segunda-feira, junho 30, 2008
Morreu o Boi Pintadinho
Na Toada
By Soaroir 30/6/08
Gira, gira meu boi antes pintadinho.
Meu mundo deu voltas e lá se foi voce
Não se veste mais de chita
e nem dança mais em terreiros
Sua dança tem arena e luzes
agora é ópera a céu aberto
e brilha mais do que cetim
Do sertão dos Goytacazes
às terras dos tracajás
entre Tupinambás guerreiros
bumba meu boi-bumbá
nosso boi mais brasileiro.
O meu boi morreu
O que será de mim
Mande buscar outro,oh maninha
Lá em Parintins.
Mote por Denise:
"...Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração..."
(Roda Viva,Chico Buarque)
By Soaroir 30/6/08
Gira, gira meu boi antes pintadinho.
Meu mundo deu voltas e lá se foi voce
Não se veste mais de chita
e nem dança mais em terreiros
Sua dança tem arena e luzes
agora é ópera a céu aberto
e brilha mais do que cetim
Do sertão dos Goytacazes
às terras dos tracajás
entre Tupinambás guerreiros
bumba meu boi-bumbá
nosso boi mais brasileiro.
O meu boi morreu
O que será de mim
Mande buscar outro,oh maninha
Lá em Parintins.
Mote por Denise:
"...Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração..."
(Roda Viva,Chico Buarque)
SER E NÃO SER
By Marineusa Santana
29/06/08
Ser cearense e não ser Paulista
E visitar hoje a Biblioteca
Me dá um grandiosissimo prazer
Pois conheci também a Pinacoteca
Ser doente e não uma turista
Não fez pra mim nenhuma diferença
Fui passear na Estação da luz
E no Museu da lingua portuguesa
Ser conhecida apenas pela internete
Não atrapalhou o encontro com Soaroir
Ao dar de cara uma com a outra
Começamos então as duas a sorrir
Não foi dificil nos reconhecer
E foi gostoso passearmos juntas
Trocando idéias sobre o que escrever
E comentando sobre as nossas lutas
Com som em:
http://www.marineusantana.recantodasletras.com.br/
visualizar.php?idt=1055689
29/06/08
Ser cearense e não ser Paulista
E visitar hoje a Biblioteca
Me dá um grandiosissimo prazer
Pois conheci também a Pinacoteca
Ser doente e não uma turista
Não fez pra mim nenhuma diferença
Fui passear na Estação da luz
E no Museu da lingua portuguesa
Ser conhecida apenas pela internete
Não atrapalhou o encontro com Soaroir
Ao dar de cara uma com a outra
Começamos então as duas a sorrir
Não foi dificil nos reconhecer
E foi gostoso passearmos juntas
Trocando idéias sobre o que escrever
E comentando sobre as nossas lutas
Com som em:
http://www.marineusantana.recantodasletras.com.br/
visualizar.php?idt=1055689
sábado, junho 28, 2008
sexta-feira, junho 27, 2008
“A Tarde de uma Vaca”
Coisas Pequenas
©Soaroir
O poeta denuncia
Grandes coisas e pequenas
Mas só almas não vazias
Sabem quanto vale a pena.
mote por Mara Weiss:
Pequenas coisas. Aquelas, tão pequenas que ninguém nota
Entendem o que diz a pena.
"Não é que o mundo seja só ruim e triste. É que as pequenas notícias não saem nos grandes jornais. Quando uma pena flutua no ar por oito segundos ou a menina abraça o seu grande amigo, nenhum jornalista escreve a respeito. Só os poetas o fazem".(Rita Apoena)
O poeta denuncia
Grandes coisas e pequenas
Mas só almas não vazias
Sabem quanto vale a pena.
mote por Mara Weiss:
Pequenas coisas. Aquelas, tão pequenas que ninguém nota
Entendem o que diz a pena.
"Não é que o mundo seja só ruim e triste. É que as pequenas notícias não saem nos grandes jornais. Quando uma pena flutua no ar por oito segundos ou a menina abraça o seu grande amigo, nenhum jornalista escreve a respeito. Só os poetas o fazem".(Rita Apoena)
A famigerada "Dança" do Créu.
imagem:google/cordel
Autor: Waldeck de Garanhuns
publicação autorizada p ABLC em 26/6/08
Meus amigos atenção
vamos fazer escarcéu
pois a praga já chegou
mostrando a cara sem véu
a coisa é famigerada
para o mal da garotada
chegou a dança do créu.
Chamar aquilo de dança
chega a ser um sacrilégio
pois dança é coisa divina
e dançar é um privilégio.
Aquilo é um rebolado
safado e mal acabado
um ato de sortilégio.
Tanta obscenidade
sem motivos sem razões
fruto da mediocridade
de imbecis fanfarrões
desprovidos de talento
com pensamento nojento
iludindo as multidões.
Esses falsários da arte
têm que ser abolidos
gravadoras não deviam
gravar esses atrevidos.
Se as rádios não tocassem
televisões não mostrassem
eles seriam banidos.
Mas a mediocridade
não está só em quem faz
a maior parte das rádios
com isso se satisfaz
divulgando a excrescência
que junto com a prepotência
a maledicência traz.
A televisão propaga
dando fama futurista
a qualquer um imbecil
que se arvora de artista
impondo uma ditadura
fazendo a anticultura
em atitude fascista.
Tem TV e Rádio boa
pois nem todas são assim
somente as mercantilistas
divulgam coisa ruim
denegrindo as coisas boas
imbecilizam as pessoas
em um medíocre festim.
Essa praga se espalha
por entre a população
que se influencia fácil
por falta de educação.
Nós temos que educar
nosso povo pra pensar
e ao que ruim dizer um não.
Quem tem má educação
vê e ouve o que não presta,
ainda acha que é bom
e disso faz uma festa.
Por não ter conhecimento
consumir o "excremento"
apenas é o que lhe resta.
