Publicação autorizada pelo autor

Quando morre um poema na gaveta,
A caneta em seu luto o choro estanca,
Quase arranca uma flor da tinta preta,
Faz careta ao que é resto pela banca.
E esta folha sepulta os idos versos,
Já dispersos na terra que é pagã.
Faz-se vã quem carpida por perversos,
Tão diversos na inútil mente sã.
O poema intocado morreu casto,
Pois no vasto que existe em teu olhar,
Trás o mar que em meu sonho não arrasto,
Tão nefasto que ao menos vens velar
Quem sem ar sucumbiu-se sem ser lido,
Consumido sem nunca ter nascido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário