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quinta-feira, dezembro 31, 2009

Ilumine a Virada

Na saída, por favor, acenda a Luz
©Soaroir de Campos
Dez.31 - 2009

se meio vazia a lamparina,
recorra àquele velho, meio cheio
esquecido lampião
lá no sótão da poesia

ilumine as palavras gordas
como volúpia e concubinato;
as escorregadias como pistache,
e as tristes como orfanato

se o combustível ficar escasso
afaste o calço das portas
abra as cortinas todas
e o caminho para o lado de fora

as sombras emparedadas, todas
sucumbirão a sua Luz

........ilumine a Virada!

quarta-feira, dezembro 30, 2009

a barreira do som

Soaroir
29/12/2009

"silêncio para ouvir o universo"


No espaço entre o vácuo e o grito
Vejo o som do universo aflito
Que se propaga onde eu habito.

Esse barulho infinito
Não são vozes, são atritos


Continua...um dia (rss)

soundtrack:
http://www.pote-de-poesias.com/audio/victory.mp3

Brotamento

(um título provisório)
Soaroir
28/12/09


"somos o que pensamos e sentimos"


podada na primavera
para expandir logo depois
do derrame de minha seiva

sou cada dia mais vertical
cada qual com mais vigor
um novo ramo da Videira

de frutos cada vez mais doces
como fruto de muita Gente.

O que desperta um poeta é...

Soaroir
27/12/09

"Despertar do Poeta"



liberdade de expressão
bloquinhos amassados
qualquer coisa
que descreva
a imagem do coração -
da chuva no telhado
ao vento no varal -
é a bem calçada junta
caligrafia torta
e folha incerta
o que basta...
para acordar um poeta!

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Aos tapeceiros do Recanto

Soaroir
23/12/09


por aqui falamos do tempo, do vento
águas passadas e pontes quebradas
tocamos em degraus dos prantos
e nos amplos batentes das preces
oficio de varrição de folhas
farfalhantes dentro de cada um
poeta de onde tira as fibras
para tecer a poesia mágica
que voa para mais um ano
feliz como um bem-te-vi
logo depois da chuva.

sábado, dezembro 26, 2009

I Ato de Morte

Soaroir
26/12/09


coisa de fato
vai além do tato
para ser entendida

o tempo na passagem
recolhe a imagem
da cena esmaecida

vida banal
lavagem cerebral
palco da sorte

Primeiro ato de morte.


mote:
A força de um ato
Dura o tempo exato
Para ser compreendida

Depois disso é bobagem
Vira longa-metragem
Por acaso estendida

Fora o essencial
Nada mais é natural
Vira apenas suporte

Pena a vida não ter corte
Martha Medeiros

um mundo de papel

Soaroir
25/12/09

Natal vai, Natal vem
trocando presentes
enrolados diferente
nada muda, nem a gente
catando o mundo de papel
abandonado num canto
para o dia seguinte...

quinta-feira, dezembro 24, 2009

É Natal!

Soaroir
24/12/09


Karol Wojtila/João Paulo II



cá estou a assar o lombo


com alho, cravo e cominho


e depois da Missa do Galo


cearemos com pão e vinho...

quarta-feira, dezembro 23, 2009

A história de Jeribá

Soaroir
22/12/09

veio - na rede junto à pesca
entre pets, algas mortas e águas vivas
um infante e desvalido jeribá
ilegítima desova das águas doces
largado nos salobros dos cascalhos
nas idas e nas vindas ... então reluz !
ele entre sombras e a luz da lua
após de se deixar tanto navegar...
e contar... a seus coquinhos
sobre a fantástica noite de sua vida.

Mote:  “Uma Noite Maravilhosa”

(Noites Brancas)
Fiódor Dostoiévski
Fiódor Mikhailovich Dostoiévski (em russo Фёдор Миха́йлович Достое́вский,; Moscou, 11 de Novembro de 1821 — São Petersburgo, 9 de Fevereiro de 1881) foi um escritor russo, considerado um dos maiores romancistas da literatura russa e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos. É tido como o fundador do existencialismo, mais frequentemente por Notas do Subterrâneo, descrito por Walter Kaufmann como a "melhor proposta para existencialismo já escrita."
A obra dostoievskiana explora a autodestruição, a humilhação e o assassinato, além de analisar estados patológicos que levam ao suicídio, à loucura e ao homicídio: seus escritos são chamados por isso de "romances de idéias", pela retratação filosófica e atemporal dessas situações. O modernismo literário e várias escolas da teologia e psicologia foram influenciadas por suas idéias.

Dostoiévski, aos 17 anos, teve uma grande crise de epilepsia após saber que seu pai havia sido assassinado pelos próprios colonos, e deixou o exército cinco anos depois para dedicar-se integralmente à atividade literária. Dostoiévski passou a afastar-se das armas, mas acabou envolvendo-se em conspirações revolucionárias, das quais passou pela prisão e pela condenação de morte, embora a pena tenha sido comutada. Alguns autores acreditam que essas dificuldades pessoais auxiliariam Fiódor a se estabelecer como um dos maiores romancistas do mundo, mas de fato seu reconhecimento definitivo como "escritor universal" veio somente depois dos anos 1860, com a publicação de seus grandes romances: O Idiota e Crime e Castigo, este publicado em 1866, considerado por muitos como uma das obras mais famosas da literatura mundial.

Seu último romance, Os Irmãos Karamazov, foi considerado por Sigmund Freud como o melhor romance já escrito. A obra de Dostoiévski exerce uma grande influência no romance moderno, legando a ele um estilo caótico, desordenado e que apresenta uma realidade alucinada.
Noites Brancas
O livro que mais aproxima Dostoiévski do romantismo, foi escrito em 1848, antes de sua prisão.


Como personagem central se tem o Sonhador, que em uma das noites brancas da capital São Petersburgo apaixona-se por Nástienka. Nesta obra, diferentemente de outras, em que a preocupação social é a diretriz para o enredo, desta vez encontramos um Dostoiévski romântico, lúdico. O personagem principal, que ao contrário das versões teatrais e cinematográficas, não tem nome, vaga errante pela "noite branca" de São Petersburgo.

"Noite branca" refere-se a um fenômeno comum na Europa em que, mesmo à noite, o sol não chega a se pôr completamente, causando uma atmosfera onírica. Um encontro casual muda completamente a vida do até então solitário protagonista: conhece a ingênua e também sonhadora Nástienka, que aos prantos, espera aquele a quem um ano antes tivera prometido o seu amor.

Ao longo das quatro noites seguintes, o protagonista se apaixona pela moça e conhece a sua inusitada história: Nástienka vive atada com um alfinete à saia da avó cega e ao lado da criada surda. Quando um novo inquilino chega a sua casa, ela vê a possibilidade de escapar de sua solidão. O misterioso homem um dia deixa a casa, prometendo que voltaria depois de um ano, quando tivesse condições de casar-se com ela. Quando o protagonista encontra Nástienka na ponte sobre o rio Nieva, estamos exatamente no dia marcado para o reencontro. Mas nenhum dos três personagens pode prever o que o destino preparou para eles. Essa obra teve várias adaptações para o teatro.

Noites brancas representa o puro romantismo na época de Dostoiévski. o escritor já se encontrava envolvido por este movimento romântico, mas é com esta obra que captamos a essência deste movimento. A decadência espiritual do protagonista encontra-se espalhada por várias simbologias : o quarto decadente, a solidão e isolamento e o amor não correspondido. Só no final (a manhã) poderá dar a luz ao triste protagonista, sendo o seu final incerto...