Nossa má educação
só nos traz dificuldade,
não se vive por inteiro
só se conhece a metade.
Coisas boas desprezamos
sem perceber mergulhamos
na cruel mediocridade.
Com essa realidade
o povo vive ao léu
em aglomerados loucos,
nem olha mais para o céu!
Perde sensibilidade
e dá oportunidade
para a miséria do créu.
Esse tipo de "arte" faz
muita gente se iludir
porque isso não é arte
só chega pra confundir.
É oriundo do mal
não é intelectual
por isso tem que sumir.
Muita gente pode achar
até que sou radical
porém está enganado
o que eu não gosto é do mal.
A cultura popular
deve se manifestar
mas não de modo banal.
O novo é muito legal
mas quando vem com beleza,
e não de modo obsceno
fomentando a incerteza,
sem ter sentido e sem nexo
banalizando o sexo
desmantelando a pureza.
Eu tenho muita tristeza
quando vejo a criancinha
induzida por adultos
a remexer a bundinha,
em gestos sexuais
medíocres, feios, banais,
com essa dança daninha.
E essa coisa mesquinha
entra em nossas escolas
e em algumas encontra
professores sem cacholas,
que fazem a criançada
dançar a famigerada
remexendo as "rabicholas".
A escola deveria
ser a primeira a barrar
esse tipo de costume
e à criança ensinar
o lado bom da cultura
pra formar na criatura
a lucidez do pensar.
A escola deve ter
a responsabilidade
de afastar nossas crianças
dessa mediocridade.
Combater os maus costumes
e espargir os perfumes
da moral e da verdade.
Atrás dessa improbidade
outras piores virão,
se nós os educadores
não dermos toda atenção,
a fim de realizar
uma mudança sem par
através da educação.
Só se faz uma nação
soberana, em bom estado
com ética e honestidade
povo bem alimentado
escola que ensine bem
saúde por um vintém
e um povo muito educado.
Autor: Waldeck de Garanhuns
publicação autorizada p ABLC em 26/6/08
Meus amigos atenção
vamos fazer escarcéu
pois a praga já chegou
mostrando a cara sem véu
a coisa é famigerada
para o mal da garotada
chegou a dança do créu.
Chamar aquilo de dança
chega a ser um sacrilégio
pois dança é coisa divina
e dançar é um privilégio.
Aquilo é um rebolado
safado e mal acabado
um ato de sortilégio.
Tanta obscenidade
sem motivos sem razões
fruto da mediocridade
de imbecis fanfarrões
desprovidos de talento
com pensamento nojento
iludindo as multidões.
Esses falsários da arte
têm que ser abolidos
gravadoras não deviam
gravar esses atrevidos.
Se as rádios não tocassem
televisões não mostrassem
eles seriam banidos.
Mas a mediocridade
não está só em quem faz
a maior parte das rádios
com isso se satisfaz
divulgando a excrescência
que junto com a prepotência
a maledicência traz.
A televisão propaga
dando fama futurista
a qualquer um imbecil
que se arvora de artista
impondo uma ditadura
fazendo a anticultura
em atitude fascista.
Tem TV e Rádio boa
pois nem todas são assim
somente as mercantilistas
divulgam coisa ruim
denegrindo as coisas boas
imbecilizam as pessoas
em um medíocre festim.
Essa praga se espalha
por entre a população
que se influencia fácil
por falta de educação.
Nós temos que educar
nosso povo pra pensar
e ao que ruim dizer um não.
Quem tem má educação
vê e ouve o que não presta,
ainda acha que é bom
e disso faz uma festa.
Por não ter conhecimento
consumir o "excremento"
apenas é o que lhe resta.
Nossa má educação
só nos traz dificuldade,
não se vive por inteiro
só se conhece a metade.
Coisas boas desprezamos
sem perceber mergulhamos
na cruel mediocridade.
Com essa realidade
o povo vive ao léu
em aglomerados loucos,
nem olha mais para o céu!
Perde sensibilidade
e dá oportunidade
para a miséria do créu.
Esse tipo de "arte" faz
muita gente se iludir
porque isso não é arte
só chega pra confundir.
É oriundo do mal
não é intelectual
por isso tem que sumir.
Muita gente pode achar
até que sou radical
porém está enganado
o que eu não gosto é do mal.
A cultura popular
deve se manifestar
mas não de modo banal.
O novo é muito legal
mas quando vem com beleza,
e não de modo obsceno
fomentando a incerteza,
sem ter sentido e sem nexo
banalizando o sexo
desmantelando a pureza.
Eu tenho muita tristeza
quando vejo a criancinha
induzida por adultos
a remexer a bundinha,
em gestos sexuais
medíocres, feios, banais,
com essa dança daninha.
E essa coisa mesquinha
entra em nossas escolas
e em algumas encontra
professores sem cacholas,
que fazem a criançada
dançar a famigerada
remexendo as "rabicholas".
A escola deveria
ser a primeira a barrar
esse tipo de costume
e à criança ensinar
o lado bom da cultura
pra formar na criatura
a lucidez do pensar.
A escola deve ter
a responsabilidade
de afastar nossas crianças
dessa mediocridade.
Combater os maus costumes
e espargir os perfumes
da moral e da verdade.
Atrás dessa improbidade
outras piores virão,
se nós os educadores
não dermos toda atenção,
a fim de realizar
uma mudança sem par
através da educação.
Só se faz uma nação
soberana, em bom estado
com ética e honestidade
povo bem alimentado
escola que ensine bem
saúde por um vintém
e um povo muito educado.
quinta-feira, junho 26, 2008
Sopros
terça-feira, junho 24, 2008
Cartas de Amor
Fragmento de "Antologia de Junho" http://static.recantodasletras.com.br/arquivos/1060567.pdf?1214955406
Um amor de repente© Soaroir Maria de Campos
Junho 24/08
Cartas, todas são ridículas
Até mesmo as de Caminha
Mas de amor é outra coisa
Haja visto aquelas minhas.
Fora, não jogo nenhuma
São traçadas bem as linhas
De um tempo bem vivido
João com sua Maryzinha.
Como tudo tem seu fim
E eu não fui sua rainha
Guardo todas suas cartas
Abraçadas por fitinhas.
Quero antes de eu morrer
Mudar essa ladainha:
“Amor de carta é ridículo”
Haja visto aquelas minhas.
Mote por Kate Weiss:
CARTAS DE AMOR
Fernando Pessoa
Um amor de repente© Soaroir Maria de Campos
Junho 24/08
Cartas, todas são ridículas
Até mesmo as de Caminha
Mas de amor é outra coisa
Haja visto aquelas minhas.
Fora, não jogo nenhuma
São traçadas bem as linhas
De um tempo bem vivido
João com sua Maryzinha.
Como tudo tem seu fim
E eu não fui sua rainha
Guardo todas suas cartas
Abraçadas por fitinhas.
Quero antes de eu morrer
Mudar essa ladainha:
“Amor de carta é ridículo”
Haja visto aquelas minhas.
Mote por Kate Weiss:
CARTAS DE AMOR
Fernando Pessoa
Salve São João
Procuram-se agasalhos
©Soaroir 24/6/08
mesmo se velhinhos, ou com alguns buraquinhos,
não faz mal. Aceitamos toda e qualquer oferta
é que por aqui a temperatura ficou muito baixa
o frio entrou pelos olhos e parou na cabeça.
importante é que sejam cobertas amplas
irrestritas o suficiente para cobrir a cobiça,
e a invenção de necessidades
a quem vendemos nossas habilidades
comendo do pronto e da moda
nas mãos de alguns filisteus
em troca de sermos humanos animais
que agora dependem da caridade
para aprender a brigar pela própria obra
da vida que desaprendeu de fazer.
©Soaroir 24/6/08
mesmo se velhinhos, ou com alguns buraquinhos,
não faz mal. Aceitamos toda e qualquer oferta
é que por aqui a temperatura ficou muito baixa
o frio entrou pelos olhos e parou na cabeça.
importante é que sejam cobertas amplas
irrestritas o suficiente para cobrir a cobiça,
e a invenção de necessidades
a quem vendemos nossas habilidades
comendo do pronto e da moda
nas mãos de alguns filisteus
em troca de sermos humanos animais
que agora dependem da caridade
para aprender a brigar pela própria obra
da vida que desaprendeu de fazer.
segunda-feira, junho 23, 2008
Apodos do tempo
© Soaroir 22/6/08
jovens, queremos tudo e nada
sobre tudo achamos, tudo fazemos - correndo.
estabanadas anatomias de ruidosas alegrias
medos singulares - sonolentos.
não nos perturbam as sílabas,
nem as desembestadas estrepas,
das carnívoras falas às enxurradas de abismos.
sex - sexagenários, na garupa do tempo
com seu serrote em prumo, vamos
alertos, com menos pressa, mais pausas
pé ante pé e lupa
esmiuçando vogais, escolhendo frases
primordiando o verbo.
esquisitas transigências com o tempo
em tempo de sua escassez e alegria externa
lentos, gota a gota, vamos -
estalagmites em direção ao céu.
Mote por Gabriel Rubinger Betti:
um imenso abismo
no qual nos atiramos
ébrios de amor...
jovens, queremos tudo e nada
sobre tudo achamos, tudo fazemos - correndo.
estabanadas anatomias de ruidosas alegrias
medos singulares - sonolentos.
não nos perturbam as sílabas,
nem as desembestadas estrepas,
das carnívoras falas às enxurradas de abismos.
sex - sexagenários, na garupa do tempo
com seu serrote em prumo, vamos
alertos, com menos pressa, mais pausas
pé ante pé e lupa
esmiuçando vogais, escolhendo frases
primordiando o verbo.
esquisitas transigências com o tempo
em tempo de sua escassez e alegria externa
lentos, gota a gota, vamos -
estalagmites em direção ao céu.
Mote por Gabriel Rubinger Betti:
um imenso abismo
no qual nos atiramos
ébrios de amor...
sábado, junho 21, 2008
Resumo de uma fábula
©Soaroir
21/6/08
“Vento, tu que es tão forte...
Desprende meu pezinho!?”
-É perigoso e longo o caminho...
...
“Deus, Tu que és tão forte
que governas a morte
que mata o homem
que bate no cão
que persegue o gato
que come o rato
que rói o muro
que prende o vento e
tapa o sol
que derrete a neve
que meu pezinho prende:
desprende meu pezinho!?”
- Eu sou tão forte que te tiro a fala.
Mote do diapor Lorenzo Giuliano Ferrari:"Vento"
21/6/08
“Vento, tu que es tão forte...
Desprende meu pezinho!?”
-É perigoso e longo o caminho...
...
“Deus, Tu que és tão forte
que governas a morte
que mata o homem
que bate no cão
que persegue o gato
que come o rato
que rói o muro
que prende o vento e
tapa o sol
que derrete a neve
que meu pezinho prende:
desprende meu pezinho!?”
- Eu sou tão forte que te tiro a fala.
Mote do diapor Lorenzo Giuliano Ferrari:"Vento"
O Soneto e a Prosa
©Soaroir
– Sou singular.
Sem leviandades.
– Elementos não me preocupam.
Nem as sintaxes.
Tu não. Tu vens acabado
limitado à fidelidade.
Mote do dia p/Luciane
de Manoel de Barros:
A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.
– Sou singular.
Sem leviandades.
– Elementos não me preocupam.
Nem as sintaxes.
Tu não. Tu vens acabado
limitado à fidelidade.
Mote do dia p/Luciane
de Manoel de Barros:
A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como
sou - eu não aceito.
Não agüento ser apenas um
sujeito que abre
portas, que puxa válvulas,
que olha o relógio, que
compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora,
que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem
usando borboletas.
quinta-feira, junho 19, 2008
Aqui jaz um dengoso
© Soaroir 19/6/08
Devia passar das duas
Senti o bicho na orelha
Não tive dúvidas
Taquei-lhe um tapa
Pela manhã lá estava
Sangue no travesseiro
Foi-se mais um mosquito.
mote por Aruã Sanção:
MORTE E HUMOR
Encontro com a Morte
vinha uma turma caminhando festeira
quando um dos rapazes viu a morte
com a capa preta e face de caveira
achou que não era seu dia de sorte
o rapaz deu um grito muito assustador
tomado de muito medo e pavor
a morte o olhou com olhar muito triste
abaixou a capa e logo lhe disse:
por me temeis? Sou tão feia assim?
será que ninguém mais confia em mim?
a morte não pode mais nem passear?
e tu logo já pensa que vou te matar?
a morte sentida, humilhada, ofendida
copiosamente começa a chorar
o homem coitado não via saída
foi até a morte pra lhe consolar
chorava nervosa chamando atenção
e os amigos do moço foram ajudar
todos fizeram grande união
para o sofrimento da morte cessar
a morte ficou um pouco mais calma
e a turma sentiu-se mais aliviada
o cara inspirou uma paz na alma
a morte então deu uma gargalhada
Um metro de braço e dois braços de foice
em um giro certeiro, um golpe esperto
a turma do abraço agora já foi-se
lá vem mais enterro, assim eu espero
Devia passar das duas
Senti o bicho na orelha
Não tive dúvidas
Taquei-lhe um tapa
Pela manhã lá estava
Sangue no travesseiro
Foi-se mais um mosquito.
mote por Aruã Sanção:
MORTE E HUMOR
Encontro com a Morte
vinha uma turma caminhando festeira
quando um dos rapazes viu a morte
com a capa preta e face de caveira
achou que não era seu dia de sorte
o rapaz deu um grito muito assustador
tomado de muito medo e pavor
a morte o olhou com olhar muito triste
abaixou a capa e logo lhe disse:
por me temeis? Sou tão feia assim?
será que ninguém mais confia em mim?
a morte não pode mais nem passear?
e tu logo já pensa que vou te matar?
a morte sentida, humilhada, ofendida
copiosamente começa a chorar
o homem coitado não via saída
foi até a morte pra lhe consolar
chorava nervosa chamando atenção
e os amigos do moço foram ajudar
todos fizeram grande união
para o sofrimento da morte cessar
a morte ficou um pouco mais calma
e a turma sentiu-se mais aliviada
o cara inspirou uma paz na alma
a morte então deu uma gargalhada
Um metro de braço e dois braços de foice
em um giro certeiro, um golpe esperto
a turma do abraço agora já foi-se
lá vem mais enterro, assim eu espero
akioe
by Soaroir
imagem:rio.br.emb-japan.go
Até pode ser que haja
mas eu mesma nunca vi
japonês fora da USP
ou de qualquer vestibular
aliás, nenhum estrangeiro
conheci pedindo esmolas
ou em filas da Previdência
como os outros brasileiros.
Mote por Kate Weiss:
Uma Homenagem à Colonia Japonesa no Brasil, destacando virtudes
que a comunidade japonesa preza muito como:
Respeito-Equilíbrio-Honestidade-Paciência.
imagem:rio.br.emb-japan.go
Até pode ser que haja
mas eu mesma nunca vi
japonês fora da USP
ou de qualquer vestibular
aliás, nenhum estrangeiro
conheci pedindo esmolas
ou em filas da Previdência
como os outros brasileiros.
Mote por Kate Weiss:
Uma Homenagem à Colonia Japonesa no Brasil, destacando virtudes
que a comunidade japonesa preza muito como:
Respeito-Equilíbrio-Honestidade-Paciência.
Ponto de Visaria
©Soaroir 17/6
Senhores mestres da rima
Peço licença pra expor
Nesses versos transparentes
O que eu penso da mulher
E as histórias de amor.
Além do já dito e bem dito
Por Vinícius ou outro cantador
Cada mulher que se preza traz
Resquícios de má querença
Conquistada com muito ardor.
Não é que eu esteja contra
Mas não sou nada a favor
Das práticas de safismo
Onde amor e sua história
É sempre de sofredor.
As outras que me perdoem
Mas o oposto é fundamental
Sofrer não faz parte da vida
Nem amor faz parte da morte
Desamor é história inatural.
¹ No Jongo o ponto de visaria é cantiga
para alegrar a roda e divertir a comunidade -fonte Wiki
Mote do Dia por Tetita:
"Cada mulher é uma história de amor."
Senhores mestres da rima
Peço licença pra expor
Nesses versos transparentes
O que eu penso da mulher
E as histórias de amor.
Além do já dito e bem dito
Por Vinícius ou outro cantador
Cada mulher que se preza traz
Resquícios de má querença
Conquistada com muito ardor.
Não é que eu esteja contra
Mas não sou nada a favor
Das práticas de safismo
Onde amor e sua história
É sempre de sofredor.
As outras que me perdoem
Mas o oposto é fundamental
Sofrer não faz parte da vida
Nem amor faz parte da morte
Desamor é história inatural.
¹ No Jongo o ponto de visaria é cantiga
para alegrar a roda e divertir a comunidade -fonte Wiki
Mote do Dia por Tetita:
"Cada mulher é uma história de amor."
segunda-feira, junho 16, 2008
Ao Vencedor a Pilhagem
Soaroir 16/6/
Pablo Picasso "Quixote"
Nascemos berrando
Notas de Si, Dó, Ré
Nos batem , nos dão um canto
Nos pedem um conto maior
Doce, burlesco e gozoso
Astucioso e inexorável.
Capada a fluidez do íntimo
Mudamos o ritmo, o verbo
Saímos de férias inordenados
Para a nossa gratificação
E condução do Mi Maior.
Mote por Mara Weiss:
"Minha força pede um momento de licença.
Ela quer sair pra descansar e permitir
que a fragilidade atue um pouco em seu lugar.
Depois de um certo tempo a armadura pesa,
a lança emperra e se retesa.
Deixe a doçura encostar nesse intervalo da razão.
...a decisão saiu um instante pra sonhar. "
"Revezamento" Flora Figueiredo
Pablo Picasso "Quixote"
Nascemos berrando
Notas de Si, Dó, Ré
Nos batem , nos dão um canto
Nos pedem um conto maior
Doce, burlesco e gozoso
Astucioso e inexorável.
Capada a fluidez do íntimo
Mudamos o ritmo, o verbo
Saímos de férias inordenados
Para a nossa gratificação
E condução do Mi Maior.
Mote por Mara Weiss:
"Minha força pede um momento de licença.
Ela quer sair pra descansar e permitir
que a fragilidade atue um pouco em seu lugar.
Depois de um certo tempo a armadura pesa,
a lança emperra e se retesa.
Deixe a doçura encostar nesse intervalo da razão.
...a decisão saiu um instante pra sonhar. "
"Revezamento" Flora Figueiredo
Não peçam esmolas
Soaroir
15/6/08
"Não peçam esmolas
Levantem e andem"...
quando a compreensão chegar
já pode ser Natal
não importa
se criam ovelhas
ou porcos
tricote um velo de orvalho
tapize o belo e o míope
não se importe
com os farelos
sujar seus pés
ferir-se no velho tear
da vida, do coração
pasmo diante do angélico.
Mote por Sunny Lóra:
Contemplar o belo e surpreender o coração
15/6/08
"Não peçam esmolas
Levantem e andem"...
quando a compreensão chegar
já pode ser Natal
não importa
se criam ovelhas
ou porcos
tricote um velo de orvalho
tapize o belo e o míope
não se importe
com os farelos
sujar seus pés
ferir-se no velho tear
da vida, do coração
pasmo diante do angélico.
Mote por Sunny Lóra:
Contemplar o belo e surpreender o coração
sábado, junho 14, 2008
Fadango
© Soaroir 13/6/08
"Avant, Anarrier"...
imagem:google/mercadolivre
Bandeirinhas Alfredo Volpi
Hoy voy a bailar cuadrado
Sem pensar em qualquer quebranto
Requebrando ao tambor do vento
Hoy voy, a bailar saltando
alto sobre qualquer uma ponte
e flexiva como um bambuzal
me permita o amadurecimento
hoy voy a bailar até fandango
na réstia de ondas ultravioletas
e infravermelhos insights
no compasso da casualidade
na noche buena de meu tempo
sem ter definida a direção
voy a bailar quadrilha
mañana es mi cumpleaños y
voy até cuando cantar el gallo.
Mote: "Dança da quadrilha"
"Avant, Anarrier"...
imagem:google/mercadolivre
Bandeirinhas Alfredo Volpi
Hoy voy a bailar cuadrado
Sem pensar em qualquer quebranto
Requebrando ao tambor do vento
Hoy voy, a bailar saltando
alto sobre qualquer uma ponte
e flexiva como um bambuzal
me permita o amadurecimento
hoy voy a bailar até fandango
na réstia de ondas ultravioletas
e infravermelhos insights
no compasso da casualidade
na noche buena de meu tempo
sem ter definida a direção
voy a bailar quadrilha
mañana es mi cumpleaños y
voy até cuando cantar el gallo.
Mote: "Dança da quadrilha"
sexta-feira, junho 13, 2008
Nem todas cartas de amor são ridículas
Nem tão ridículas...
"Rafah 12-7-65
Querida Maryzinha,
Há muito tempo que eu não recebo uma carta sua e hoje eu não sei porque, eu estou com muito mais saudades de você do que normalmente. Eu não sei se é o tempo, ou o que é, mas a verdade é que hoje mais do que nunca eu queria estar com você para abraça-la e beija-la e fazer mil carinhos e receber um pouquinho de carinho também.
O tempo está quente, um vento forte está soprando e a areia passa assobiando e tudo é solidão e tristeza neste deserto. O deserto não tem mais beleza, não tem mais vida, porque o sol queimou tudo, e o sol queimou o meu coração, e ele dói de saudades. Saudades que não são amenizadas, porque você talvez esqueceu que tem alguém que não te esqueceu, e que um dia voltará, e que voltará pedindo afeto, afeto que nem todos podem dar, mas que uma menina que tantas vezes esteve comigo no Posto 9em Ipanema, se quiser, poderá dar.
Um milhão de beijinhos deste que tantas Saudades sente de um broto que está tão longe e no entanto tão perto...
Do seu X"
Todas as Cartas de Amor são Ridículas
Álvaro de Campos
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
"Rafah 12-7-65
Querida Maryzinha,
Há muito tempo que eu não recebo uma carta sua e hoje eu não sei porque, eu estou com muito mais saudades de você do que normalmente. Eu não sei se é o tempo, ou o que é, mas a verdade é que hoje mais do que nunca eu queria estar com você para abraça-la e beija-la e fazer mil carinhos e receber um pouquinho de carinho também.
O tempo está quente, um vento forte está soprando e a areia passa assobiando e tudo é solidão e tristeza neste deserto. O deserto não tem mais beleza, não tem mais vida, porque o sol queimou tudo, e o sol queimou o meu coração, e ele dói de saudades. Saudades que não são amenizadas, porque você talvez esqueceu que tem alguém que não te esqueceu, e que um dia voltará, e que voltará pedindo afeto, afeto que nem todos podem dar, mas que uma menina que tantas vezes esteve comigo no Posto 9em Ipanema, se quiser, poderá dar.
Um milhão de beijinhos deste que tantas Saudades sente de um broto que está tão longe e no entanto tão perto...
Do seu X"
Todas as Cartas de Amor são Ridículas
Álvaro de Campos
Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)
quinta-feira, junho 12, 2008
Num dia de Namorados
By Soaroir
12/6/08
Quem sabe...
Eu toco-lhe
Como um navegante
Toca a ilha:
Filhos chegando em casa
Depois de suada jornada;
Uma canção de júbilo cantada
Na regência de um abraço.
Quem sabe?
Avoando mesmo sem asas
O próprio sonho seguir,
E com o poder da poesia acudir
A ausência de um apreço...
Quem sabe!?
Mote por Lorenzo:
quem sabe eu toco-lhe...
12/6/08
Quem sabe...
Eu toco-lhe
Como um navegante
Toca a ilha:
Filhos chegando em casa
Depois de suada jornada;
Uma canção de júbilo cantada
Na regência de um abraço.
Quem sabe?
Avoando mesmo sem asas
O próprio sonho seguir,
E com o poder da poesia acudir
A ausência de um apreço...
Quem sabe!?
Mote por Lorenzo:
quem sabe eu toco-lhe...
quarta-feira, junho 11, 2008
"Casamentos & Divórcios"
Soaroir 11/6/08
No separa-casa-separa
Preferi minha própria privada
Não amava os homens que gostei
E jamais gostei dos que amei.
Das três vezes bem casada
Nunca fui abandonada
Todas eu abandonei.
Mote por Kate Weiss:
"Você já passou por isso? não? já passou pela dor de uma separação? não passou, ah, mas consegue ter a empatia suficiente para escrever sobre isto?"
No separa-casa-separa
Preferi minha própria privada
Não amava os homens que gostei
E jamais gostei dos que amei.
Das três vezes bem casada
Nunca fui abandonada
Todas eu abandonei.
Mote por Kate Weiss:
"Você já passou por isso? não? já passou pela dor de uma separação? não passou, ah, mas consegue ter a empatia suficiente para escrever sobre isto?"
terça-feira, junho 10, 2008
A nuvem e o girassol
by: Soaroir 10/6/08
O girassol pro sol se vira
Girando sem se cansar
Faz mostra de seu capítulo
Que na cor do sol se mira.
Mesmo o sol detrás de cirros
Não pára o girassol de girar
Bem sabe ele que nuvens
[também]
Têm a sua hora de mirros.
Mote por Mara Weiss:
Nuvens que passam sobre o sol
Fernando Pessoa
Cancioneiro
Passa uma nuvem pelo sol
Passa uma nuvem pelo sol
Passa uma pena por quem vê.
A alma é como um girassol:
Vira-se ao que não está ao pé.
Passou a nuvem; o sol volta.
A alegria girassolou.
Pendão latente de revolta,
Que hora maligna te enrolou?
O girassol pro sol se vira
Girando sem se cansar
Faz mostra de seu capítulo
Que na cor do sol se mira.
Mesmo o sol detrás de cirros
Não pára o girassol de girar
Bem sabe ele que nuvens
[também]
Têm a sua hora de mirros.
Mote por Mara Weiss:
Nuvens que passam sobre o sol
Fernando Pessoa
Cancioneiro
Passa uma nuvem pelo sol
Passa uma nuvem pelo sol
Passa uma pena por quem vê.
A alma é como um girassol:
Vira-se ao que não está ao pé.
Passou a nuvem; o sol volta.
A alegria girassolou.
Pendão latente de revolta,
Que hora maligna te enrolou?
segunda-feira, junho 09, 2008
Remendo
© Soaroir Maria de Campos
9/6/08
autorizado pelo artista: Alfonso Prellwitz
O relógio anuncia a hora
De se ir pelo mundo afora
E a própria canção escutar
Se a virtude então se quebra
Nesses jogos de espelhos
Só com arte se remenda.
Mote do dia por Tetita:
Às vezes olhamos para as pessoas como um espelho.
E esse espelho faz com que gostemos mais de nós próprios.
9/6/08
autorizado pelo artista: Alfonso Prellwitz
O relógio anuncia a hora
De se ir pelo mundo afora
E a própria canção escutar
Se a virtude então se quebra
Nesses jogos de espelhos
Só com arte se remenda.
Mote do dia por Tetita:
Às vezes olhamos para as pessoas como um espelho.
E esse espelho faz com que gostemos mais de nós próprios.
Muito Prazer...
(publicação autorizada para Pote de Poesias)
Eu sou o vento em suas roupas no varal
num balé premeditado de alegria...
Sou folha seca, no silêncio outonal
e a chuva forte procedendo a ventania...
Eu sou o barro na sola do seu sapato
eu sou o fato, o tato e a covardia...
Eu sou o verbo que decreta a própria morte
eu sou a sorte, o corte e a anestesia...
Eu sou o grito que sacode céus e mares
sou seus pesares, seus ares, sua alforria
Eu sou a água que imuniza o seu defeito
sou seu trejeito, no seu peito a ousadia...
Sou a plumagem do toque mais divinal
eu sou o anjo, o arranjo e a sintonia...
Eu sou palavra na linguagem universal
Meu nome, Amor...sobrenome Poesia...
Charlyane Mirielle
08/06/2008
Para o mote "Quem es? Como te chamas?"
Eu sou o vento em suas roupas no varal
num balé premeditado de alegria...
Sou folha seca, no silêncio outonal
e a chuva forte procedendo a ventania...
Eu sou o barro na sola do seu sapato
eu sou o fato, o tato e a covardia...
Eu sou o verbo que decreta a própria morte
eu sou a sorte, o corte e a anestesia...
Eu sou o grito que sacode céus e mares
sou seus pesares, seus ares, sua alforria
Eu sou a água que imuniza o seu defeito
sou seu trejeito, no seu peito a ousadia...
Sou a plumagem do toque mais divinal
eu sou o anjo, o arranjo e a sintonia...
