3/6/08
Quanta graça nos festejos da colheita.
Ajuricaba e seus guerreiros,
cunhãs-poranga se banhando ao luar;
quanta graça de tranças e sorrisos de crianças
integravam a Natureza daquelas verdes belezas
dos orgulhosos tupinambás que hoje
somente em dança é lembrança
nos festejos de Parintins
entre Caprichoso e Garantido.
Tupinambarama em rubro-azul
E o seminu se espalha, lindo!
Num infindo repetir, Pai Francisco mata o boi!
Leva a língua pra Catirina.
Que é pra amanhã parir sem risco.
Mas o amo, já arisco, quer conta do melhor boi.
E lá foi buscar pajé pra ressuscitar bicho endeusado...
Ronaldo Rhusso
Mote:Natureza
"De quantas graças tinha, a Natureza"
De quantas graças tinha, a Natureza
Fez um belo e riquíssimo tesouro,
E com rubis e rosas, neve e ouro,
Formou sublime e angélica beleza.
Pôs na boca os rubis, e na pureza
Do belo rosto as rosas, por quem mouro;
No cabelo o valor do metal louro;
No peito a neve em que a alma tenho acesa.
Mas nos olhos mostrou quanto podia,
E fez deles um sol, onde se apura
A luz mais clara que a do claro dia.
Enfim, Senhora, em vossa compostura
Ela a apurar chegou quanto sabia
De ouro, rosas, rubis, neve e luz pura.
Luís de Camões
Nenhum comentário:
Postar um comentário