Das Horas de Junho
By Soaroir 31/5/08
Mote do dia: o "Livro de Horas"
sábado, maio 31, 2008
Um beijo gay
By Soaroir 30/5/08
Ser ou não ser!?
Mudança de hábitos
Matronas enjeitando
Pais se encabulando
E gays se beijando na tv?
Invento um discuro
Me lembro de Shakespeare...
Ser ou não ser Hamlet?
¹"Libertos já do mortal abraço da vida...
Deve ser um intervalo... É o respeito
Que de tal longa vida faz calamidade
Pois quem pode suportar do tempo azorrague e chufas,
Os erros do tirano, ultrajes do orgulho,
As angústias de amor desprezado, a lei tardia,
A insolência das repartições e o coice destinado
Pelos inúteis aos meritórios pacientes?"
Mote do dia: "Mudaça de Hábitos"
"A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso
fazê-lo descer a escada, degrau por degrau."
Mark Twain
¹SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO
William Shakespeare
"Hamlet"
Ser ou não ser, eis a questão.
Será mais nobre em espírito viver
Sofrendo os golpes e as frechadas da afrontosa sorte
Ou armas tomar contra um mar de penas.
Dar-lhes um fim: morrer, dormir...
Só isso e, por tal sono, dizer que acabaram
Penas do coração e os milhões de choques naturais
Herdados com a carne? Será final
A desejar ardentemente... Morrer, dormir;
Dormir, sonhar talvez... Mas há um contra,
Pois nesse mortal sonho outros podem vir,
Libertos já do mortal abraço da vida...
Deve ser um intervalo... É o respeito
Que de tal longa vida faz calamidade
Pois quem pode suportar do tempo azorrague e chufas,
Os erros do tirano, ultrajes do orgulho,
As angústias de amor desprezado, a lei tardia,
A insolência das repartições e o coice destinado
Pelos inúteis aos meritórios pacientes?
Para quê se pode aquietar-se, acomodar-se,
Com um simples punhal? Quem suportará,
Suando e resmungando,vida de fadigas
Senão quem teme o horror de qualquer coisa após a morte,
País desconhecido, a descobrir, cujas fronteiras
Não há quem volte a atravessar e nos intriga
E nos faz continuar a suportar os nossos males
Em vez de fugir para outros que desconhecemos?...
Assim a todos nos faz covardes nossa consciência,
Assim o grito natural do ânimo mais resoluto
Se afoga na pálida sombra do pensar
E as empresas de mor peso e alto fim,
Tal vendo mudam o seu rumor errando
E nada conseguindo! Sossega agora...
Ofélia gentil? Ninfa, em tuas orações
Sejam sempre lembrados meus pecados.
Tradução de José Blanc de Portugal,
Editorial Presença, 3ª. ed., 1997)
Ser ou não ser!?
Mudança de hábitos
Matronas enjeitando
Pais se encabulando
E gays se beijando na tv?
Invento um discuro
Me lembro de Shakespeare...
Ser ou não ser Hamlet?
¹"Libertos já do mortal abraço da vida...
Deve ser um intervalo... É o respeito
Que de tal longa vida faz calamidade
Pois quem pode suportar do tempo azorrague e chufas,
Os erros do tirano, ultrajes do orgulho,
As angústias de amor desprezado, a lei tardia,
A insolência das repartições e o coice destinado
Pelos inúteis aos meritórios pacientes?"
Mote do dia: "Mudaça de Hábitos"
"A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso
fazê-lo descer a escada, degrau por degrau."
Mark Twain
¹SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO
William Shakespeare
"Hamlet"
Ser ou não ser, eis a questão.
Será mais nobre em espírito viver
Sofrendo os golpes e as frechadas da afrontosa sorte
Ou armas tomar contra um mar de penas.
Dar-lhes um fim: morrer, dormir...
Só isso e, por tal sono, dizer que acabaram
Penas do coração e os milhões de choques naturais
Herdados com a carne? Será final
A desejar ardentemente... Morrer, dormir;
Dormir, sonhar talvez... Mas há um contra,
Pois nesse mortal sonho outros podem vir,
Libertos já do mortal abraço da vida...
Deve ser um intervalo... É o respeito
Que de tal longa vida faz calamidade
Pois quem pode suportar do tempo azorrague e chufas,
Os erros do tirano, ultrajes do orgulho,
As angústias de amor desprezado, a lei tardia,
A insolência das repartições e o coice destinado
Pelos inúteis aos meritórios pacientes?
Para quê se pode aquietar-se, acomodar-se,
Com um simples punhal? Quem suportará,
Suando e resmungando,vida de fadigas
Senão quem teme o horror de qualquer coisa após a morte,
País desconhecido, a descobrir, cujas fronteiras
Não há quem volte a atravessar e nos intriga
E nos faz continuar a suportar os nossos males
Em vez de fugir para outros que desconhecemos?...
Assim a todos nos faz covardes nossa consciência,
Assim o grito natural do ânimo mais resoluto
Se afoga na pálida sombra do pensar
E as empresas de mor peso e alto fim,
Tal vendo mudam o seu rumor errando
E nada conseguindo! Sossega agora...