Eu sou palavra na linguagem universal
Meu nome, Amor...sobrenome Poesia...
Charlyane Mirielle
08/06/2008
Para o mote "Quem es? Como te chamas?"
Quem es? Como te chamas?
©Soaroir
8/6/08
Sou tantas e tão pouco!
Ao mesmo tempo, separadamente
Do quarto ao banheiro, da cozinha à sala ...
De frente, de lado , de costas
Nos bares, nos espelhos dos cafés
Da chávena ao caneco em punho
Num gargalo direto ou no gargarejo de um porto...
Sou um sopro na arte do vidro
Fascínio, transparência e brilho
Mistério, transcendência e leveza
Ao bel-prazer do Artista.
Eu me chamo, às vezes me grito
Nas narinas das coisas,
Nos ouvidos dos sonhos
Num vinho de muito corpo
Ou cachaça no fundo dum copo
Em alguns lugares eu me creio
Bruxa, fada, duende
Sem registro de qualquer nome
Chamo-me alquimista –
A bel-prazer da artista.
Mote: Quem es? Como te chamas?
proposto por Soaroir
8/6/08
Sou tantas e tão pouco!
Ao mesmo tempo, separadamente
Do quarto ao banheiro, da cozinha à sala ...
De frente, de lado , de costas
Nos bares, nos espelhos dos cafés
Da chávena ao caneco em punho
Num gargalo direto ou no gargarejo de um porto...
Sou um sopro na arte do vidro
Fascínio, transparência e brilho
Mistério, transcendência e leveza
Ao bel-prazer do Artista.
Eu me chamo, às vezes me grito
Nas narinas das coisas,
Nos ouvidos dos sonhos
Num vinho de muito corpo
Ou cachaça no fundo dum copo
Em alguns lugares eu me creio
Bruxa, fada, duende
Sem registro de qualquer nome
Chamo-me alquimista –
A bel-prazer da artista.
Mote: Quem es? Como te chamas?
proposto por Soaroir
sábado, junho 07, 2008
Póetica Lúdica
sexta-feira, junho 06, 2008
Suave Colheita
Apanhos e Desperdícios
© Soaroir Junho 07/2008
Todas as vidas devidas sorvidas
Todas as Primaveras em outonos desfolhadas
Agora coração, quando mais sábio
Aposentado o rastelo, vê seu palácio de cristal
Aranhol tecido com finas sedas
Emparedado de jade, ébano e marfim
Ora, diante das canvas solúveis nos choros chorados
Por escolhas ou não escolhidos, desejos enganados
Que se outra chance tivesse, sonharia tudo de novo
Erros... quais nenhum acerto haveria para chegar até aqui
E exaltar essas vidas todas tidas como se jamais fosse partir.
Mote:
Suave Colheita
in Messidor
Guilherme de Almeida
“Príncipe dos Poetas Brasileiros”
1890-1969
"Que te entristece, coração velhinho?
Olha atrás o passado: que mais queres?
Quantos sonhos e quantos malmequeres
desfolhados ao longo do caminho!
Tantas rosas colheste! E hoje, sozinho,
por que estranhas o espinho em que te feres?
Como as rosas são todas as mulheres:
quem colhe rosa também colhe espinho...
Feliz, que te iludiste! Os teus amores,
de que andaste, insaciável, respirando
o perfume sutil de um só minuto.
foram apenas como certas flores
que a gente colhe, de manhã, pensando
que são belas demais para dar fruto!"
© Soaroir Junho 07/2008
Todas as vidas devidas sorvidas
Todas as Primaveras em outonos desfolhadas
Agora coração, quando mais sábio
Aposentado o rastelo, vê seu palácio de cristal
Aranhol tecido com finas sedas
Emparedado de jade, ébano e marfim
Ora, diante das canvas solúveis nos choros chorados
Por escolhas ou não escolhidos, desejos enganados
Que se outra chance tivesse, sonharia tudo de novo
Erros... quais nenhum acerto haveria para chegar até aqui
E exaltar essas vidas todas tidas como se jamais fosse partir.
Mote:
Suave Colheita
in Messidor
Guilherme de Almeida
“Príncipe dos Poetas Brasileiros”
1890-1969
"Que te entristece, coração velhinho?
Olha atrás o passado: que mais queres?
Quantos sonhos e quantos malmequeres
desfolhados ao longo do caminho!
Tantas rosas colheste! E hoje, sozinho,
por que estranhas o espinho em que te feres?
Como as rosas são todas as mulheres:
quem colhe rosa também colhe espinho...
Feliz, que te iludiste! Os teus amores,
de que andaste, insaciável, respirando
o perfume sutil de um só minuto.
foram apenas como certas flores
que a gente colhe, de manhã, pensando
que são belas demais para dar fruto!"
quinta-feira, junho 05, 2008
Neblinosa Manhã
Soaroir 5/6/08
Na espessa neblina de junho,
como dragões no ar, eu vejo
sombras em janelas acesas,
fagulhas de gente ao longe -
umas tendo que se deitar
e outras precisando partir,
suponho. Essas memórias de casa,
de portas de entrada e de sons
de lares, em caixotes envidraçados,
agora tão opacos... quanto às sendas
do futuro deste novo dia neblinado
pelos metanos gases dos deuses.
Leniente confesso: é a vida, é a vida!
Mote do dia:
"Não te enganes.A vida vai tratar-te mal.Portanto,
se queres viver tua vida,vai e toma-a".
Lou Salomé
Na espessa neblina de junho,
como dragões no ar, eu vejo
sombras em janelas acesas,
fagulhas de gente ao longe -
umas tendo que se deitar
e outras precisando partir,
suponho. Essas memórias de casa,
de portas de entrada e de sons
de lares, em caixotes envidraçados,
agora tão opacos... quanto às sendas
do futuro deste novo dia neblinado
pelos metanos gases dos deuses.
Leniente confesso: é a vida, é a vida!
