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segunda-feira, dezembro 31, 2007

VERÃO DE 2007 ou POEMA QUENTE

By: Soaroir Maria de Campos
Dez. 31/2007




Verão de 2007
ou
Poema quente
By: Soaroir Maria de Campos
Dez. 31/2007 - 13:09 p/poesia on-line do RL


Acostumado a violência o vento faz silêncio

Armas verdadeiras, de brinquedo ou pra proteção

Afastaram até os ventos de nosso paulistano verão

Aclimado com garoa, chuva fina e brisa boa

No último dia do ano quando toda a cidade escoa

O calor de mais de trinta nos causando prostração

Afasta-nos da cidade deixada à civilização

Pensar fica difícil, até poetar fica sem graça

Brotando há só suor neste calor que não passa

Impossível pensar no futuro meu ou de algum país

Esperarei pelo vento para ouvir o que ele diz

Se nosso verão será todo com esta paragem

Ou se chuvas nos trarão sua refrescante aragem.



Mote:
..."de cantar trovas ao vento que passa pelo seu pais..."

domingo, dezembro 30, 2007

Tela para 2008

© Soaroir Maria de Campos
Dez.30/2007 - 12:14













imagem: webhelper

que triste, um ano se foi! Um ano passado
como sopro quente surgido entre calhaus
despejou-se em nossos corações
preencheu velhas cissuras
esterilizava ninharias douradas
enquanto passava.
vá velho e conhecido ano
feche suas tão relidas páginas
seus remanescentes rabiscos
surpresarão as brancas telas
da obra de arte da vida
que o Ano Novo inicia.



"ESTAMOS DEIXANDO PARA TRÁS UM ANO CHEIO
DE LUTAS E DE VITÓRIAS TAMBÉM. UM NOVO ANO SE
APROXIMA E MUITAS COISAS BOAS PODERÃO ACONTECER.
VAMOS ACREDITAR. ESCREVA TUDO Q QUISER SOBRE
ESTE ANO QUE VAI E SOBRE O ANO QUE VEM.
FELIZ ANO NOVO CHEIO DE ALEGRIA E PAZ"

sábado, dezembro 29, 2007

Amar não é um ato isolado

By: Soaroir Maria de Campos Dez.29/2007 12:51















imagem: tetrahedron


Para transpor uma porta

Mesmo tendo a chave certa,

E bem sabendo manejá-la,

Quando por dentro trancada

Precisa ser destramelada*.

O mesmo acontece com o amor.

Somente um coração aberto

Que permita ser adentrado

Faz com que amar dê certo

E não seja um ato isolado.

* destaramelada

"...não podemos abrir uma porta trancada sem possuir a chave, a não ser que a arrombemos, o que provocará
sérios danos em sua estrutura. Para recompô-la, teríamos de fazer remendos ou construir uma porta totalmente nova.
Para abrir uma porta é necessário ter a chave correta,
e saber usá-la adequadamente!...."
"...Com o amor acontece exatamente o mesmo. Precisamos descobrir a chave que
abre a porta do nosso ser mais profundo, onde está escondido todo o
potencial de amor que nós temos. E, suavemente, deixá-lo fluir. De nada
adianta adotarmos atitudes drásticas, com o objetivo de romper nossas
resistências negativas, pois isso poderia reforçá-las ainda mais ou
danificar nossa estrutura" Do livro "Amar pode dar certo
", Roberto Shinyashiki

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Promessa é dívida

Soaroir 27/12/07













Ano que vem
Mudo de profissão
Não recolherei mais cacos
Entro para o ramo da construção

Imagem Plástica

By Soaroir 27/12/07 15:31
“Amadurecimento”








imagem:cuca.mat.puc-rio

mangas maduras pra cair
não necessitam de vento
as de sorte são colhidas
as bichadas se espatifam
servem mesmo pra nada
a não ser pra adubação
da terra que só o tempo
poderá nos dar a prova
se ela é de serventia
para a mesma plantação
ou de outra que se cria
pra uma nova geração
dos frutos que eu colhia
durante a maturação
quando o menino do pastoreio
podia ser um negrinho
e o artista mineiro
era o escultor Aleijadinho
agora o afro é descendente
o cinzel pertence ao portador
de especiais necessidades
e eu que antes era gente
me tornei terceira idade
mais uma nomenclatura
nos tempos de imaturidade
quando menos me importo
se um dia eu me amei
ou se fui eu quem jamais
um dia amou alguém
amadurecida
prestes a adubar
descubro que ao contrário
não foi por demérito de par
nem desafeição de minha grei
mais pelo troco que a vida me deu
quando somente eu cria no bem
agora maturidade, eu assumo...
se há alguém que sempre amei
esse alguém decerto foi eu!