Ofélia gentil? Ninfa, em tuas orações
Sejam sempre lembrados meus pecados.
Tradução de José Blanc de Portugal,
Editorial Presença, 3ª. ed., 1997)
sexta-feira, maio 30, 2008
O Mapa Atualizado
By Soaroir 29/5/08
Oh cidadão, por quê te encharcas
Arrotas alto e te deita no chão?
Por quê, cidadão, esse desalento,
essa falta que lhe cobre o corpo
desnuda-te a mente de seguir em frente?
- Não tenho o travo de pessimismo
que habita a tua alma de aparência calma
camuflando-te a visão a qual vê meu leito
que para ti, somente é como se fosse um chão
onde tu te apóias enquanto julgas e mentes
chamando-me de cidadão como se fora tu
a espera de “virar poeira ou folha levada”;
na madrugada já sou esse “pouco do nada
invisível “, por estas ruas desencantadas
“Que nem em sonho sonhei” pudesse
um dia amparar meu pouso, que
repousado nos respingos da água ardente,
eu nada mais tenho a reclamar nesta
viagem exotérica das grandes cidades.
Mote do dia: (A viagem dos meus sonhos)"Há tanta moça bonita nas ruas que não andei.
E há uma rua encantada que nem em sonhos sonhei ."- Mário Quintana
O MAPA
in Apontamentos de História Sobrenatural
“Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...”
Oh cidadão, por quê te encharcas
Arrotas alto e te deita no chão?
Por quê, cidadão, esse desalento,
essa falta que lhe cobre o corpo
desnuda-te a mente de seguir em frente?
- Não tenho o travo de pessimismo
que habita a tua alma de aparência calma
camuflando-te a visão a qual vê meu leito
que para ti, somente é como se fosse um chão
onde tu te apóias enquanto julgas e mentes
chamando-me de cidadão como se fora tu
a espera de “virar poeira ou folha levada”;
na madrugada já sou esse “pouco do nada
invisível “, por estas ruas desencantadas
“Que nem em sonho sonhei” pudesse
um dia amparar meu pouso, que
repousado nos respingos da água ardente,
eu nada mais tenho a reclamar nesta
viagem exotérica das grandes cidades.
Mote do dia: (A viagem dos meus sonhos)"Há tanta moça bonita nas ruas que não andei.
E há uma rua encantada que nem em sonhos sonhei ."- Mário Quintana
O MAPA
in Apontamentos de História Sobrenatural
“Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...”
quarta-feira, maio 28, 2008
O melhor da felicidade
by Soaroir 28/5/08
imagem: The Agonist.Org
Podem durar um minuto, ou menos
Os momentos que chamamos de felizes
Sua saudade, no entanto, cobre o mundo
E nos alenta por uma vida inteira.
Mote do dia:
"A melhor coisa de a gente se sentir feliz é que a gente pensa que
nunca vai se sentir infeliz de novo".
Manuel Puig, escritor
imagem: The Agonist.Org
Podem durar um minuto, ou menos
Os momentos que chamamos de felizes
Sua saudade, no entanto, cobre o mundo
E nos alenta por uma vida inteira.
Mote do dia:
"A melhor coisa de a gente se sentir feliz é que a gente pensa que
nunca vai se sentir infeliz de novo".
Manuel Puig, escritor
Nossos inimigos dizem
E eu não desisto
By Soaroir 27/5/08
Nossos inimigos dizem:
Perca a noção de domingos
Pois missa tem todo a hora
Roupa não há mais de festa
E a macarronada é instantânea.
Perca a noção de domingos
Na mesa sobram lugares
Falta a farofa espalhada
E as migalhas reclamadas
Quando a família se junta.
Eu perco a noção e insisto...
Ainda sobrou o Faustão!
Mote do dia:
A intenção do homem e a sua determinação
"Os nossos inimigos dizem
Nossos inimigos dizem: A luta terminou.
Mas nós dizemos: Ela começou.
Nossos inimigos dizem: A verdade está liquidada.
Mas nós dizemos: Nós a sabemos ainda.
Nossos inimigos dizem: Mesmo que ainda se conheça a verdade
Ela não pode mais ser divulgada.
Mas nós a divulgamos.
É a véspera da batalha.
É a preparação de nossos quadros.
É o estudo do plano de luta.
É o dia antes da queda
De nossos inimigos."
Bertold Brecht (1898-1956)
By Soaroir 27/5/08
Nossos inimigos dizem:
Perca a noção de domingos
Pois missa tem todo a hora
Roupa não há mais de festa
E a macarronada é instantânea.
Perca a noção de domingos
Na mesa sobram lugares
Falta a farofa espalhada
E as migalhas reclamadas
Quando a família se junta.
Eu perco a noção e insisto...
Ainda sobrou o Faustão!
Mote do dia:
A intenção do homem e a sua determinação
"Os nossos inimigos dizem
Nossos inimigos dizem: A luta terminou.
Mas nós dizemos: Ela começou.
Nossos inimigos dizem: A verdade está liquidada.
Mas nós dizemos: Nós a sabemos ainda.
Nossos inimigos dizem: Mesmo que ainda se conheça a verdade
Ela não pode mais ser divulgada.
Mas nós a divulgamos.
É a véspera da batalha.
É a preparação de nossos quadros.
É o estudo do plano de luta.
É o dia antes da queda
De nossos inimigos."
Bertold Brecht (1898-1956)
segunda-feira, maio 26, 2008
Desejo de aniversário
By Soaroir 26/5/08
quero um homem que tenha visões
mas não as suas envelhecidas
ele pode ter muitos bens,
porém que não o possuam
não sendo a minha alma gêmea
seja pelo menos a companheira
domine minha língua portuguesa,
revise com paciência os meus textos
não cobre de mim nenhuma rima
nem me torture com a mesmice coletiva
de presente quero um homem
que saiba recuperar a esperança que havia
nos aniversários do passados.
......x......x......
Aniversário
© Soaroir 26/05/08
No próximo dia 14
De junho, ano corrente
Vou novamente celebrar
Fato muito transcendente.
Neste dia há alguns anos
Chegava ao mundo arfante
Um bebê que se tornaria
Poetisa militante.
De fato, após algum tempo
De labuta e muita canseira
Resolve, pensando bem
Descansar nessa carreira.
Mote do dia : "Aniversário"
"No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui --- ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça,
com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado---,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa, No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!... "
Álvaro de Campos, 15-10-1929
quero um homem que tenha visões
mas não as suas envelhecidas
ele pode ter muitos bens,
porém que não o possuam
não sendo a minha alma gêmea
seja pelo menos a companheira
domine minha língua portuguesa,
revise com paciência os meus textos
não cobre de mim nenhuma rima
nem me torture com a mesmice coletiva
de presente quero um homem
que saiba recuperar a esperança que havia
nos aniversários do passados.
......x......x......
Aniversário
© Soaroir 26/05/08
No próximo dia 14
De junho, ano corrente
Vou novamente celebrar
Fato muito transcendente.
Neste dia há alguns anos
Chegava ao mundo arfante
Um bebê que se tornaria
Poetisa militante.
De fato, após algum tempo
De labuta e muita canseira
Resolve, pensando bem
Descansar nessa carreira.
Mote do dia : "Aniversário"
"No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui --- ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça,
com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado---,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa, No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!... "
Álvaro de Campos, 15-10-1929
domingo, maio 25, 2008
Perfil
sábado, maio 24, 2008
Labaredas no papel
©Soaroir Maria de Campos
mote do dia 23/05/08 “A Queimada”
Goethe, Lêdo Ivo, Byron,
E outros lordes “emos”
Queimem os fingidores de tantos “eus”
Saiam da primeira – partam para outras
Terceiras, pessoas causadoras
Dos males de nosso século.
Queimem estrôncios – soltem os fogos
Nos ofícios de artifícios dos senados
Romanos atualizados;
Capem CPM e F’s arrotadas;
Vomitem as poesias ensalivadas,
Mulheres frutas e pais desalmados.
Queimem tudo o que puderem;
O terno do casamento,
O vestido de noiva,
O convite da formatura,
A rosa da namorada murcha,
E o diploma das cotas.
Queimem tudo –
Não doem seus corações, só à poesia
Para a diferença das células tronco,
Na alquímica comédia dos tempos;
De resto, retirem os 4720 versos rimados
Em tercetos e guiados pelo espírito de Virgilio –
O resto... queimem... ante o Inferno
...e a presença de Dante.
mote do dia 23/05/08 “A Queimada”
Goethe, Lêdo Ivo, Byron,
E outros lordes “emos”
Queimem os fingidores de tantos “eus”
Saiam da primeira – partam para outras
Terceiras, pessoas causadoras
Dos males de nosso século.
Queimem estrôncios – soltem os fogos
Nos ofícios de artifícios dos senados
Romanos atualizados;
Capem CPM e F’s arrotadas;
Vomitem as poesias ensalivadas,
Mulheres frutas e pais desalmados.
Queimem tudo o que puderem;
O terno do casamento,
O vestido de noiva,
O convite da formatura,
A rosa da namorada murcha,
E o diploma das cotas.
Queimem tudo –
Não doem seus corações, só à poesia
Para a diferença das células tronco,
Na alquímica comédia dos tempos;
De resto, retirem os 4720 versos rimados
Em tercetos e guiados pelo espírito de Virgilio –
O resto... queimem... ante o Inferno
...e a presença de Dante.
Conflagração
© Soaroir 23/05/08
Lagarta na folha do maracujá
Asas cingidas de queimadas
Vôo interrompido, oh vida...
Meu grito grego - ai de mim!
Jesus Cristo ou Barrabás?
Edelweiss em Swizerland,
Ou embaúba tropical?
Expugnável morro crisálida
Fingida entre roçados e queimadas
Sem jamais saber do avoar...
Mote: "A Queimada"
Lêdo Ivo
"Queime tudo o que puder :
as cartas de amor
as contas telefônicas
o rol de roupas sujas
as escrituras e certidões
as inconfidências dos confrades ressentidos
a confissão interrompida
o poema erótico que ratifica a impotência
e anuncia a arteriosclerose
os recortes antigos e as fotografias amareladas.
Não deixe aos herdeiros esfaimados
nenhuma herança de papel.
Seja como os lobos : more num covil
e só mostre à canalha das ruas os seus dentes afiados.
Viva e morra fechado como um caracol.
Diga sempre não à escória eletrônica.
Destrua os poemas inacabados,os rascunhos,
as variantes e os fragmentos
que provocam o orgasmo tardio dos filólogos e escoliastas.
Não deixe aos catadores do lixo literário nenhuma migalha.
Não confie a ninguém o seu segredo.
A verdade não pode ser dita".
Lagarta na folha do maracujá
Asas cingidas de queimadas
Vôo interrompido, oh vida...
Meu grito grego - ai de mim!
Jesus Cristo ou Barrabás?
Edelweiss em Swizerland,
Ou embaúba tropical?
Expugnável morro crisálida
Fingida entre roçados e queimadas
Sem jamais saber do avoar...
Mote: "A Queimada"
Lêdo Ivo
"Queime tudo o que puder :
as cartas de amor
as contas telefônicas
o rol de roupas sujas
as escrituras e certidões
as inconfidências dos confrades ressentidos
a confissão interrompida
o poema erótico que ratifica a impotência
e anuncia a arteriosclerose
os recortes antigos e as fotografias amareladas.
Não deixe aos herdeiros esfaimados
nenhuma herança de papel.
Seja como os lobos : more num covil
e só mostre à canalha das ruas os seus dentes afiados.
Viva e morra fechado como um caracol.
Diga sempre não à escória eletrônica.
Destrua os poemas inacabados,os rascunhos,
as variantes e os fragmentos
que provocam o orgasmo tardio dos filólogos e escoliastas.
Não deixe aos catadores do lixo literário nenhuma migalha.
Não confie a ninguém o seu segredo.
A verdade não pode ser dita".
sexta-feira, maio 23, 2008
Eu Acredito em Anjos
No dia de Corpus Christi
By Soaroir – 22/05/2008
Mote: Eu acredito em anjos
Eu acredito em anjos, salamandras,
Gnomos, silvos e ondinas
Um fado português só em cordas
A 5ª e a 6ª de Beethoven
Sinfonias
Para se ouvir neste dia
Bradenburgo de Bach
Para o mote de Sunny Lóra
Como não crer em anjos
Se eles são quem nos guiam?
Haniel – nesta quinta-feira
É o anjo que nos ilumina
por todo o dia e a toda a hora.
Amém!
By Soaroir – 22/05/2008
Mote: Eu acredito em anjos
Eu acredito em anjos, salamandras,
Gnomos, silvos e ondinas
Um fado português só em cordas
A 5ª e a 6ª de Beethoven
Sinfonias
Para se ouvir neste dia
Bradenburgo de Bach
Para o mote de Sunny Lóra
Como não crer em anjos
Se eles são quem nos guiam?
Haniel – nesta quinta-feira
É o anjo que nos ilumina
por todo o dia e a toda a hora.
Amém!
quarta-feira, maio 21, 2008
Comédia Divina
©Soaroir 21/5/08
imagem:google/anapow
Faltam me trinta para noventa –
O tempo, como os fios de cabelos,
cai aos montes na lua minguante.
Mote: "Palavras sábias"
"Deus costuma usar a solidão
para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer nos mostrar a
importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar sobre a
responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa doença, quando quer
nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo, para nos ensinar
a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
nos mostrar a importância da vida".
Fernando Pessoa
imagem:google/anapow
Faltam me trinta para noventa –
O tempo, como os fios de cabelos,
cai aos montes na lua minguante.
Mote: "Palavras sábias"
"Deus costuma usar a solidão
para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer nos mostrar a
importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar sobre a
responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa doença, quando quer
nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo, para nos ensinar
a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
nos mostrar a importância da vida".
Fernando Pessoa
terça-feira, maio 20, 2008
A Gôndola Encantada
© Soaroir 20/05/08
(mote: viagens infinitas)
imagem:helder rocha
Separado, pro leite as moedas,
na gôndola, a pobre coitada
repete a multiplicação
para as muxibas e o pão.
Três bifes ditos de alcatra,
de gramas não chega a duzentos,
menores do que a frigideira,
mas serve à família inteira.
Sem mais para agradecer,
passa na frente da igreja,
repete o sinal da cruz
e roga a Deus uma luz.
(mote: viagens infinitas)
imagem:helder rocha
Separado, pro leite as moedas,
na gôndola, a pobre coitada
repete a multiplicação
para as muxibas e o pão.
Três bifes ditos de alcatra,
de gramas não chega a duzentos,
menores do que a frigideira,
mas serve à família inteira.
Sem mais para agradecer,
passa na frente da igreja,
repete o sinal da cruz
e roga a Deus uma luz.
O Aprendiz
By Soaroir
19/05/08
Às vezes fico daqui de minha vivenda
pensando se é curta ou longa a minha jornada
e o tempo vai passando...
até quando o coração me diz
que o maior bem é a vida –
parto então com a minha boiada,
sem medo de seguir a estrada
que me leve a ser feliz.
mote do dia: "Ser Aprendiz"
19/05/08
Às vezes fico daqui de minha vivenda
pensando se é curta ou longa a minha jornada
e o tempo vai passando...
até quando o coração me diz
que o maior bem é a vida –
parto então com a minha boiada,
sem medo de seguir a estrada
que me leve a ser feliz.
mote do dia: "Ser Aprendiz"
segunda-feira, maio 19, 2008
Aos participantes
By Soaroir
"A Cor da Alma"
Almas em versos – tratado poético -
espaço em que deixamos a forma
mais abstrata da vida:
energia cósmica, individual;
arco-íris de poetas on-line
de letras concretas e almas livres,
suas cores, acima de tudo o que tem cor,
coloriram do tema a alma essencial.
"A Cor da Alma"
Almas em versos – tratado poético -
espaço em que deixamos a forma
mais abstrata da vida:
energia cósmica, individual;
arco-íris de poetas on-line
de letras concretas e almas livres,
suas cores, acima de tudo o que tem cor,
coloriram do tema a alma essencial.
A Cor da Alma
Minh'alma © Soaroir 18/05/08
Caucasiana de vó e vô,
De graça tenho nos olhos
O verde de muitas bandeiras
E a alma furta-cor;
Cromia e sintonia de Matisse e Strauss,
Fonias de tons, Jobim e semitons;
Folias contrastando philias,
Mistura de azeviche encarnado
E mamelucos prateados;
Matizes de acordes difusos,
Entre azevinhos e paus-brasil,
Minha alma cora ao sol
Na luz intensa do Sul.
mote do dia por Soaroir:
"Toda cor tem alma e toda alma tem cor - qual é a cor de tua alma?"
Caucasiana de vó e vô,
De graça tenho nos olhos
O verde de muitas bandeiras
E a alma furta-cor;
Cromia e sintonia de Matisse e Strauss,
Fonias de tons, Jobim e semitons;
Folias contrastando philias,
Mistura de azeviche encarnado
E mamelucos prateados;
Matizes de acordes difusos,
Entre azevinhos e paus-brasil,
Minha alma cora ao sol
Na luz intensa do Sul.
mote do dia por Soaroir:
"Toda cor tem alma e toda alma tem cor - qual é a cor de tua alma?"
sábado, maio 17, 2008
O Tédio
© Soaroir Maio 17/08
Quando a sombra do tédio de mim se aproxima
Refletindo, escura, em minhas telas,
Por ventura em branco,
Abro todas as cortinas, janelas e quantos forem os vãos
Aonde a luz possa espantar tal assombração.
Mas se for noite, sem lua e sem estrelas,
Logo acendo outras chamas que alumiem
Minhas pinturas e minhas fotografias
Minha paleta repleta e todos os meus esboços.
E ainda,
Tenho num canto um velho candeeiro
Para que se por dinheiro me faltar a luz
Eu deite nas linhas de muitas laudas
As entediantes pautas do fastio.
Mote do dia : Tédio
Olavo Bilac
Sobre minh'alma, como sobre um trono,
Senhor brutal, pesa o aborrecimento.
Como tardas em vir, último outono,
Lançar-me as folhas últimas ao vento!
Oh! dormir no silêncio e no abandono,
Só, sem um sonho, sem um pensamento,
E, no letargo do aniquilamento,
Ter, ó pedra, a quietude do teu sono!
Oh! deixar de sonhar o que não vejo!
Ter o sangue gelado, e a carne fria!
E, de uma luz crepuscular velada,
Deixar a alma dormir sem um desejo,
Ampla, fúnebre, lúgubre, vazia
Como uma catedral abandonada!...
Quando a sombra do tédio de mim se aproxima
Refletindo, escura, em minhas telas,
Por ventura em branco,
Abro todas as cortinas, janelas e quantos forem os vãos
Aonde a luz possa espantar tal assombração.
Mas se for noite, sem lua e sem estrelas,
Logo acendo outras chamas que alumiem
Minhas pinturas e minhas fotografias
Minha paleta repleta e todos os meus esboços.
E ainda,
Tenho num canto um velho candeeiro
Para que se por dinheiro me faltar a luz
Eu deite nas linhas de muitas laudas
As entediantes pautas do fastio.
Mote do dia : Tédio
Olavo Bilac
Sobre minh'alma, como sobre um trono,
Senhor brutal, pesa o aborrecimento.
Como tardas em vir, último outono,
Lançar-me as folhas últimas ao vento!
Oh! dormir no silêncio e no abandono,
Só, sem um sonho, sem um pensamento,
E, no letargo do aniquilamento,
Ter, ó pedra, a quietude do teu sono!
Oh! deixar de sonhar o que não vejo!
Ter o sangue gelado, e a carne fria!
E, de uma luz crepuscular velada,
Deixar a alma dormir sem um desejo,
Ampla, fúnebre, lúgubre, vazia
Como uma catedral abandonada!...
O segredo do poema
© Soaroir Maria de Campos
Há no poema qualquer coisa
Qualquer coisa de ficar e de avoar,
De trilhas de abelhas sem esquivança
De rochas e horas do dia.
Há no poema um mergulho
Decolagem, flutuar e dissipar-se
No mental trajeto do vento;
Há no poema um looping inesperado
Pousos de deslembranças
No retorno de caminhos
À cativas liberdades que o poeta
Bem conhece o ninho e alça o vôo.
Mote do dia:
"Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam..."
Fragmentos de um poema de
Mário Quintana
Há no poema qualquer coisa
Qualquer coisa de ficar e de avoar,
De trilhas de abelhas sem esquivança
De rochas e horas do dia.
Há no poema um mergulho
Decolagem, flutuar e dissipar-se
No mental trajeto do vento;
Há no poema um looping inesperado
Pousos de deslembranças
No retorno de caminhos
À cativas liberdades que o poeta
Bem conhece o ninho e alça o vôo.
Mote do dia:
"Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam..."
Fragmentos de um poema de
Mário Quintana
sexta-feira, maio 16, 2008
LIBERDADE DE VERDADE
© Lina Meirelles
Rio, 15.05.08
(publicação autorizada pela autora
para Pote de Poesias)
Em nome da liberdade
fugi para dentro de mim.
Aprisionei-me na solidão.
Sozinha, no meio da multidão,
renunciei ao que devia ser. Enfim,
mergulhei em busca da verdade.
Afastei-me da realidade.
Escolhi o caminho da exclusão,
para só, ser o que sou.
Anulei-me.
Ao ser absoluto, a decisão me levou.
Do meu próprio eu, livrei-me.
Sendo morta, então, o resto celebrei:
a beleza ilimitada da vida,
única, breve e intensa passagem.
Com muita coragem, na nulidade obtida,
achei a verdade.
E a isso eu chamei liberdade !
Rio, 15.05.08
(publicação autorizada pela autora
para Pote de Poesias)
Em nome da liberdade
fugi para dentro de mim.
Aprisionei-me na solidão.
Sozinha, no meio da multidão,
renunciei ao que devia ser. Enfim,
mergulhei em busca da verdade.
Afastei-me da realidade.
Escolhi o caminho da exclusão,
para só, ser o que sou.
Anulei-me.
Ao ser absoluto, a decisão me levou.
Do meu próprio eu, livrei-me.
Sendo morta, então, o resto celebrei:
a beleza ilimitada da vida,
única, breve e intensa passagem.
Com muita coragem, na nulidade obtida,
achei a verdade.
E a isso eu chamei liberdade !
quinta-feira, maio 15, 2008
Tiziu, Tiziu
by Soaroir
mote:liberdade
Estou farta de falar de liberdade.
Pra mim ela é um franzino anu-preto de bico forte
com uma piaçoca no Pantanal
dividindo o mesmo espaço com garças brancas
e agitados frangos d’agua -
para assistir a exibição do
tiziu, tiziu.
Não entendeu nada? Não?
Imagine eu...
mote do dia: "Liberdade"
Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta,
que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.
mote:liberdade
Estou farta de falar de liberdade.
Pra mim ela é um franzino anu-preto de bico forte
com uma piaçoca no Pantanal
dividindo o mesmo espaço com garças brancas
e agitados frangos d’agua -
para assistir a exibição do
tiziu, tiziu.
Não entendeu nada? Não?
Imagine eu...
mote do dia: "Liberdade"
Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta,
que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.
quarta-feira, maio 14, 2008
Quando me amei de verdade
À Mercuriana
© Soaroir 14/5/08
- Para poesia on-line do RL -
Quando me amei de verdade
mudei da tradição a magia –
de Órfica para a Mercuriana.
Foi quando me amei de verdade
que deixei de amar outros amores,
mandar flores para os mortos,
chorar sobre sepulturas alheias
aos meus próprios enterros.
Mote:"Quando me amei de verdade
percebi que a minha mente me pode atormentar
e me decepcionar, mas quando a coloco
ao serviço do coração ela torna-se uma
grande e valiosa aliada."
De Charles Chaplim
© Soaroir 14/5/08
- Para poesia on-line do RL -
Quando me amei de verdade
mudei da tradição a magia –
de Órfica para a Mercuriana.
Foi quando me amei de verdade
que deixei de amar outros amores,
mandar flores para os mortos,
chorar sobre sepulturas alheias
aos meus próprios enterros.
Mote:"Quando me amei de verdade
percebi que a minha mente me pode atormentar
e me decepcionar, mas quando a coloco
ao serviço do coração ela torna-se uma
grande e valiosa aliada."
De Charles Chaplim
terça-feira, maio 13, 2008
Em busca de Hêdoné
By Soaroir - 13/05/08
mote do dia: prazer
Diante de um infinito distante busco
a chama de mim mesma – para contradizer:
tudo não é ilusão e nem só o momento é real.
Busco hêdoné, além de Kamasutra,
do argumento e da psique.
Busco o que não posso compreender
no prazer do riso e da ira,
do belo e do feio,
do sagrado e do profano –
para bem viver a vida.
mote do dia: prazer
Diante de um infinito distante busco
a chama de mim mesma – para contradizer:
tudo não é ilusão e nem só o momento é real.