Mote do dia:
"Não te enganes.A vida vai tratar-te mal.Portanto,
se queres viver tua vida,vai e toma-a".
Lou Salomé
quarta-feira, junho 04, 2008
O Mote do Dia
De Natureza
Soaroir & Ronaldo Rhusso
3/6/08
Quanta graça nos festejos da colheita.
Ajuricaba e seus guerreiros,
cunhãs-poranga se banhando ao luar;
quanta graça de tranças e sorrisos de crianças
integravam a Natureza daquelas verdes belezas
dos orgulhosos tupinambás que hoje
somente em dança é lembrança
nos festejos de Parintins
entre Caprichoso e Garantido.
Tupinambarama em rubro-azul
E o seminu se espalha, lindo!
Num infindo repetir, Pai Francisco mata o boi!
Leva a língua pra Catirina.
Que é pra amanhã parir sem risco.
Mas o amo, já arisco, quer conta do melhor boi.
E lá foi buscar pajé pra ressuscitar bicho endeusado...
Ronaldo Rhusso
3/6/08
Quanta graça nos festejos da colheita.
Ajuricaba e seus guerreiros,
cunhãs-poranga se banhando ao luar;
quanta graça de tranças e sorrisos de crianças
integravam a Natureza daquelas verdes belezas
dos orgulhosos tupinambás que hoje
somente em dança é lembrança
nos festejos de Parintins
entre Caprichoso e Garantido.
Tupinambarama em rubro-azul
E o seminu se espalha, lindo!
Num infindo repetir, Pai Francisco mata o boi!
Leva a língua pra Catirina.
Que é pra amanhã parir sem risco.
Mas o amo, já arisco, quer conta do melhor boi.
E lá foi buscar pajé pra ressuscitar bicho endeusado...
Ronaldo Rhusso
Mote:Natureza
"De quantas graças tinha, a Natureza"
De quantas graças tinha, a Natureza
Fez um belo e riquíssimo tesouro,
E com rubis e rosas, neve e ouro,
Formou sublime e angélica beleza.
Pôs na boca os rubis, e na pureza
Do belo rosto as rosas, por quem mouro;
No cabelo o valor do metal louro;
No peito a neve em que a alma tenho acesa.
Mas nos olhos mostrou quanto podia,
E fez deles um sol, onde se apura
A luz mais clara que a do claro dia.
Enfim, Senhora, em vossa compostura
Ela a apurar chegou quanto sabia
De ouro, rosas, rubis, neve e luz pura.
Luís de Camões
Habeas Corpus
Soaroir 2/6/08
imagem: Amazonia/fmc.am.gov
Tão exaltada, discutida, afamada
Mas sempre barrada a pobre coitada
Sem liberdade, a própria Liberdade
Some dos lares, se esconde das ruas;
Não sobe mais morros,
Tampouco de noite desce as ladeiras.
Nem de dia ela tem mais espaço.
É só dialética, não aflora sequer uma rima
Para a defesa dos próprios direitos
Num cárcere de expressão proibida
Das denúncias às efetivas prisões
Em defenestrações de gente, do erário
E até da nossa brasileira Amazônia.
A Liberdade se tornou esparrela.
Mote do dia: Faça o seu mote. Liberdade, prisão, os dois juntos. Crie.
Beijos a todos e ótima segunda- Mara Weiss
imagem: Amazonia/fmc.am.gov
Tão exaltada, discutida, afamada
Mas sempre barrada a pobre coitada
Sem liberdade, a própria Liberdade
Some dos lares, se esconde das ruas;
Não sobe mais morros,
Tampouco de noite desce as ladeiras.
Nem de dia ela tem mais espaço.
É só dialética, não aflora sequer uma rima
Para a defesa dos próprios direitos
Num cárcere de expressão proibida
Das denúncias às efetivas prisões
Em defenestrações de gente, do erário
E até da nossa brasileira Amazônia.
A Liberdade se tornou esparrela.
Mote do dia: Faça o seu mote. Liberdade, prisão, os dois juntos. Crie.
Beijos a todos e ótima segunda- Mara Weiss
domingo, junho 01, 2008
Procura-se um Arteiro
© Soaroir Maria de Campos
1º de junho/2008
Hoje quero fazer arte no silêncio
das oito e da cidade;
Virar cambota com a neblina,
Deslizar na gangorra da enxurrada,
Me lambuzar nos pingos de champagne
da chuva que sem parar cai;
Jogar baleba com os ventos do Sudeste
comendo uma mariola em versos envolvida.
Hoje, neste domingo cinzento,
Sem revirar os guardados
Nem atirar porta afora o passado,
Ou glosar meus arrependimentos,
Quero, pulando num só pé,
Jogar amarelinha em direção ao céu.
Com muitos versos picados quero
Subir bem alto num balão
E com essas coisas minhas,
cá com meus botões,
Como se fossem bandeirinhas,
Soltá-las da mais alta nuvem
Em direção a outro arteiro
Que por bem comigo queira
Lançar do pião a fieira.
Mote: Classificados - Procura-se
1º de junho/2008
Hoje quero fazer arte no silêncio
das oito e da cidade;
Virar cambota com a neblina,
Deslizar na gangorra da enxurrada,
Me lambuzar nos pingos de champagne
da chuva que sem parar cai;
Jogar baleba com os ventos do Sudeste
comendo uma mariola em versos envolvida.
Hoje, neste domingo cinzento,
Sem revirar os guardados
Nem atirar porta afora o passado,
Ou glosar meus arrependimentos,
Quero, pulando num só pé,
Jogar amarelinha em direção ao céu.
Com muitos versos picados quero
Subir bem alto num balão
E com essas coisas minhas,
cá com meus botões,
Como se fossem bandeirinhas,
Soltá-las da mais alta nuvem
Em direção a outro arteiro
Que por bem comigo queira
Lançar do pião a fieira.
Mote: Classificados - Procura-se
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