após o jantar de ontem ao alho e óleo, amanheci com mais disposição, mesmo que o resfriado ainda persista. Não damos muita importância ao nosso limite físico até que uma hora “kaput”. Foi o que me aconteceu depois de toda a apreensão dos últimos meses com o filho encerrando o ensino médio, quinta avaliação, primeira fase da Fuvest e as inevitáveis recepções da colação de grau, missa e despedidas dos amigos de mais de 14 anos, e ainda contornando a insegurança gerada por essa ruptura de um mundo seguro e a partida para o mundo real. Finalmente agora é com você, disse eu ao meu filho, vou me dar umas férias. Não quero saber nem de festa de Natal.
Nada disso... A festeira da família avisa do jantar para sortear o amigo secreto, ou inimigo oculto; e então ordenamos: vamos lá ¹Rudolph, Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e Blitzer, e saimos voando na doideira da cidade a fim de escolher presentes decentes e baratos que, certamente, não servirão.
Ao voltarmos da busca por “souvenirs”, já envolvidos pelas cores e animação das pessoas e lojas, começamos a ver mais sentido na teoria da relatividade: não mudamos o mundo em 365 dias, mas pelo menos podemos mudar-nos por uma noite e, auxiliados pelas acanhadas mensagens de Boas Festas que começam a chegar no final de uma conversa telefônica, por e-mails, algumas ainda por debaixo da porta, o coração vai amolecendo e de repente lá estamos mudando nossa conduta, pondo de lado as mágoas, os problemas e cansaço e, já ouvindo o coro dos anjos, nos pomos novamente a enfeitar nossas portas e árvores com as nossas cintilantes luzinhas coloridas para confraternização na irresistível e divina noite que a cada ano renova nossas esperanças.
Assim só nos resta entrar no clima e repetir “Boas Festas” desejando que o Natal suplante todos os cansaços e fadigas e que a esperança jamais pereça. Boa sorte!
¹ ( em português: Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão, Relâmpago)
Estou propensa a achar que macarrão é um santo remédio. Após o jantar de ontem ao alho e óleo, amanheci com mais disposição, mesmo que o resfriado ainda persista. Não damos muita importância ao nosso limite físico até que uma hora “kaput”. Foi o que me aconteceu depois de toda a apreensão dos últimos meses com o filho encerrando o ensino médio, quinta avaliação, primeira fase da Fuvest e as inevitáveis recepções da colação de grau, missa e despedidas dos amigos de mais de 14 anos, e ainda contornando a insegurança gerada por essa ruptura de um mundo seguro e a partida para o mundo real. Finalmente agora é com você, disse eu ao meu filho, vou me dar umas férias. Não quero saber nem de festa de Natal.
Nada disso... A festeira da família avisa do jantar para sortear o amigo secreto, ou inimigo oculto; e então ordenamos: vamos lá ¹Rudolph, Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e Blitzer, e saimos voando na doideira da cidade a fim de escolher presentes decentes e baratos que, certamente, não servirão.
Ao voltarmos da busca por “souvenirs”, já envolvidos pelas cores e animação das pessoas e lojas, começamos a ver mais sentido na teoria da relatividade: não mudamos o mundo em 365 dias, mas pelo menos podemos mudar-nos por uma noite e, auxiliados pelas acanhadas mensagens de Boas Festas que começam a chegar no final de uma conversa telefônica, por e-mails, algumas ainda por debaixo da porta, o coração vai amolecendo e de repente lá estamos mudando nossa conduta, pondo de lado as mágoas, os problemas e cansaço e, já ouvindo o coro dos anjos, nos pomos novamente a enfeitar nossas portas e árvores com as nossas cintilantes luzinhas coloridas para confraternização na irresistível e divina noite que a cada ano renova nossas esperanças.
Assim só nos resta entrar no clima e repetir “Boas Festas” desejando que o Natal suplante todos os cansaços e fadigas e que a esperança jamais pereça. Boa sorte!
¹ ( em português: Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão, Relâmpago)
terça-feira, dezembro 11, 2007
Tempo de travessia
By Soaroir 11/12/07 - 13:-01
(p/poesia on-line do RL)
Descarto minhas sapatilhas, nunca os meus palcos
com seus holofotes que iluminaram minha encenação;
meus apertados sapatos de bom grado os descarto
jamais a direção e os caminhos um dia caminhados.