""Quando me amei de verdade
parei de desejar que minha vida fosse diferente
e comecei a ver que tudo que acontece, contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de ... AMADURECIMENTO"
Alison McMillen, em Quando eu me amei de verdade.
O mote é amadurecimento, como constatação de que nem sempre podemos mudar o rumo da vida, por enquanto..."

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Carta ao Menino

Soaroir Maria de Campos Dez 24/07 11:06
Mote de poesia on-line do RL
"a prenda que eu mais desejo"


E-book in http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/792672

desejo o caminho de Compostela,
ser mística e peregrina
num corpo de mens-sana;
passear por Constantinopla
e das vielas de Istambul
pular o Estreito de Bósforo
molhar os pés na Europa
comer iguarias na Ásia
falar português em Paris.
depois, com Byron correr
de pés descalços em Mesolongi
ao crepúsculo da tarde;
circundar a Kaaba
rezar no Natal de Belém
ir junto ao Muro das Lamentações
e depositar meus desejos.
hag sameah!”*


*(Que a tua festa seja feliz, te traga alegria!)



II

Soaroir Maria de Campos
Dez.24/2007 p/Poesia on-line

Menino Jesus:


Esta é a primeira vez que escrevo para um menino que não seja um de meus filhos, mas meu Pai, por isso peço desculpa por algum exagero ou falta de jeito. Peço também desculpa por não Lhe escrever em aramaico, mas é que por aqui mal falamos o nosso próprio idioma.

Hoje, dia do Seu aniversário, me foi dado o direito de Lhe fazer um pedido e humildemente venho à Sua presença pedir sabedoria, para que junto aos meus eu conclua com retidão o caminho a mim determinado.

Confiante de Sua bondade, antecipadamente eu Lhe agradeço.

Soaroir

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Imagens de Natal

© Soaroir Maria de Campos
Dez.21/2007 - 11:16 "Natal"













Imagem: jf-fafe


Vou tirar de sob a cama as velhas imagens
Feitas com o barro quando ainda havia chuva
Montarei meu presépio novamente
Junto ao único verde existente cacto gigante
Com seus frutos como enfeite
E algodão pra dizer que é neve
Pra ver se Papai Noel olha pra cá
E se lembre do nosso pólo norte
Mesmo se já passar da meia noite
E se as renas já estiverem cansadas
Não precisa parar, pode mesmo varejar
O que no fundo do saco tenha sobrado
Talvez uma bola sem ar
Um carrinho faltando as rodas,
Uma rabeca sem cordas,
Uma boneca quebrada,
Quem sabe alguém não estava em casa
Ou a lareira estava ligada,
Ele não pôde chegar e sobrou um brinquedo?
Continuarei esperando pelo Papai Noel
Embora bem saiba que ele não vem
Mas quem sabe este ano Ele se lembre
Que já fui criança também?

terça-feira, dezembro 18, 2007

janela aberta para Cumberland

© Soaroir Maria de Campos Dez. 18/07
São Paulo/SP-BRA.
"A Janela Aberta"
















foto: google/i.pbase.com.cumbria.jpg

majestade em meu castelo
da torre admiro o meu condado
seus verdes campos ensolarados
minhas ovelhas no pasto
entre amarelos narcisos .

até onde alcança a vista há pintura
cincelos, orvalhos prumados nos beirais
e nas árvores a cada alvorejar.

neste feudo mediado por janelos
esteiro prédios e pára-raios
arquejantes de um mundo bem distante
do reinado que traço de minha janela
aberta ao imaginário paralelo.

domingo, dezembro 16, 2007

Pensamento

By: Soaroir 16/12/07 - 17:11
Mote: "A estranha fauna dos artistas" Luiz Coronel













O artista estranha a fauna

A arte pinta com a sombra

Pincelada contra a luz

Emerge a excêntrica alma...





A estranha fauna dos artistas

Luiz Coronel

Estranha fauna
a dos artistas.

Louvam a paz,
mas explodem as cores.

Denunciam a guerra,
mas detonam contra o mundo
a bala precisa das palavras.

Estranha fauna
a dos artistas.

Cantam amores eternos,
mas são pródigos
em despedidas.

Entoam cânticos à sagração dos corpos,
mas resvalam pelos becos
das paixões mais triviais.

Estranha fauna
a dos artistas.

A reencarnação da poeta

by: Soaroir 16/12/07
 A gente escreve cada coisa...





Noutra vida escrevia
Men’alegre, mais reclusa
Noutro século nasci
Em Amherst onde eu vivi
Vinha da terra a riqueza
Para a minha inspiração
Até quando eu morri
E de volta estou aqui!


(p poesia on-line "Se fosse verdade a lenda"


A Coisa
"A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa… e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita." ~ Mário Quintana

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Amor nos tempos do Natal

By: Soaroir Maria de Campos
14/12/07 12:00 P Poesia on-line do RL
"para amar é só preciso amar...nada mais!!!!!!"










Reflito e reflito para entrar no clima
De novo com o amor que volta ao tema
E eu cá com meus botões
Fechados ou com pouco viço
Não sei de que amor falar nesta época de Natal.
Talvez o universal, de mãe e filhos, às vezes pai,
Homem e mulher, homem e homem;
Amor zumbi, bengala, espaldar de cadeira;
Amor dos fracos e lentos, dos inexperientes;
Adolescentes alimentados com contos e fadas...
Ou da sobra de amor negado aos nascidos abandonados
Revoltados, obstinados, drogados e maltrapilhos?
O dos velhos sem beijos, esquecidos desamados em asilos
Ou o amor de saliva, romance, cinema e encenação?
Reflito e reflito, mas me perco no motivo e na opção.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

A irresistível sedução do Natal

By Soaroir 11/12/07


Estou propensa a achar que macarrão é um santo remédio. Após o jantar de ontem ao alho e óleo, amanheci com mais disposição, mesmo que o resfriado ainda persista. Não damos muita importância ao nosso limite físico até que uma hora “kaput”. Foi o que me aconteceu depois de toda a apreensão dos últimos meses com o filho encerrando o ensino médio, quinta avaliação, primeira fase da Fuvest e as inevitáveis recepções da colação de grau, missa e despedidas dos amigos de mais de 14 anos, e ainda contornando a insegurança gerada por essa ruptura de um mundo seguro e a partida para o mundo real. Finalmente agora é com você, disse eu ao meu filho, vou me dar umas férias. Não quero saber nem de festa de Natal.
Nada disso... A festeira da família avisa do jantar para sortear o amigo secreto, ou inimigo oculto; e então ordenamos: vamos lá ¹Rudolph, Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e Blitzer, e saimos voando na doideira da cidade a fim de escolher presentes decentes e baratos que, certamente, não servirão.
Ao voltarmos da busca por “souvenirs”, já envolvidos pelas cores e animação das pessoas e lojas, começamos a ver mais sentido na teoria da relatividade: não mudamos o mundo em 365 dias, mas pelo menos podemos mudar-nos por uma noite e, auxiliados pelas acanhadas mensagens de Boas Festas que começam a chegar no final de uma conversa telefônica, por e-mails, algumas ainda por debaixo da porta, o coração vai amolecendo e de repente lá estamos mudando nossa conduta, pondo de lado as mágoas, os problemas e cansaço e, já ouvindo o coro dos anjos, nos pomos novamente a enfeitar nossas portas e árvores com as nossas cintilantes luzinhas coloridas para confraternização na irresistível e divina noite que a cada ano renova nossas esperanças.
Assim só nos resta entrar no clima e repetir “Boas Festas” desejando que o Natal suplante todos os cansaços e fadigas e que a esperança jamais pereça. Boa sorte!

¹ ( em português: Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão, Relâmpago)

terça-feira, dezembro 11, 2007

Tempo de travessia

By Soaroir 11/12/07 - 13:-01
(p/poesia on-line do RL)

Descarto minhas sapatilhas, nunca os meus palcos
com seus holofotes que iluminaram minha encenação;
meus apertados sapatos de bom grado os descarto
jamais a direção e os caminhos um dia caminhados.
Afrouxo antigos laços; me abro novos espaços
com as mesmas fantasias.



"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas
que já tem a forma do nosso corpo; e esquecer os nossos caminhos
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia...
E se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre,
à margem de nós mesmos."

Fernando Pessoa

Alegação de amor

© Soaroir Maria de Campos
09/12/07 – 15:50
"Aprendendo a dizer eu te amo"


Ah, companheira e fiel amiga minha

Sempre foste parceira complacente

Com meus tolos medos conivente

E infundadas cismas que eu detinha.

No desleixo e desalinho da emoção

Nunca te agredeci pelas velhas troças

Nem a tua paciência com minhas falas joças

E confusas idéias faltando coesão.

Perdão, perdão, perdão pela indelicadeza

Quando na pressa as tuas razões eu ignorei

Sequer teus fundamentos eu respeitei

E te encobri por vergonha de tua pobreza.


A ti minha poesia, quem sempre me deitou cantigas

Em todos os momentos de meu sono em claro

Penitentemente aqui declaro:

"Te amo!"

sábado, dezembro 08, 2007

Das chuvas de Bandeira

© Soaroir Maria de Campos
8/12/07 14:16 "Chuva"


Por cima da ribanceira vejo a chuva que ainda cai

Encharca chãos e soleiras em enxurrada e corredeira

Estrondam trovoadas sobre as minguadas raízes das cidades

Diferente da bucólica chuva de Bandeira.

A chuva que ainda cai não é a mesma chuva caída

Sonora nas vermelhas telhas de barro das cumeeiras

Escoando para a terra funda e bolindo com as folhagens.

É chuva no asfalto. Não é mais a chuva regadeira.

Sua voz é mais selvagem não lembra canções de aias

Sem ter aonde ir, chuva, hoje, é só água traiçoeira.



"Enquanto a Chuva Cai"
Manuel Bandeira

A chuva cai. O ar fica mole . . .
Indistinto . . . ambarino . . . gris . . .
E no monótono matiz
Da névoa enovelada bole
A folhagem como o bailar.

Torvelinhai, torrentes do ar!

Cantai, ó bátega chorosa,
As velhas árias funerais.
Minh'alma sofre e sonha e goza
A cantilena dos beirais.

Meu coração está sedento
De tão ardido pelo pranto.
Dai um brando acompanhamento
À canção do meu desencanto.

Volúpia dos abandonados . . .
Dos sós . . . — ouvir a água escorrer,
Lavando o tédio dos telhados
Que se sentem envelhecer . . .

Ó caro ruído embalador,
Terno como a canção das amas!
Canta as baladas que mais amas,
Para embalar a minha dor!

A chuva cai. A chuva aumenta.
Cai, benfazeja, a bom cair!
Contenta as árvores! Contenta
As sementes que vão abrir!

Eu te bendigo, água que inundas!
Ó água amiga das raízes,
Que na mudez das terras fundas
Às vezes são tão infelizes!

E eu te amo! Quer quando fustigas
Ao sopro mau dos vendavais
As grandes árvores antigas,
Quer quando mansamente cais.

É que na tua voz selvagem,
Voz de cortante, álgida mágoa,
Aprendi na cidade a ouvir
Como um eco que vem na aragem
A estrugir, rugir e mugir,
O lamento das quedas-d'água!

O pequeno caçador

Publicado em Ecos da Poesia
"As Letras da Pintura 2"
"The litle Hunter"
poesia 52 - bloco 3.

na furta-cor das balebas que não brincou
no chão batido pelo jogo de malhas
que o destino em seu caminho jogou
retorna o pequeno caçador aprendiz
de escolas convividas com a vida
imaginários amigos a comer
a caça não caçada
apanhada pela fome
por um dia
entre outros mortos.


© Soaroir Maria de Campos
Nov/2007 São Paulo – BR

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Nada muda mais que o passado

para JDO
By Soaroir 07/12/07 10:40
"O que o vento não levou"




O antigo amor engordou

A paixão emagreceu

A idade envelheceu

Raivas e pinimbas.

Gables e Leighs o vento levou...

Restaram Butlers e Scarletts

Personagens eternas

Encenando memórias

Que o vento deixou-mas.

quinta-feira, novembro 29, 2007

"O caçador de pipas"

(The Kite Runner - Khaled Hosseini)
Menino Caçador
Soaroir Maria de Campos Dez/2007


Menino caçador na furta-cor de balebas
E chão batido pelo jogo de malhas
Que o destino em seu caminhou jogou
Sonha pandorgas aos quatro ventos.

De peito aberto corra
Pequeno aprendiz
De escolas convividas com a vida
Em universos incontinentes
Guiados pelos coloridos sinais.

Seus inocentes sonhos recortados
Enrolados,colados papéis caídos,presos
Pelas más torcidas fibras
Jogados na superfície.

Siga menino
Vá à caça de suas cafifas
Não as herdadas, as por ora caçadas
Por um dia
Dentr’outros mortos
E morros.

Violetas no Telhado

sábado, novembro 24, 2007

Leva tempo

By Soaroir 23/11/07 10:30
"Porque ainda há tempo/retrospectiva"




O tempo passa e leva as coisas simples, corriqueiras

coxia, coxia, de noite e de dia, o peão entrou na roda, roda peão

e muitas outras brincadeiras quando miúdo queria ser grande.

Leva tempos que não deixaram saudade das dificuldades

no retirante, na viúva desvalida, nas filhas distribuídas

para conseguir uma guarida e dois pratos de comida.

Leva tempo para esquecer as desventuras vividas

as tentativas frustradas e as injustiças sofridas

no tempo de busca pela direção dos ventos.

Mas o tempo passa e junto leva aqueles tempos

pensados não haver mais lugar nem tempo

enquanto há tempo de ser feliz

quinta-feira, novembro 22, 2007

Poesia para uma pedra

© Soaroir 22/11/07 - São Paulo/BR












Foi recostada num sopé que ouvi
Ao longe um insistente batimento
Descompassado e meio aflito
Assuntei contra a direção do vento.

Meu peito vibrava noutra freqüência
Perguntei “quem está aí aposto?”
Com amiudada repetição sai
Na vã busca por um rosto.

Diante do silêncio continuei
Tropecei e abaixei o olhar
“Uma pedra falante!”, exclamei...
E parei para escutar:

“Sou teu coração que nada deseja.
Perdido nas encostas sem saída
Só quero voltar para o teu peito
E de novo ter uma vida”.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Riscos

© Mara Regina Weiss
20/11/07

Às vezes é preciso
uma virada de mesa,
um pouco mais de certeza,
um passo maior que o tombo,
um chute no balde certo,
palavras e peito aberto.

Às vezes é bem vindo
um poucos menos de medo,
e muito mais de ousadia,
um desafio ao tempo,
remar mesmo contra o vento,
um tapa na covardia.

Às vezes é preciso
um batom mais escuro,
um pulo por sobre o muro,
uma vontade atrevida
e um gole maior da vida!

terça-feira, novembro 20, 2007

Também sou filha de santo

© Soaroir Maria de Campos
20/11/07 14:04 "Correr riscos"

















Eu, o que escreve, declaro ter vivido

o suficiente para testemunhar

o dia em que a minha cidade parou de funcionar

para celebrar misericórdia devida por cáftens

e escravagens desmedidas em tempos

em que não estávamos por lá.

Eu, o que escreve, assumo a teoria concreta

de que mesmo quem não for poeta enxerga

defasagem no ridículo da “mea culpa”

neste panteão maquiavélico.


Nota: Ifá não é Orixa, mas ser intermediário entre céu e terra.

sábado, novembro 17, 2007

"My Way"

© MagnoDeBarros

Injusta
A que pensa
Que o seu jeito
é seu
E não o meu

Eu te vejo
Do meu jeito
Seu peito
Seu mêdo
E não o meu

E seu corpo esguio
Pensa
Que penas por ti
E isola o meu...
Senti

E vaidoso
Raivoso
Penso e ajo
Meu jeito
Seu jeito

16/11/07

quinta-feira, novembro 15, 2007

as pessoas são para o que nascem II

© Soaroir Maria de Campos 15/11/07 - 10:02
"My way"




Resultado de imagem para by the sea shore RENOIR


"by the sea shore" Renoir


Eu sou o que eu sou por escolha
desguarnecido
Para o que eu nasci pra ser e não fui
desavisado
Curvei a imprudência pro meu lado
confundi
Espera e esperançar com teimosia
sobrou
A imagem derrotada por conquistas
desgrenhada
Meio torta, sem sentido, estabanada
fiz
Do meu melhor jeito
desastroso
Inconsciente e jeitoso
prêmios
Nem piedade eu preciso
pra minha maneira de ser.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Auto-Retrato

Soaroir 12/11/07 - 9:55

















rené magritte



De olhos fechados me retrato

Boa pura e bela

As seqüelas omito.

Ao abri-las, confronto

Quixotes

Solidão de Crusoé

Faustosos mitos.

