Apanhos e Desperdícios
© Soaroir Junho 07/2008
Todas as vidas devidas sorvidas
Todas as Primaveras em outonos desfolhadas
Agora coração, quando mais sábio
Aposentado o rastelo, vê seu palácio de cristal
Aranhol tecido com finas sedas
Emparedado de jade, ébano e marfim
Ora, diante das canvas solúveis nos choros chorados
Por escolhas ou não escolhidos, desejos enganados
Que se outra chance tivesse, sonharia tudo de novo
Erros... quais nenhum acerto haveria para chegar até aqui
E exaltar essas vidas todas tidas como se jamais fosse partir.
Mote:
Suave Colheita
in Messidor
Guilherme de Almeida
“Príncipe dos Poetas Brasileiros”
1890-1969
"Que te entristece, coração velhinho?
Olha atrás o passado: que mais queres?
Quantos sonhos e quantos malmequeres
desfolhados ao longo do caminho!
Tantas rosas colheste! E hoje, sozinho,
por que estranhas o espinho em que te feres?
Como as rosas são todas as mulheres:
quem colhe rosa também colhe espinho...
Feliz, que te iludiste! Os teus amores,
de que andaste, insaciável, respirando
o perfume sutil de um só minuto.
foram apenas como certas flores
que a gente colhe, de manhã, pensando
que são belas demais para dar fruto!"
sexta-feira, junho 06, 2008
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Um comentário:
Um abraço pela linda e mágica poesia. Siceramente amei. Kolemar RIos
10/06/2008 20h54 - Kolemar Rios
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