Busco hêdoné, além de Kamasutra,
do argumento e da psique.
Busco o que não posso compreender
no prazer do riso e da ira,
do belo e do feio,
do sagrado e do profano –
para bem viver a vida.
segunda-feira, maio 12, 2008
Meus Pensamentos
By Soaroir
12/05/08
Meus pensamentos são poesias
diferentes das expressas em palavras.
Lá eu sou a Mulher Invisível;
sou o Tocha Humana, Homem Borracha
e mormente o Coisa.
Em meus pensamentos sou um quarteto;
sou fantástica –
Conformo o mundo
com meus desejos mais secretos.
(mote do dia:"pensamento"
A poem is never finished, only abandoned.
- Paul Valery
12/05/08
Meus pensamentos são poesias
diferentes das expressas em palavras.
Lá eu sou a Mulher Invisível;
sou o Tocha Humana, Homem Borracha
e mormente o Coisa.
Em meus pensamentos sou um quarteto;
sou fantástica –
Conformo o mundo
com meus desejos mais secretos.
(mote do dia:"pensamento"
A poem is never finished, only abandoned.
- Paul Valery
domingo, maio 11, 2008
Mães adotivas
quinta-feira, maio 08, 2008
Amor quadrado
©Soaroir 8/5/08
imagem/geocities/paris/
Como uma régua, desprovida
imagem/geocities/paris/
Como uma régua, desprovida
[de contornos,
Ainda acredito que
[as medidas de ontem
Possam guardar no compasso
[dos esforços
Alguns valores disponíveis
À preciosidade de um
À preciosidade de um
[momento.
Que arrogância a minha...
Medir dação em pagamento!
MOTE DO DIA:
As dimensões do amor
Em ti o amor tinha tantas dimensões
Que não dava espaço
À vulgaridade dos cantos tristes e mudos.
Mesmo quando falavas em desamores
Transformavas o pranto em flores
E partias na senda ilusória
De novas claridades.
Horta, Setembro, 2007
Manuel C. Amor (poeta Angolano)
Medir dação em pagamento!
MOTE DO DIA:
As dimensões do amor
Em ti o amor tinha tantas dimensões
Que não dava espaço
À vulgaridade dos cantos tristes e mudos.
Mesmo quando falavas em desamores
Transformavas o pranto em flores
E partias na senda ilusória
De novas claridades.
Horta, Setembro, 2007
Manuel C. Amor (poeta Angolano)
Nostalgia do silêncio
© Soaroir 07/05/08
Silêncio... no teu dia consagrado busco a tua parceria,
que cada vez mais se esgueira – não te encontro mais
em alizar de ombreiras de quartos nem catedrais.
Reticente tenho remorso do barulho adquirido
na minha mente – das roças até as capitais.
Ao redor, só ofegantes alvoroços e tormentas;
silêncio, eu te casso, mas tu te cessas espremido,
perdido, entre minhas arquejantes nostalgias.
II
Nostalgia é...
By Soaroir 7/5/08
Sentir de repente a gastura
Daquele verão mais curto
Ou do inverno mais longo
Entre geadas de inquietação
Que a Primavera dos justos
Costurou com fios dourados
Nas hastes da ancianidade.
(mote: nostalgia)
Silêncio... no teu dia consagrado busco a tua parceria,
que cada vez mais se esgueira – não te encontro mais
em alizar de ombreiras de quartos nem catedrais.
Reticente tenho remorso do barulho adquirido
na minha mente – das roças até as capitais.
Ao redor, só ofegantes alvoroços e tormentas;
silêncio, eu te casso, mas tu te cessas espremido,
perdido, entre minhas arquejantes nostalgias.
II
Nostalgia é...
By Soaroir 7/5/08
Sentir de repente a gastura
Daquele verão mais curto
Ou do inverno mais longo
Entre geadas de inquietação
Que a Primavera dos justos
Costurou com fios dourados
Nas hastes da ancianidade.
(mote: nostalgia)
domingo, maio 04, 2008
Fluxo de Consciência
(Mote: otimismo
© Soaroir 04/05/08
Minhas canetas estão falhando.
Como minha inspiração,
a HP está sem tinta;
a tintura dos cabelos não deu certo;
a Lieb deixa pêlos brancos por toda a casa...
Que outono!
O nariz congestionado,
a garganta dói;
os ombros se contraem
na surrada malha acrílica –
Como podem abandonar o Sol...
irem além do Equador...
Que frio!
A lavadora emperrada –
na pia as louças se acumulam
às mãos que cada vez mais
têm menos circulação.
Abaixo a pressão sanguínea,
a osteoporose, o whiskey, o café –
adoto a piteira...
Quantos vícios!
E essas paredes surdas...
computador sem memórias;
Sem crédito o celular, a conta corrente,
a TV a cabo e esta escritura –
Tudo sem, tudo sem! Só, com Faukner...
Que domingo azul!