Afrouxo antigos laços; me abro novos espaços
com as mesmas fantasias.
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas
que já tem a forma do nosso corpo; e esquecer os nossos caminhos
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia...
E se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre,
à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa
(p/poesia on-line do RL)
Descarto minhas sapatilhas, nunca os meus palcos
com seus holofotes que iluminaram minha encenação;
meus apertados sapatos de bom grado os descarto
jamais a direção e os caminhos um dia caminhados.
Afrouxo antigos laços; me abro novos espaços
com as mesmas fantasias.
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas
que já tem a forma do nosso corpo; e esquecer os nossos caminhos
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia...
E se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre,
à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa
Alegação de amor
© Soaroir Maria de Campos
09/12/07 – 15:50
"Aprendendo a dizer eu te amo"
Ah, companheira e fiel amiga minha
Sempre foste parceira complacente
Com meus tolos medos conivente
E infundadas cismas que eu detinha.
No desleixo e desalinho da emoção
Nunca te agredeci pelas velhas troças
Nem a tua paciência com minhas falas joças
E confusas idéias faltando coesão.
Perdão, perdão, perdão pela indelicadeza
Quando na pressa as tuas razões eu ignorei
Sequer teus fundamentos eu respeitei
E te encobri por vergonha de tua pobreza.
A ti minha poesia, quem sempre me deitou cantigas
Em todos os momentos de meu sono em claro
Penitentemente aqui declaro:
"Te amo!"
09/12/07 – 15:50
"Aprendendo a dizer eu te amo"
Ah, companheira e fiel amiga minha
Sempre foste parceira complacente
Com meus tolos medos conivente
E infundadas cismas que eu detinha.
No desleixo e desalinho da emoção
Nunca te agredeci pelas velhas troças
Nem a tua paciência com minhas falas joças
E confusas idéias faltando coesão.
Perdão, perdão, perdão pela indelicadeza
Quando na pressa as tuas razões eu ignorei
Sequer teus fundamentos eu respeitei
E te encobri por vergonha de tua pobreza.
A ti minha poesia, quem sempre me deitou cantigas
Em todos os momentos de meu sono em claro
Penitentemente aqui declaro:
"Te amo!"
sábado, dezembro 08, 2007
Das chuvas de Bandeira
© Soaroir Maria de Campos
8/12/07 14:16 "Chuva"
Por cima da ribanceira vejo a chuva que ainda cai
Encharca chãos e soleiras em enxurrada e corredeira
Estrondam trovoadas sobre as minguadas raízes das cidades
Diferente da bucólica chuva de Bandeira.
A chuva que ainda cai não é a mesma chuva caída
Sonora nas vermelhas telhas de barro das cumeeiras
Escoando para a terra funda e bolindo com as folhagens.
É chuva no asfalto. Não é mais a chuva regadeira.
Sua voz é mais selvagem não lembra canções de aias
Sem ter aonde ir, chuva, hoje, é só água traiçoeira.
"Enquanto a Chuva Cai"
Manuel Bandeira
A chuva cai. O ar fica mole . . .
Indistinto . . . ambarino . . . gris . . .
E no monótono matiz
Da névoa enovelada bole
A folhagem como o bailar.
Torvelinhai, torrentes do ar!
Cantai, ó bátega chorosa,
As velhas árias funerais.
Minh'alma sofre e sonha e goza
A cantilena dos beirais.
Meu coração está sedento
De tão ardido pelo pranto.
Dai um brando acompanhamento
À canção do meu desencanto.
Volúpia dos abandonados . . .
Dos sós . . . — ouvir a água escorrer,
Lavando o tédio dos telhados
Que se sentem envelhecer . . .
Ó caro ruído embalador,
Terno como a canção das amas!
Canta as baladas que mais amas,
Para embalar a minha dor!
A chuva cai. A chuva aumenta.
Cai, benfazeja, a bom cair!
Contenta as árvores! Contenta
As sementes que vão abrir!
Eu te bendigo, água que inundas!
Ó água amiga das raízes,
Que na mudez das terras fundas
Às vezes são tão infelizes!
E eu te amo! Quer quando fustigas
Ao sopro mau dos vendavais
As grandes árvores antigas,
Quer quando mansamente cais.
É que na tua voz selvagem,
Voz de cortante, álgida mágoa,
Aprendi na cidade a ouvir
Como um eco que vem na aragem
A estrugir, rugir e mugir,
O lamento das quedas-d'água!
8/12/07 14:16 "Chuva"
Por cima da ribanceira vejo a chuva que ainda cai
Encharca chãos e soleiras em enxurrada e corredeira
Estrondam trovoadas sobre as minguadas raízes das cidades
Diferente da bucólica chuva de Bandeira.
A chuva que ainda cai não é a mesma chuva caída
Sonora nas vermelhas telhas de barro das cumeeiras
Escoando para a terra funda e bolindo com as folhagens.
É chuva no asfalto. Não é mais a chuva regadeira.
Sua voz é mais selvagem não lembra canções de aias
Sem ter aonde ir, chuva, hoje, é só água traiçoeira.
"Enquanto a Chuva Cai"
Manuel Bandeira
A chuva cai. O ar fica mole . . .
Indistinto . . . ambarino . . . gris . . .
E no monótono matiz
Da névoa enovelada bole
A folhagem como o bailar.
Torvelinhai, torrentes do ar!
Cantai, ó bátega chorosa,
As velhas árias funerais.
Minh'alma sofre e sonha e goza
A cantilena dos beirais.
Meu coração está sedento
De tão ardido pelo pranto.
Dai um brando acompanhamento
À canção do meu desencanto.
Volúpia dos abandonados . . .
Dos sós . . . — ouvir a água escorrer,
Lavando o tédio dos telhados
Que se sentem envelhecer . . .
Ó caro ruído embalador,
Terno como a canção das amas!
Canta as baladas que mais amas,
Para embalar a minha dor!
A chuva cai. A chuva aumenta.
Cai, benfazeja, a bom cair!
Contenta as árvores! Contenta
As sementes que vão abrir!
Eu te bendigo, água que inundas!
Ó água amiga das raízes,
Que na mudez das terras fundas
Às vezes são tão infelizes!
E eu te amo! Quer quando fustigas
Ao sopro mau dos vendavais
As grandes árvores antigas,
Quer quando mansamente cais.
É que na tua voz selvagem,
Voz de cortante, álgida mágoa,
Aprendi na cidade a ouvir
Como um eco que vem na aragem
A estrugir, rugir e mugir,
O lamento das quedas-d'água!
O pequeno caçador
Publicado em Ecos da Poesia
"As Letras da Pintura 2"
"The litle Hunter"
poesia 52 - bloco 3.
na furta-cor das balebas que não brincou
no chão batido pelo jogo de malhas
que o destino em seu caminho jogou
retorna o pequeno caçador aprendiz
de escolas convividas com a vida
imaginários amigos a comer
a caça não caçada
apanhada pela fome
por um dia
entre outros mortos.
© Soaroir Maria de Campos
Nov/2007 São Paulo – BR
"As Letras da Pintura 2"
"The litle Hunter"
poesia 52 - bloco 3.
na furta-cor das balebas que não brincou
no chão batido pelo jogo de malhas
que o destino em seu caminho jogou
retorna o pequeno caçador aprendiz
de escolas convividas com a vida
imaginários amigos a comer
a caça não caçada
apanhada pela fome
por um dia
entre outros mortos.
© Soaroir Maria de Campos
Nov/2007 São Paulo – BR
sexta-feira, dezembro 07, 2007
Nada muda mais que o passado
para JDO
By Soaroir 07/12/07 10:40
"O que o vento não levou"
O antigo amor engordou
A paixão emagreceu
A idade envelheceu
Raivas e pinimbas.
Gables e Leighs o vento levou...
Restaram Butlers e Scarletts
Personagens eternas
Encenando memórias
Que o vento deixou-mas.
By Soaroir 07/12/07 10:40
"O que o vento não levou"
O antigo amor engordou
A paixão emagreceu
A idade envelheceu
Raivas e pinimbas.
Gables e Leighs o vento levou...
Restaram Butlers e Scarletts
Personagens eternas
Encenando memórias
Que o vento deixou-mas.
Assinar:
Postagens (Atom)