Fonte: : Wikipédia

Edição usada para a citação do mote: Noites Brancas - F. Dostoievski - tradução de Carlos Loures - Santiago, Chile: Ed. Santiago lda. - 1988, 93 p., p. 5

domingo, dezembro 20, 2009

"Tuvalu mo te Atua"

©Soaroir 20/12/09


Que vergonha, meu Deus
Trinta moedas de novo
Para trair Seu povo
Nesse firmado acordo

Em geladas terras acima
Dos pobres e flagelados
Vítimas do novo clima
Causado pelos poderosos

Mercadores do Sistema
Que na pele de cordeiros
Oferecem a solução
Igualmente a alma nua

Por moedas ao Capeta
Como (se) filhos (gente) de outro planeta...


Mote: De que adiantam leis quando há miséria interior e esplendor externo?
( Chuang Tzu)

sexta-feira, dezembro 11, 2009

CRUZ DE VIDRO

Soaroir 7/12/09

imagem google




ao oco do mundo me remetes
ó ilusão de parecer-me gente
importante junto aqueles entes
enaltecedores de meus sobejos

enquanto as carnes e os dentes
abocanhavam as mesas fartas
entre afagos no leito quente
de meu soberano viço

santa expiação...
que persigna com a cruz da escora
da fronte ao peito os dias bentos
resilidos glacialmente agora.

temporário flúmen que aos anjos vai
no encalço desta que se de mim aparta.


“Por que fogem os anjos na pegada de toda a ilusão que nos perdeu?"
 Manuel de Jesus Ferreira Guimarães - Portugal 1916/1992



quinta-feira, dezembro 03, 2009

Te vejo em Copenhague

Assine já



Tô no Clima para Salvar o Planeta,
da Campanha TicTacTicTac,
será o maior evento brasileiro de mobilização pública
às vésperas de Copenhague.

Até o equilíbrio

© Soaroir de Campos
http://pote-de-poesias.blogspot.com/
Dez/03/2009 -São Paulo/SP


................................"Balanço"


Soluços e solavancos.
Poesia de Balanço,
Nos flancos e barrancos
Um dia te alcanço...
No ar
Entre up and downs
Das fronteiras
E clowns.

Beabá

Soaroir
01/12/09


”Quando a gente cresce um pouco
é coisa de louco
o que fazem com a gente”
até na hora de brincar
nos enfiam o beabá...
nos mandam desenhar ondas
e bolotas bem redondas
com um traço para separar
depois de muito treino
dizem que é pra gente juntar!
tudo com A, E, I,O e o U
e lá vamos nós soletrando
até chegar no we e vous...

Evolução

Evolução Estelar
Soaroir 30/11/09

Até as estrelas morrem
Assim como os amantes -
Mas brilham mesmo depois
Por muito, muito tempo...

segunda-feira, novembro 30, 2009

Olhos e Orelhas

por Soaroir de Campos
texto e foto
29/11/09

Reverente raça
Entre humanos
Que de frente nos olha
E não se cansa de dar
Em troca de um tasco
E atenção do pedaço.

sábado, novembro 28, 2009

Adote um Mendigo Neste Natal

O Mendigo da Minha Rua
ou
Uma Pessoa Desaparecida
Por Soaroir de Campos
São Paulo – SP - Brasil
28/11/09








(Campanha: Adote um mendigo neste Natal)



- Posso falar com você?
- Sim.
- Qual o seu nome?
- Veridiano. Jesus Veridiano.
- Quantos anos você tem?
- 13
- Você se lembra em que ano você nasceu?
- Acho que foi em 1971. Meus documentos estão em casa.
- Onde?
- Em São Paulo.
- Que lugar?
- Ituí.
- E a rua?
- Rua Junho.
- Que número?
- 212.
- Qual o nome se seus pais?
- Rafael.
- E sua mãe?
- Rafaela.
- Em que seu pai trabalha?
- Oficina de carro.
- E você? Já trabalhou?
- Sim.
- Em quê?
- Montador de carro. Estou na rua só por um tempo.
- Onde você come?
- Em casa.
- Como você vai para casa?
- A pé
- Você é casado?
- Já fui.
- Qual o nome de sua mulher.
- Rafaela.
- Tem filhos?
- Sim.
- Quantos?
- Dois.
- Qual o nome deles?
- Junho e Tales.
- Juro que não vou te perturbar muito, é rapidinho. Você sabe escrever?
- Sei.
- O que você sonha?
- Ficar mais em casa.
- Por que não fica?
- Porque tenho que sair.
- Come quantas vezes por dia?
- Manhã e noite.
- Já esteve na cadeia?
- Nunca!
- Se eu pudesse te ajudar o que você gostaria ?
- Nada.
- Se eu precisar falar mais com você onde te encontro?
- Naquela praça pra lá.
- No final da Paulista?
- É.
- Posso tirar uma foto sua?
- Pode.
- Você já esteve em algum hospital?
- Não.
E sem mais ele partiu.

Aparentemente sua memória é seletiva, mas sua meiguice é comovente.



Nota:
Tentarei, novamente, enviar este material para o “Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas” cnpd@cnpd.org.br
Quem puder colaborar, eu agradeço.

quinta-feira, novembro 26, 2009

Contrassenso

© Soaroir de Campos
26/11/09


imagem google/imageanchor


não há cautela em nenhum tronco
contra liames das trepadeiras
tampouco no confioso rouxinol
da grilagem de algum cuco –
enviam-nos encanto em saltos
que alcançamos no elevado espaço
entre as penas em alvoroço.


Mote:"TRANSE"

Nem tudo é lei da vida ou lei da morte.
Há limbos onde o homem desconhece
esse dilema hostil.
É quando ama, ou sonha, ou faz poemas,
e a própria natureza o não domina.
Então, livre e perfeito,
paira no tempo como o pó suspenso.
Nem do céu, nem da terra, nem sujeito
ao pesadelo de nenhum consenso.

(Miguel Torga)

Além do Melro

Soaroir 24/11/09



Não abro mão de nada por você
Bem que poderia se tivesse visto
Um credo sem alvoroço
Quando nos albergues dos pernoites
Ergui meus olhos para ver
Além do melro e seus parentes .


mote: "Por Voce"

Pablo Neruda
Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Já sinto o cheiro das renas

o Natal vem chegando...






imagem:google/foodsafety

quarta-feira, novembro 25, 2009

Projeto Literário Delicatta IV - Livraria Cultura

Parabens e obrigada, Luiza
por apostar na gente

http://www.youtube.com/watch?v=go6hat9z3qA

domingo, novembro 22, 2009

A Morada de um fantasma


Natureza






A Poesia da Natureza
por Soaroir- 22/11/09

que natureza tem a Natureza
de sem capricho algum
ornar com tomates
um jardim suspenso
no décimo segundo andar?

eu? Só cortei um descartável
ao invés de mandar pro lixo
plástico não degradável
lancei restos pra adubar

e Ela sem capricho algum
selecionou a bel prazer
um exemplo de amostra
que fome não tem lugar

se o homem conscientizado
cuidar do que é Dela
o resto Ela assume
e sabe bem aproveitar.

Soaroir de Campos
Poetas Del Mundo

Arco do Triunfo


sábado, novembro 21, 2009

Rocinante

Soaroir 20/11/09


                        ("Caminhante")



sou aquele que não lisonjeia
nem ignora
os passos cambaleantes, incertos
desta finita criatura humana
que sem ver passa ligeiro
como se rotineiro fosse o destino
e infinito os caminhantes -
trilhas em que me fortaleço
a não repetir o sacrifício
e a levar meus trotes
a outra sorte
de memória nova e nunca vista.


Soaroir
Publicado no Recanto das Letras em 20/11/2009
Código do texto: T1934364

Versos Verdes Fritos


imagem by Tucalipe 2/2013




Versos Verdes Fritos
© Soaroir de Campos
 
 
 

Entra na panela uma pitada de pimenta e sal
enquanto engrossa o molho eu refogo um verso;
desgrudo do fundo com uma colher de pau
o consolado alimento ensopado na garganta.


Talhadas a cutelo as desossadas vísceras
me berram do alguidar como se poetas fossem
a acrescentar ao caldo da molheira alfaiada
rimas marinadas em especiarias finas.


Benigna resiliência em salmoura conservada.
Condimentada nutrição do espírito e alma
descongelada levo ao fogo de um fogão
e ante aos perfumados vapores me ergo boquiaberta.


Sobre a mesa estico as rendas da Madeira (¹)
alinho os pratos e acimo as taças cheias.
Num discreto gesto temperado ao alho e óleo
eu saúdo o bardo que povoa minha cabeceira.



O Pé de Eurídece



Os Pés de Eurídice
texto e imagem by
Soaroir 19/12/09


Que o cérebro comande o corpo

O coração a alma e o senso

Mas o que já disseram dos pés

Além do veneno nos de Eurídice?

Que dizer desses andarilhos

Pés de vontades próprias

Mais jovens que minha cabeça

Já que ela é que veio primeiro

Abrindo caminho para eles

Amparar todo este meu peso

Que por rios e por arroios

Imprimem o meu extrato

Indelével e tão passageiro?

Fui e serei meus pés

Enquanto energia houver

Para me manterem de pé.


Mote para hoje dia 19.12.2009 após 00:00h.
Sugestão de Mote:POR ONDE ANDARAM MEUS PASSOS

quinta-feira, novembro 19, 2009

Palavras Gostosas

Soaroir 19/11/09

A gente se consome
pensando nos ex -
a ponto de não falar
versos para o próximo.


mote: "De Palavra em Palavra"


De palavra em palavra
a noite sobe
aos ramos mais altos

e canta
o êxtase do dia

Eugénio de Andrade

domingo, novembro 15, 2009

A Voz da Pintura

Soaroir 14/11/09

Resultado de imagem para a voz da pintura Soaroir
Por Tucalipe

O pintor dá cor às estrelas
Na mesma sacada
O poeta -
Pálido de espanto -
Dá voz a elas...

..........E a poesia atrela
..........Os olhos de ambas almas
..........No que de supetão espalma
. .
.
....

um dia continuo

mote: "A Pintura da Poesia"

sexta-feira, novembro 13, 2009

A Bossa de um Dromedário

ou Memórias de um Dromedário
Soaroir de Campos
Sexta-feira 13/11/09


Que me provem injusto
a serpente e o escorpião
vagarem livres
entre rochedos e tumbas
da alma múmia
em balsâmica solidão.
Invisíveis rastros
parceiros no desértico tempo -
Que alguém me prove injusto
o hino das areias
e o coral dos ventos
ruminando a memória
minorada do paraíso
nos/dos remotos feitos
de um dromedário.


bossa = corcova


"Um livro de versos à sombra da árvore
um jarro de vinho, uma côdea de pão;
E, ao meu lado, tu, cantando no deserto.
Ah, o deserto seria o paraíso agora
!"

Omar Khayyam

Mote : "o deserto pode ser o paraíso"

A luz que nos alumia

Soaroir 11/11/2009



Fiat lux, fiat lux...

E nada

Numa réstia de luz interior

A trôpega humanidade

Mendiga por sua sombra.

quarta-feira, novembro 11, 2009

Why Christmas...

Soaroir de Campos
November 10, 2009

To end comes the year
Tireless, me like Santa
Through silent flock
As his patient reindeer
Crossing cloudy sky
Wondering, I cry: - Why!?
Shouldn’t the Holy Night
For everyone - shine bright?

domingo, novembro 08, 2009

A Estrela que nos Guia

Soaroir
Nov.08/09


imagem/google




A brilhança que nos guia

- a estrada -

não vem de outro lugar

se não da terra

fuçada por nós mesmos.


(mote do dia)

sábado, novembro 07, 2009

PRÉ-NATAL

© Soaroir de Campos
Novembro 7, 2009






Semeei minhas árvores no quintal

Aguei-as com o melhor do meu afeto

Segui de cada uma o crescimento

Para um dia enfeitarem o meu Natal.


Árvores minhas seguiram o destino

Outro do que eu tinha pra suas ramas

Ornam agora as salas de outras casas

Repletas de outros festejos natalinos


Cercada pelo presente medonho

Agora sei, sou eu a minha árvore

De dourados pacotes pendurados

Para o Feliz Natal só tido em sonho.



(para AVSPE – Natal 2009)

sexta-feira, novembro 06, 2009

Amor nos Tempos do Emoticon



© Soaroir 6/11/09


Ele Explore e eu Netscape
Nossos browsers recobraram
As últimas imagens
Armazenadas no cache
Trocamos nossos cookies
E também o nosso IP
Dividimos uma Homepage
Host daqui Host de lá
Entre readme e reply
Surgiu um Time-out
Voltei ao login
Mas dei de cara com o Firewall
Consultei o Bookmark
Deu Código (810004)51!
Mandei tudo pro trash
Parti para Java
E o deixei em HTML.

quinta-feira, novembro 05, 2009

o céu de meu lugar

Soaroir 4/11/09


quando eu passava
a luz da lua tremulava
e oscilava na Lagoa
de Cima
abaixo nas pedras
impressos a vida
e meus primeiros passos

não sou mais tão nova
nem a vida mais tão naïve
como na minha vila
que era só minha
como pensava ser a vida

admito, porta após porta
não era muito brilhante...
a beleza da vida
ela não só lá risca
o céu de meu lugar.


mote: (“a vida é bela”)

segunda-feira, novembro 02, 2009

psicopoesia

sem título
Soaroir 31/10/09

por favor me deixem
como se deixa um moribundo
um condenado à morte
dizer a última oração.
permitam-me
baforar minhas fumaças
tragar meus sons bizarros
sem pausas ou intervalos;
esqueçam se sou assassina
do verbo, do metro e da rima
eu sigo o ritmo da forca
das almas atormentadas.

sábado, outubro 31, 2009

A Natureza em Versos


Soaroir:
- Tietê em Ondas Curtas -
ou Linguagem dos Incapazes -A
Por Soaroir de Campos
14/9/09


O rio falante passa
E nada... nada passa.
Nas sombras, gravetos,
Coprófitos flutuantes,
Coelhos mortos de sede,
Martins–gravata
Caolhos e pererês,
Capivaras ribeirinhas...
Passam impotentemente
Pelo silêncio da Natureza
Diante do rio que passa
Por eles, e pelo dorso
Até o pescoço
Da garça ex-branca;
Não entendem o que passa
Ou se passa...
Envenenados seguem
Para seus covis
Condenados à morte
Pelas sentenças
Do homem
Que nunca ouviu o rio.

sexta-feira, outubro 30, 2009

Pé de Flor

Soaroir 30/10/09



Tudo tem pé
Com cabeça ou tampo
Assento – até o vento –

O cabelo tem pé
E até fica de pé
Os de galinha cara
Das flores caule

Tem pé que dá flores...
Outros, só bichos de pé

Um mede a poética
O direito acima
Do roda-pé
O chão ao teto

Tem pé que caminha
Pula e salta – outro pára
No pé do redemoinho
Como pretexto

Assombrado
Pelos caminhos.



mote: "Todos os Caminhos"

quarta-feira, outubro 21, 2009

Crônicas

Ver: Crônicas de Soaroir

até a última gota


Soaroir
20/10/09

meladas epifanias
da mitologia vaidosa
ídolos em calda
sonhos açucarados
cristalizados ou derretidos
na derradeira tentação
sugados como se beija-flores
......no último bebedouro.