Poesia on-line - Recanto das letras - mote do dia:
"Muitas vezes agimos ...sem percebermos. Colocamos em
nossa visão as lentes da aflição, do medo, do desespero, da baixa
auto-estima, ou até mesmo uma lente muito escura que não nos permite
enxergar com clareza por onde estamos andando, e aí vamos caminhando
olhando o mundo sobre aquela lente que deturpa todas as imagens que
passam à nossa frente e não nos deixam enxergar a segurança, a paz, o
perigo daquela proposta ilusória, ou o valor que temos."
Fonte:e-otimismo/ By Kate Weiss
© Soaroir 04/05/08
Minhas canetas estão falhando.
Como minha inspiração,
a HP está sem tinta;
a tintura dos cabelos não deu certo;
a Lieb deixa pêlos brancos por toda a casa...
Que outono!
O nariz congestionado,
a garganta dói;
os ombros se contraem
na surrada malha acrílica –
Como podem abandonar o Sol...
irem além do Equador...
Que frio!
A lavadora emperrada –
na pia as louças se acumulam
às mãos que cada vez mais
têm menos circulação.
Abaixo a pressão sanguínea,
a osteoporose, o whiskey, o café –
adoto a piteira...
Quantos vícios!
E essas paredes surdas...
computador sem memórias;
Sem crédito o celular, a conta corrente,
a TV a cabo e esta escritura –
Tudo sem, tudo sem! Só, com Faukner...
Que domingo azul!
Poesia on-line - Recanto das letras - mote do dia:
"Muitas vezes agimos ...sem percebermos. Colocamos em
nossa visão as lentes da aflição, do medo, do desespero, da baixa
auto-estima, ou até mesmo uma lente muito escura que não nos permite
enxergar com clareza por onde estamos andando, e aí vamos caminhando
olhando o mundo sobre aquela lente que deturpa todas as imagens que
passam à nossa frente e não nos deixam enxergar a segurança, a paz, o
perigo daquela proposta ilusória, ou o valor que temos."
Fonte:e-otimismo/ By Kate Weiss
Sal Enxuto
©Soaroir 03/05/08
Imagem em: photobucket.com
Trago a visão das gaivotas no olhar
A contemplar este grande oceano;
Ainda tenho na pele o sal enxuto
E os cabelos encharcados pelo mar.
Trago uma luva de areias quentes
Entre palmos de alva espuma;
Rompantes de vagas ao vento
Superando quaisquer correntes.
E das solas ingênuas de carícias
Trago a impressão que eu lá deixei
Na areia impregnada de delícias.
Está retratado sem nada faltar:
Há beleza também nas brumas,
Gradeza que homem algum pode imitar.
Mote do dia:
"É só contemplar este grande oceano
Aonde o poder de um ser soberano
Está retratado sem nada faltar
Grandezas que o homem não pode imitar
Nem mesmo em oitenta milhões de semanas"
-Zé Ramalho. Disco: Força Verde, 1983, Epic.-
Imagem em: photobucket.com
Trago a visão das gaivotas no olhar
A contemplar este grande oceano;
Ainda tenho na pele o sal enxuto
E os cabelos encharcados pelo mar.
Trago uma luva de areias quentes
Entre palmos de alva espuma;
Rompantes de vagas ao vento
Superando quaisquer correntes.
E das solas ingênuas de carícias
Trago a impressão que eu lá deixei
Na areia impregnada de delícias.
Está retratado sem nada faltar:
Há beleza também nas brumas,
Gradeza que homem algum pode imitar.
Mote do dia:
"É só contemplar este grande oceano
Aonde o poder de um ser soberano
Está retratado sem nada faltar
Grandezas que o homem não pode imitar
Nem mesmo em oitenta milhões de semanas"
-Zé Ramalho. Disco: Força Verde, 1983, Epic.-
sexta-feira, maio 02, 2008
Fragmentos
Soaroir 02/05/08
Sou velha como uma borboleta,
nova como um carvalho,
ladina como um pé de couve.
Escrevo porque gosto,
se quer sei muito bem fazê-lo.
Vou passando a limpo os rabiscos do tempo.
Nesse meio tempo esvazio gavetas e armários
que ontem estiveram repletos de papéis,
especialmente o de ignorante tolo;
vou arquivando o psicótico e cortando
as relações do neurótico com o perverso.
Amanhã poderei ser
simplesmente tola.
Mote: Sou como você me vê,
posso ser leve como uma brisa,
ou forte como uma ventania,
depende de quando,
e como você me vê passar.
Clarice Lispector
Sou velha como uma borboleta,
nova como um carvalho,
ladina como um pé de couve.
Escrevo porque gosto,
se quer sei muito bem fazê-lo.
Vou passando a limpo os rabiscos do tempo.
Nesse meio tempo esvazio gavetas e armários
que ontem estiveram repletos de papéis,
especialmente o de ignorante tolo;
vou arquivando o psicótico e cortando
as relações do neurótico com o perverso.
Amanhã poderei ser
simplesmente tola.
Mote: Sou como você me vê,
posso ser leve como uma brisa,
ou forte como uma ventania,
depende de quando,
e como você me vê passar.
Clarice Lispector
quinta-feira, maio 01, 2008
Ócio e Lazer - O mote do dia
Assinar:
Postagens (Atom)