"DAS AMARGURAS DA VIDA [27/6/2007]

"Por que foi me trazer bombons? Não vê
que estou proibidíssima de pôr
na boca esse negócio?" Mas só crê
na frase de mamãe quem tolo for...

"Comi... Fui o-bri-ga-da, se você
me trouxe!", ela queixava-se, com dor
fingida. Até curau, pudim, pavê
lhe trazem: que ela "prove", vêm propor...

Morreu, mas não apenas da doença
ou por jamais haver quem a convença
a abster-se dos açúcares da vida...

Morreu porque já tinha seus oitenta
e tudo aproveitou! Nada nos tenta
melhor que uma doçura proibida..."

Glauco Mattoso

(Mote: "Nada nos tenta melhor que uma doçura proibida..."

domingo, outubro 18, 2009

Eu e a Poesia

"Eu invisível"
Soaroir
18/10/09


já fui invisível – depois sombra
e sempre que o sol se levantava ou descia,
eu ficava muito grande, e ao luar
eu era quase mais compacta do que a pedra.
naquele tempo não conhecia a minha própria natureza;
mas na ante-sala da Poesia logo compreendi.
e tornei-me mulher! Saí de lá madura;
deixei de ser invisível, ou sombra, mas como tal,
eu tinha vergonha de andar daquela maneira.
precisei de sapatos, roupas, de todo esse verniz,
enfim, que faz reconhecer uma mulher.



uma cópia, é plágio; muitas, é pesquisa
(Wilson Mizner )

Crônicas de Soaroir

APatA
ou Ass. dos

Patéticos Anônimos
Soaroir 18/10/09

Nunca me viciei em coca-cola ou levei alguma coleção a sério. Depois de uma cerveja, o que mais gosto é um pastel de feira, e caldo de cana que me remete à minha infância na usina Ururaí. De resto sempre fui uma pessoa alegre e esfuziante, embora com o tempo venho tentando me conter, diante de certos embaraços, ciúmes e até inveja que causo nos circunscritos que, quando me aceitam, me recebem como um ser fora da ordem mundial.
♦“Entre os ingleses aja como um” ou algo assim. Não me lembro se mais alguém já disse isso, mas ouvi do meu filho em uma das vezes em que fui visitá-lo em Cambridge, logo depois de encontrar o Nick na hora do break, na cafeteria lotada de aspirantes a PhD.
Por umas duas semanas o Nick foi nosso hospede aqui no Brasil e como bom inglês acredito que traduziu a fala When in Brasil act like one e a impressão que deixou por aqui foi de rapaz expansivo e carismático.
A maioria dos ingleses é cheia de energia e animação, mas nada de abraço apertado e beijinho dobrado como eu, que de braços abertos e num soprano alto demonstrei a minha alegria em revê-lo: Hi Nick!, what a nice surprise seeing you again...
Só mais tarde percebi o mico. Primeiro "Hi" e não poderia ser surpresa já que eu sabia que o moço estudava lá e segundo...Bom, nem é preciso contar!
Esta, entre muitas outras vezes em que meu esfuzio foi implacável, estava esquecida dentro de algum compartimento provavelmente do tipo “Inspiração Divina” junto de remorsos e desigualdades até que o colega de letras Bancalero sugeriu o mote de poesia Tantas coisas para se lembrar -Tantas outras para se esquecer que revirando o compartimento “Inspiração Divina” me dei conta de que sim sou patética, mas não estou só - somente o é aquele que sem compromisso com a censura vive a emoção de cada momento, aos olhos daqueles que ainda não aprenderam a vivê-la.


mais in:
http://socronicas.blogspot.com/2009/10/apata.html

sábado, outubro 17, 2009

Somos patéticos

Soaroir
16/10/09


Choramos a vida inteira e quando paramos
(esquecemos)
Levamos uma tarja preta: esquizofrênicos
Na melhor das hipóteses – "ah, ela é poeta"
Quando não disfarçamos mais a cor da idade
nos cabelos, nas idéias e salões antiestéticos
Com as tintas frescas do consumismo
Ou com aventais todos sujos de ovo
Ou com as amarguezas, antes estampadas na face
Marcando o semblante com lástimas desfiadas
Como se rosários bentos por santos papas...
A angústia é morta e o pesar velhaco está desarmado
Pelo vibrante descompromisso do poeta – ou louco
Que da memória do DNA resgata a liberdade
De só, diante das lembranças...
................. Só rir!


Mote:

"Tantas coisas para se lembrar
Tantas outras para se esquecer"

Marcelo Bancalero

POESIA SEM “A”

Com o Vento do Oeste
© Soaroir de Campos
São Paulo/SP


hoje direi do vento

dele que vem como sutil sineiro

indivisível e fecundo sobre morros e ribeiros

cortês sementeiro de todos os sentidos

de sebes, de flores, de eleitos e escritores

só hoje, pelo menos hoje, deixo os trovões e

os tufões dos ventos do Norte e do Sul

invoco Zéfiro que comigo sobrevoe

neste meu tempo bom

de equinócio do Sudeste.

quinta-feira, outubro 15, 2009

De aniversário



Edelweiss, dos suíços Alpes

Narcissus, da Europa austral

Enfronhadas pétalas perfumadas e

Iridescentes e frescas flores do campo -

Daqui deste nosso quintal - todas

Apanhadas pelo teu aniversário

........................ Paz e Bem!


Abraço de Soaroir
15/10/09

quarta-feira, outubro 14, 2009

Bons Tempos


Vida Plagiada
Soaroir 14/10/09

O futuro não é mais como era antigamente
O presente vem sem crepom ou celofane;
A poesia da juventude só tem um pronome
Não consegue rimar nada além do “eu”
Saudades eu só tenho daquela juventude
Menos rota, vazia ou alienada
Quando das idéias à moda, a vida plagiada
Era dos melhores exemplos da vida -
Ou inventada dos sonhos do que se queria ter.



mote:
" Na árdua jornada de minha idade madura,
tangida pelas recordações da mocidade,
descanso a minha fadiga outonal, na sombra frondosa
e benfaseja de minhas saudades de jovem."

Maria do Carmo Marino Schneider
em "Juanita" - 2009 - Editora Léon Dennis

Emborcação

VAZIO
soaroir/13/10/09

nem lira nem linha - nem é sexta-feira
tampouco Agosto, mas 13
toda a merda insiste em voltar do esgoto
missão impossível é criar
o que cheire bem neste tempo
que insistem ser de flores
só para você entender melhor
eu vou lhe contar...Melhor não
quem vai querer saber como
entopem as privadas dos anônimos!?
o tempo passa tão rápido...
meu Deus!
quanta cilada!
ah camuflada inspiração
que na sinistra escrita
arma arapucas, armadilhas
que me fazem aqui sentada
desarmada
a falar de privadas
enquanto a maldita descarga
é dos exaustos dejetos
nos quais eu acho - penso
...........que bóio, mas os emborco...

Cantochão

uma tentativa de contraponto com RRhusso:
"Serenata"


Cantochão
Soaroir
12/10/09

...............................(dedicado aos casais/velhinhos separados pelo asilo)


já aprontei a mala para levar
nela acomodei tudo adequado
um lenço, um vestido bem rendado
meu chapéu com fitas para a beira-mar

o lenço é para as horas de chorar
as rendas, para fazer a nossa rede
quando o espaço não tiver paredes
(com o rotineiro liame familiar)
nem o liame rotineiro e familiar

diga que você vem me buscar
eu odeio ter que admitir
mas o que falta para a gente fugir
é você bater na porta ou me chamar.

asilo:
"instituição de assistência social onde são abrigados para sustento

e/ou educação crianças, mendigos, doentes mentais, idosos etc." Houaiss

segunda-feira, outubro 12, 2009

Nossa Senhora Aparecida



Obrigada Tucalipe pela montagem acima.

Súplicas e Promessas
Soaroir - 11/10/09


Eu prometo...

Seguir Teus passos

Louvar-Te sempre

Não violar meu pacto


Prometo ainda...

Que pelas ondas serenas

As alvas aves marinhas

A guiarem-no ao futuro


Por sete sóis de joelhos fitar

O Teu raiar com o horizonte

Tua promessa nos poentes

Das novas luas do porvir


Prometo em troca

Alimentar as codornizes

A evitar sua extinção -

Com bolotas e cereais...


E reitero...

Não violar meu pacto

Louvar-vos, Senhora

Até a pedra final

........do meu leito.

sábado, outubro 10, 2009

segundo os motes

"VAIDADE"
Soaroir 10/10/09







soma com agrado o mérito
sobrevivente que em ti aporta
leitoso e morno brotado
dos tubérculos das palmas
de tuas mãos que abrem
sem ócio regos
trincheiras
entre murchas giestas
do tempo:
não há pecado!

"Por vezes..."
Soaroir 9/10/09

as Vezes
são travessas
espertas – vêm e vão
como o vento no zinco
noutras chegam
dissimuladas
elegem travessas
e com paixão migrante
ensejam extasiadas.

Inacabado

"Eu sei que vou te amar"


Quando vinhas e por mim passavas
Eu sentia calor e suor nas mãos
Meu olfato seguia o teu rastro
Perfumado de sândalo ou limão
Enquanto tu passavas, eu me fingia
Sonsa e seguia em linha reta
Mas por dentro meu coração sorria
Amando os ombros do belo atleta
O atraente dorso do nadador
Que eternamente virá à tona. (a completar)
by Soaroir de Campos
8/10/09

Ritos para um mundo novo

Soaroir 7/10/09 - 10:55
(mote alusivo ao "Brave New World "
de Aldous Huxley)

nascemos completos de grito,
gozo e riso fartos,
nos mandam mudar,
aprender boas maneiras;
ao sentar fechar as pernas,
comunicar-se sem gesticular,
para mastigar, fechar a boca,
não misturar vinho com cereja,
abolir qualquer tentação
e a masturbação nefasta,
pensar muito antes de falar;
respeitável público...
aonde foram parar as palmas
pela eficaz massificação?
esses pedaços de gente
categorizada de boa,
demente, regular ou ruim
tangida pela timidez
a não ousar seu mundo próprio
marcham, como se contentes
sob a vara de um garruchão
para este mundo novo
criado por malucos...
com entrada garantida,
mas sem porta de saída.


Esta caótica poesia se completa
com Esqueletos "O Assombroso Caso do Controle Remoto" -
uma dependência no mundo novo
http://recantodasletras.uol.com.br/forum/index.php?topic=5295.msg186373

Repentes, Redondilhas e Estrupícios

Soaroir 4/10/09
do que eu represento
nesse exato momento
-
é preciso...
é meu sentimento.

VAZIO...
acho que é uma grande cesta
fabricada com paineiras do brejo
também chamada tabua -
está cheia de maiúsculas!
de onde saem os acrósticos...

soaroir
4/10/09

para Rhusso

Caríssimo,
há muito abandonei a alcateia
mais por querência q precisão
assumi o guaxinim empalhado...
mas continuo amando os lobos. Abrs


Piedade...
minha diferença está nas antenas
não tentem me acompanhar -
eu já vôo por satélites.

Soaroir
4/10/09

Cabecita Negra
De Tucumán
Quero lutar por tantos...
Até a vida me fazer ver
Que me hai dado tanto...
Soaroir 6/10/09

se era o luar... ou eu
sei... Sei não...
tudo tão descabelado
encravado, no chão
no céu
na boca...
no vestido rendado
em seu chapéu jogado
depois da procissão...
Soaroir 6/10/09

Maneira

Jeito, rejeito , trejeito
Tudo isso é maneira
Que se acaba em agreira
Muito bem, ou mal feito.



Repentes e redondilhas


nesta lida não sou senhora
mas te digo de antemão
de parco tu não tens nada
me perdoe a confusão
se ainda eu tiver direito
de manter essa criação
prometo daqui pra frente
calmar a imaginação


se era o luar... ou eu I
sei... Sei não...
tudo tão descabelado
encravado, no chão
no céu
na boca...
no vestido rendado
em seu chapéu jogado
depois da procissão...
Soaroir


Arroz com feijão, um ovo,

tudo bem simples, assim,
já rebuscado, dá nojo,
não serve, vai fora, é ruim...

Augustus Vinicious


(Arroz com Ovo)

nisso há questão de gosto
mas vale arriscar o novo
se não a vida se acaba
toda (só) com gosto de ovo.
muita coisa eu não gosto
(lhe) adianto de antemão
mas se eu tiver que engolir ovo
que seja ele de esturjão.
Soaroir 6/10/09


Versão I
nisso há questão de gosto
mas vale arriscar o novo
se não a vida se acaba
toda (só) com gosto de ovo.
muita coisa eu não gosto
(lhe) adianto de antemão
mas se tenho que engolir
que seja ova de esturjão.
Soaroir
6/10/09

quinta-feira, outubro 08, 2009

Spring Follows its destiny

(Free translation, as the usual rhythm differs between Portuguese and English)

From the flowery manacá tree
Some flowers I send to thee
Besides the ones I leave here
Another bunch goes somewhere from me

by Soaroir de Campos
São Paulo/Brasil

Manacá = Brazilian ornamental and medicinal shrub belonging to the Solanaceae familiy


A Primavera Faz Sina
> Soaroir 22/9/09

> Do florido pé de manacá
> Eu mando umas flores para ti
> Além das que deixo por aqui
> Outro punhado mando pra lá.

domingo, outubro 04, 2009

Hasta la vista, Lady Mercedes Sosa



Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me dio dos luceros que cuando los abro
perfecto distingo lo negro del blanco
y en el alto cielo su fondo estrellado
y en las multitudes el hombre que yo amo.

Gracias a la vida, que me ha dado tanto
me ha dado el oido que en todo su ancho
graba noche y dia grillos y canarios
martillos, turbinas, ladridos, chubascos
y la voz tan tierna de mi bien amado.

Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado el sonido y el abedecedario
con él las palabras que pienso y declaro
madre amigo hermano y luz alumbrando,
la ruta del alma del que estoy amando.

Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado la marcha de mis pies cansados
con ellos anduve ciudades y charcos,
playas y desiertos montañas y llanos
y la casa tuya, tu calle y tu patio.

Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me dio el corazón que agita su marco
cuando miro el fruto del cerebro humano,
cuando miro el bueno tan lejos del malo,
cuando miro el fondo de tus ojos claros.

Gracias a la Vida que me ha dado tanto
me ha dado la risa y me ha dado el llanto,
asi yo distingo dicha de quebranto
los dos materiales que forman mi canto
y el canto de ustedes que es el mismo canto
y el canto de todos que es mi propio canto.

Gracias a la Vida
Gracias a la Vida
Gracias a la Vida
Gracias a la Vida.


Tradução de F.L/Net:

Obrigado à vida que me tem dado tanto
deu-me dois olhos que, quando os abro
perfeitamente distingo o preto do branco
e no alto céu, o seu fundo estrelado
e nas multidões, o homem que eu amo.
.
Obrigado à vida que me tem dado tanto
deu-me o ouvido que, em toda a amplitude,
grava, noite e dia, grilos e canários
martelos, turbinas, latidos, chuviscos
e a voz tão terna do meu bem amado.
.
Obrigado à vida que me tem dado tanto
deu-me o som e o abecedário
e, com ele, as palavras com que penso e falo
mãe, amigo, irmão e luz iluminando
a rota da alma de quem estou amando.
.
Obrigado à vida que me tem dado tanto
deu-me a marcha dos meus pés cansados
com eles andei por cidades e charcos,
praias e desertos, montanhas e planícies
pela tua casa, tua rua e teu pátio.
.
Obrigado à vida que me tem dado tanto
deu-me o coração que todo se agita
quando vejo o fruto do cérebro humano,
quando vejo o bem tão longe do mal,
quando vejo no fundo do teus olhos claros.
.
Obrigado à vida que me tem dado tanto
deu-me o riso e deu-me o pranto
assim eu distingo a felicidade da tristeza,
os dois materiais de que é feito o meu canto
e o canto de todos, que é o meu próprio canto
.
Obrigado à Vida
Obrigado à Vida
Obrigado à Vida
Obrigado à Vida

sexta-feira, outubro 02, 2009

O dia em que o Presidente Lula Chorou

Soaroir 2/10/09
"Estados Unidos da America do Sul"
(só para contrastar)
Imagen:Net

... e eu também quando ouvi:
“Hoje estamos felizes e vocês tristes,
mas vocês já foram felizes
muitas vezes,
e nós tristes muitas vezes.
Agora é a nossa vez.”

“Só precisamos de uma oportunidade
para mostrar que somos capazes [...]
uma grande Nação...”


...é, agora talvez saberão que nossa capital é Brasília
e nosso País é escrito com "S" – de SOLIDARIEDADE e SUCCESS.

quinta-feira, outubro 01, 2009

Angústia

O Caolho
by Soaroir 01/10/09

angústia é ficar preso na lama
em areia movediça
sem pé nem cipó
a meio caminho
de nenhum lugar
não enxergar viv’alma
ao redor - além do atoleiro.

(se der pé um dia continuo)

Ventania

Prima-facie
por Soaroir de Campos
28/9/09


imagem Net


por aqui passou um vento forte
que na pressa nem disse aonde ia
arrotou ares de valentia -
ele, pelo porte,
......vinha do Norte...
despudorado, arribou as vestes
saqueou e deflorou cornijas
arremessou, de leves a coisas rijas
como só faz um vento do Leste.
passou, arreganhando seus beiços
exibiu os dentes; até a garganta eu vi
entalada de calhaus e muitos teixos
pilhados de Gêres a Montesinho
depois seguiu..., fugaz nos destelhos
bordando rastros para re-alinhos
......igual faz todo (mau) o vento forte.

domingo, setembro 27, 2009

Free Rice

Translation by Soaroir de Campos
Português Brasileiro

http://www.freerice.com/


"AUGUST 9, 2009
WARNING: This game may make you SMARTER...!

What if you could have fun, educate yourself, and help feed the hungry...? Would you try it?"
Here's your chance to play a game to fight World Hunger. For each answer you get right, sponsors of the website, Free Rice, donate 10 grains of rice to the United Nations World Food Program.
The English vocabulary game on the homepage is designed to help you think, write, and speak more effectively. (And maybe score higher on tests like the SAT, GRE, LSAT and GMAT?) If your computer has speakers, you can even hear how the words are pronounced. But you don't have to stop there. If you click on the Subjects link, you can choose math, science, geography, art history, other languages and more.
Anyone can play this game, young or old. The computer will adjust to your skill level and keep it challenging. Give it a minute, and you may come back for more.
FreeRice began on October 7, 2007. Over 66 billion grains of rice have been donated as of August 9, 2009."



Tradução:
Soaroir de Campos – 27/9/09
Português Brasileiro

Cuidado: Este jogo pode deixar você mais esperto.

Que tal se você pudesse se divertir, se educar, e ajudar a dar de comer aos famintos?
Você arriscaria?

Aqui está sua oportunidade de jogar para combater a Fome Mundial. Para cada resposta certa, patrocinadores do website Free Rice (Arroz de Graça/Solto), doam 10 grãos de arroz para o programa “United Nations World Food Program”.

O jogo de vocabulário em inglês na página inicial foi desenhado para ajudar você a pensar, escrever e a falar inglês mais fluentemente. (E talvez obter maiores pontuações nos testes de inglês para estrangeiros, TOEFL, TOEIC, FCE, CAE)¹. Se seu computador tem caixas de som, você pode até ouvir como as palavras são pronunciadas. Mas você não tem que parar por aí. Se clicar no link Subjects (Assuntos) você poderá escolher entre matemática, ciência, geografia, história da arte, outros idiomas, e mais.

Todos podem participar deste jogo, sejam jovens ou idosos. O programa se adapta ao seu nível de conhecimento mantendo o desafio. Dê uma pausa, e quando você voltar poderá encontrar mais desafios.

FreeRice teve início em 7 de Outubro de 2007. Mais de 66 bilhões de grãos de arroz já foram doados até 9 de Agosto de 2009.

¹ Adaptação da tradutora

aos cães

Soaroir
26/9/09

Para conhecer uma eliá
Dê uma volta, olhe ao seu redor
De frente, só se enxerga a tromba.

Obrigada Poeta

"Para ser Soaroir.

Para ser Soaroir, que seja intensa:
Pois encantas, enquanto o canto alcança,
A breve eternidade se sustenta;
Quando conjuga um naco do exagero
Na atemporalidade lavra o verbo
Nele canta o ardor sem desespero,
Na chama, o verso claro grita inteiro;
O canto raro vibra farto e sangra
A palavra se mostra justa e franca
Pois Ouroboros corre na garganta.

Prima, Prima Sempre."

Homenagem

Primo
Soaroir 26/9/09

Entre a perfeição e a paz prefira a paz, poemas vem e vão...¹
Coisa que só um poeta diz e faz, sem abdicação
De sua autoridade, suas crenças e sua razão.
¹ Dudu Oliveira

Manicômico

Soaroir 26/9/09

poeta é um prisioneiro
de seu “manicômico”
encena para todo o mundo
enquanto aguarda o leitor
para o tratamento de choque.

Versos Desclassificados

Vejamos...
Soaroir 20/9/09

Todo fundo traz verdades
Algumas já arquivadas/engavetadas
Revolvê-las é maldade
A não ser pra caçoada
Como olho pra mim agora
E me rio das patacoadas
Com os micos e com as gafes/foras
Prefiro elas arquivadas!


Soaroir
21/9/09
(“o q te prende na vida”)

Sempre me desesperou o medo
de não mais me prender as saudades
dos caminhos e das viagens -
Jamais das estalagens.


Poema Desclassificado
sem título
Soaroir 22/9/09

tem bicho morto, morrendo, matando
tudo por uma pérola
escondida no palheiro
Algumas agulhas também -
entre porcos.

Primavera do Amor
Soaroir 24/9/09

Míngua a cor da aurora
A memória já embota
O correr do dia

Estou farta de contar nuvens
Cantar em falsete os ventos
Amofinando a Primavera...

Flores morrendo de frio
Ar seco esturricando as folhas...

Teria o sol se esquecido
Que a beleza
Da beleza da paisagem
Está entre a luz e a sombra?


Pé em Quê...
Soaroir 25/9/09

No que vou às pressas
Nem sinto as guaritas
As torres, as sentinelas
Nem os limos sobre os quartzos
Que beiram as cacimbas -
Onde, novilhos, vacas velhas
Touros capados e outros
Se saciam? Têm os dentes de leite
Arremessados no telhado
E o pedaço do umbigo
Enterrado na porteira
Onde plantam suas raízes
E eu passo reto - sem me importar
Onde, e se brotam as minhas.

Versao II

Radical
Soaroir 25/9/09

no que vou às pressas nem sinto as guaritas
as torres, as sentinelas. Nem os limos
sobre os quartzos que beiram as cacimbas -
onde novilhos, vacas velhas, touros capados e outros
se saciam; têm os dentes de leite arremessados no telhado
o pedaço do umbigo enterrado na porteira
e plantam suas raízes. E eu
passo reto - sem saber onde
e se brotam as minhas.


Não vim trazer a resposta, tampouco tese
para banca examinadora, mas o que hoje penso
sobre poeta & poesia:

O poeta é um louco preso no seu “manicômico”
O leitor é o visitante na sala/fila de espera
E a Poesia um tratamento de choque.

Soaroir 25/9/09

Conversa com Manoel de Barros

" A palavra falada não tem rascunho."
Manoel de Barros


Soaroir 18/9/09

Ai de quem não rascunhe a palavra falada
É expulso do partido, excomungado
Deserdado, demitido por justa causa.
Hoje a palavra empenhada
que não é mais ensaiada
Pertence aos transeuntes xingados
E aos motoristas malcriados
Porque para o resto...
existe o teleprompt.


Versão Beta 2.0
Soaroir 18/9/08


a começar pela do meu nome
palavras e eu não nos entendemos
e isso vem desde o “gugú dadá”
por mais delicada, escolhida, ensaboada,
bem intencionada , minha palavra é confundida
vista como sem medida, diplomacia, requinte, polidez
e geralmente vira motivo de contenda
que se tento aplacar com um, dois ou três
vocábulos mais corriqueiros tomam a derivação
e a extensão do pior sentido acabando sempre
em “dedo em riste” – para mais ruminação das mentes
enquanto eu contemplo a lua.

Era uma vez...

Soaroir
15/9/09

Não planto a subserviência
Tampouco a espada
Ou a guerra
No entanto ao ser vivo
A labuta existe
Para mal querer a dor
Que não supera aquela
De não mais saber
Como é sentir ela.

ou

Não planto a subserviência
Tampouco a espada
Ou a guerra
No entanto
A labuta existe
Ao ser vivo
Para mal querer a dor
Que mais doi
Quando não mais
se (pode) sente ela.
(ou nenhuma das anteriores)


Soaroir 16/9/09

com(em) um olhar despido
latejante mente capta
oníricos idílios ejaculados
que se não gora
gala..


Determinação x Determinismo
Soaroir 17/9/09

Determinação... muitas vezes
me deixou em cada valão... –
Quando resolvi dosá-la – pluft
Cai também !
Só pode ser destino...

terça-feira, setembro 22, 2009

2012 A Profecia

Soaroir 22/9/2009

imagem/Net

Tenho cá com meus botões
que o Maia foi radical
não sacando a mudança
para a era digital.
Só mostrou o quadro negro
que a moeda traz no fundo
um aprendiz de feiticeiro
lá só viu o fim do mundo.
Tal notícia não me abala
basta ver um anuário
igualmente divulgando
permanente calendário!
É só ler o outro lado
e a moeda nos dirá:
Sim...será o fim do mundo
se a esperança acabar...

(se der tempo arrumo depois)


Mote: ESPERANÇA

Dez réis de esperança
António Gedeão

Se não fosse esta certeza
que nem sei de onde me vem,
não comia, nem bebia,
nem falava com ninguém.
Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que houvesse,
punha os joelhos á boca
e viesse o que viesse.
Não fossem os olhos grandes
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonha no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
essas máscaras selectas,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
se não fosse a fome e a sede
dessa humanidade exangue,
roía as unhas e os dedos
até os fazer em sangue.

A Primavera Faz Sina

Soaroir 22/9/09

Do florido pé de manacá
Eu mando umas flores para ti
Além das que deixo por aqui
Outro punhado mando pra lá.

Mote do Dia

Soaroir
21/9/09 – 7:29

Sempre me desesperou o medo
de não mais me prender as saudades
dos caminhos e das viagens -
Jamais das estalagens.

(MOTE: O Que Te Prende Mais Na Tua Vida?)

sábado, setembro 19, 2009

cabeça-de-vento

(título provisório)
© Soaroir de Campos
São Paulo/SP/Brasil
19/9/09

imagem/net/marota





hoje falarei do vento

dele quando brisa branda

animal rasteiro e fértil

que se deita sobre os arroios e os morros

ejacula agradável suavidade nos sentidos

das roseiras, dos amantes e dos poetas

só hoje não me importarei com a tempestade

daquele vento de carreira que persegue lobos

varre os cepos soltos das florestas

e destelha cumeeiras

amanhã, não sei. Posso voltar aos tufões

e as desbrumas do vento do Leste

ou ao do formador de nuvens que vem do Sul

mas hoje, pelo menos hoje, saúdo e invoco Zéfiro

para sobrevoamos o bom tempo nos ares

de minha Primavera do Sudeste.

(sem revisão)



"Hoje"
mote por Charlyane

terça-feira, setembro 15, 2009

Tietê em Ondas Curtas

Linguagem dos Incapazes -A
Por Soaroir de Campos
14/9/09

O rio falante passa
E nada... nada passa.
Nas sombras, gravetos,
Coprófitos flutuantes,
Coelhos mortos de sede,
Martins–gravata
Caolhos, e pererês,
Capivaras ribeirinhas...
Passam impotentemente
Pelo silêncio da Natureza
Diante do rio que passa
Por eles, e pelo dorso
Até o pescoço
Da garça ex-branca;
Não entendem o que passa
Ou se passa...
Envenenados seguem
Para seus covis/tocas
Condenados a morte
Pelas sentenças
Do homem
Que nunca ouviu o rio.

(lº rascunho)

A incontestável inconstância do ser

Dubito, ergo cogito, ergo sum
Soaroir 13/9/09

Se me teso quebro
Se me curvo envergo¹
"Cogito, ergo"
ou acerto ou erro.

¹abater

-X -

Schizophrenia
by Soaroir

Quanto mais vivo mais aprendo
Quanto mais aprendo, menos sei
Quanto menos sei mais penso
Quanto mais penso...não sei...
Por que não esqueço?

mote do dia

Morte

"Hoje para mim, amanhã para ti."*
*da locução latina: Hodie mihi, cras tibi

By Soaroir
9/9/09

que a Morte me trate como me trata a Vida
com certezas tortas e inútil companhia;
decline apreço por qualquer hora do meu dia
e de noite me ignore como inacessível albergaria;
[...]

mote do dia

pensamento

by Soaroir - 7/9/09


De gozo o que aspiro é muito pouco
Em quantidade, deixemos isso claro
Grito por eles até ficar rouco
Mirados alvos para os meus disparos...

mote: "insatisfação íntima"

sábado, setembro 12, 2009

grandeza do celular

Imagem/tucalipe
texto/soaroir de campos
São Paulo/Brasil-12/9/09



flor no 12º andar
beleza que não cabe em si
milagres do celular...

Urubus - cevados no Paraiso

...estão voltando as flores...

Soaroir
12/9/09
("Bee kind to others")


Adeus Inverno
..........casacos, luvas, cobertor
Alô Primavera
..........bem-te-vis, abelhas, alô
Vá frio, vá
..........reinar em um outro império
Volte aragem
..........ocupe nosso hemisfério.


Mote:

Estão voltando as flores
(marcha)Altemar Dutra
Composição: Paulo Soledade

Vê, estão voltando as flores
Vê, nessa manhã tão linda
Vê, como é bonita a vida
Vê, há esperança ainda

Vê, as nuvens vão passan......do
Vê, um novo céu se abrin......do
Vê, o sol iluminan.....do

Por onde nós vamos indo
Por onde nós vamos indo.

SIM

Soaroir 11/9/09
às 11:11 !!!!


SIM, você pode contar comigo
.....Quantas vezes você quiser
.....Esteja eu onde eu estiver
.....Em minha tenda eu lhe abrigo

SIM, cruzarei mares se preciso
.....Caminharei léguas a pé
.....Farei tudo que eu puder
.....Em troca de ver seu sorriso

Bondoso como a vespa-do-figo
Acabrunhado a se condoer
Ou somente para conviver
SIM, você pode contar comigo...


O NÃO tem muito poder, tem tanto poder que às vezes faz a gente
esquecer de quantos "sins" levamos em nossa vida.
O "sim" do eu posso te ajudar.
O "sim" do você pode contar comigo.
O "sim" eu quero ficar com você
” Rita H. Abematsu

Mote: "O tema é livre sem usar a palavra NÃO
ou qualquer outra forma negativa." by Soaroir

quinta-feira, setembro 10, 2009

Coisas da Vida...

Soaroir - 10/9/09


um dia cheio de cerração é treva
àqueles ainda reféns da enxurrada
e dos ventos que levaram casas
com tudo que estava dentro.
são coisas da vida...
mas é de morte!

segunda-feira, setembro 07, 2009

uma conversa com Bocage

(Fados e Quimeras)
By Soaroir de Campos
6/9/09


Oh senhor Manuel Maria Du Bocage,
Frutos das vontades somos todos nós.
Deixai-nos (cá) ter destino como algoz.
Perdão, mas pra mim, falastes bobagem.
Frutos das vontades somos todos nós
Estuprados por uma tal natureza
Carente de preparo para a tristeza
Pretextando destino como algoz
Não fosse o faz-de-conta dos mortais
Caçadores correndo atrás de um sonho
Este mundo seria mais medonho
Ou habitado só por animais.


"Vós, crédulos mortais, alucinados
de sonhos, de quimeras, de aparências
colheis por uso erradas consequências
dos acontecimentos desastrados.

Se à perdição correis precipitados
por cegas, por fogosas, impaciências,
indo a cair, gritais que são violências
de inexoráveis céus, de negros fados.

Se um celeste poder tirano e duro
às vezes extorquisse as liberdades,
que prestava, ó Razão, teu lume puro?

Não forçam corações as divindades,
fado amigo não há nem fado escuro:
fados são as paixões, são as vontades
."

Manuel Bocage

sexta-feira, setembro 04, 2009

Plantando Tudo Dá

(Passion Fruit at 12th floor
Foto by Soaroir
São Paulo 2009

Arrojo dos Loucos - O

Soaroir 4/9/09

O Arrojo dos Loucos
(peça tragicômica)
Soaroir 4/9/09
"Livre Arbítrio"


Do bolso ele saca o apetrecho vermelho
Clica duas vezes e se põe a falar
Dá instruções aos clientes,
Desculpa-se pelo atraso da entrega
Promete que as frutas chegarão ao amanhecer
Polidamente se despede...
Por sua aparência dão-lhe a preferência
E ele passa pela caixa registradora
Um real e uns trocados – paga
Uma mini pinga, um limão e uma laranja
Devolve pro bolso o isqueiro vermelho
Vejo partir o louco mais satisfeito...
Enquanto aguardo minha vez


Mote: "Livre Arbítrio"

Silêncio da Metrópole

(Silenciário)
Soaroir 3/9/09

São duas da manhã
Penso em lendas
La Fontaine
o Corvo e a Raposa...
... o comportamento humano
Lei do Silêncio -
Meu vizinho bate um prego
Um caminhão descarrega
Madeira, pedras na obra em frente
Outros arrastam caçambas
De coleta seletiva
Em prol do Planeta
Reclamo
“Liga para o Prefeito!"
Estão certos - é lei.
É a hora de descarregar...
Uma viatura passa
Outra de Bombeiros
Depois uma ambulância...
Agentes Silenciários.



MOTE : SILÊNCIO
"Existe no silêncio uma tão profunda sabedoria que às vezes ele se transforma

na mais perfeita das respostas"

Orexia

Soaroir
2/9/09


“Morte aos traidores da apetência !
Morte...”
Grita a multidão de desejos
Reprimidos e banidos -
Truões
Disciplinadores
Grassa o riso compadecido...
Desejo explode e se condensa
Estilhaça e se conexa
No infinito vulnerável
E por fim
Insubmisso, amotinador
Retorna - não se emenda
Não se curva à galés
Ou lastimosas trepas.

mote: ("a disciplina do desejo")

segunda-feira, agosto 31, 2009

Se beber, não escreva...

Existe uma correlação entre a estrada e a escrita. As duas precisam de sinalizações, uma boa pista, liberdade, consciência, maturidade e experiência. Tanto na estrada quanto na escrita as pessoas viajam, maravilham-se, encantam-se e choram diante da beleza. Mas a ligação está para além destes adjetivos e qualidades correlacionais.
A campanha “Se Beber Não Dirija” deve ser ampliada para “Se Beber Não Escreva”. Alguns causam danos irreparáveis para muitas vidas. A escrita é uma pista que pede atenção! Algumas pessoas levam para a sepultura inocentes. Pessoas sofrem mesmo quando não tem nada a ver com a delinqüência de quem escreve. Se os critérios estão exigentes para uma habilitação de motorista, para o escritor não deveria ser diferente. Sendo então permitido viajar bastante com as palavras, atrevo-me a escrever que chegará o momento em que para se conseguir uma habilitação de motorista os candidatos deverão conhecer Grande Sertão Veredas, Dom Casmurro, Contos de Adão e Eva, Ressurreição, Sonetos de Amor, Vidas Secas, O Quinze, Crônicas da província do Brasil e muitos outros livros que deveriam ser lidos para se respeitar à vida.
Portanto, segue o apelo – Se Beber Não Escreva!
Por: Cristo Marques