Às avessas retrato

Dorian Grey.




domingo, novembro 11, 2007

Depois da vida

© Soaroir Maria de Campos 11/11/07
* Baseado no filme japonês “After life” ( Wandafuro Raifu) – 1998, dirigido por Hirokazu Kore-eda.(imagem google)

Como macromoléculas existentes
Sem que nos demos conta delas
Cada epifania constrói nosso dia-a-dia.
Se na hora da cessação, revisão
For-me dado o direito de escolher
Meu melhor momento pra lembrar
Por toda a minha eternidade
Eu sei que vou sofrer…
Como deixar para trás o meu nascer?
As horas que passaram sem eu perceber,
As que me calei quando deveria falar
As pessoas que fingi não entender,
As que não me permitiram amá-las,
As que me amaram sem eu pedir,
E que ficarão por aqui?
Como decidir entre meus abortos, meus partos,
Meus filhos, meus amantes, meus amores, meus pratos?
Como me esquecer da chuva, das brotações,
Das colheitas do centeio, parreiras e oliveiras?
Da cigarra se pocando de tanto cantar,
Da formiga exaurida de tanto trabalhar?
Como me contentar ser esquecida
Pelas ostras que me enfeitaram com pérolas,
Pelos pássaros que me ensinaram a cantar,
Pelas letras que me permitiram escrever,
Poesias, mesmo sem eu sequer sabê-las…
A lembrança minha digna da eternidade
Sem sofrer eu escolheria o momento
Meu na hora de morrer
Olhando para trás com satisfação e riso
Admirando minha cota completada
Antes de seguir para o paraíso.



*Sinopse:Num local, entre o Céu e a Terra, pessoas que acabaram de morrer são apresentadas aos seus guias espirituais. Durante os três dias seguintes, eles auxiliam os mortos a vasculhar suas memórias em busca de um momento inesquecível de suas vidas. O momento escolhido é recriado num filme, que será a única lembrança a ser levada para o paraíso. Esquecerá e será esquecido pelo resto.

Não se segue viagem enquanto não fizer a escolha.



- This poem needs translation
For lots of foreign readers
needn't Shakespeare's perfection
nor Byron's style, neither
http://www.facebook.com/profile.php?id=634208065

sábado, novembro 10, 2007

Sábado é sábado

© Soaroir Maria de Campos 10/11/07 - 12:11










portinari

Sábado é sábado
Não tem passado nem futuro
Sábado é...

Dia de feira
De pastel com caldo de cana
Feijoada na casa da sogra
Ou pelada com os amigos.

Dia dos solteiros se esbaldarem
Casados fingirem ir trabalhar
Filhos saírem com os pais
Soltar pipa, rodar peão
Pedalar a bicicleta
Ir ao cinema comendo pipoca.

Dia de adolescente reclamar
Arrumar o quarto
Mergulhar no computador
Ou jiboiar na frente da televisão.

Sábado é dia de velho
Reunir no que sobrou da praça
Amigos para mover as peças
Num xadrez enquanto mira as moças.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Carris do coração

By: Soaroir Maria de Campos 8/11/07 - 17:49
Poesia on-line: "possui esse caminho um coração?"
















Almas, não tivessem meus caminhos,
Seriam cravos encravados em bitolas desmedidas
Balastros, dormentes firmando carris perpendiculares
Cavalos-ferris independentes sobre um aço
Comboiando à parada seguinte trens carregados
Repentes descarrilados nas linhas tortas do passado
Parados, nas indolentes estações com vãos alagados,
Baldeando nas plataformas de ida sem reservas
Tristes passagens de vinda.

Pedras no caminho

By: Soaroir Maria de Campos 7/11/07 10:02
Poesia on-line do RL


de raras jazidas
sou esmeralda de dia
rubi de noite;
sofisticada, mostro
o lado mais refinado da vida;
apesar da dureza
sou sensível à pressão.
intempéries facilmente
alteram a minha cor.
amada sou alexandrita,
pisada sou calçada,
apenas estrada, caminho
ou pura pedra deitada
no leito fundo dos rios.

Diálogos

Diálogos
By: Soaroir 6/11/07 - 16:16
Mote" Gestos...atitudes...pensamentos"

mãos
balançam berços
bolinam bênçãos
postadas rezam
Ave Maria!
mentes
dementes
aliciam e estrumam
orações manifestas
seguem em homilia
seus coitos
impunemente.

cortem-lhes a cabeça!...

segunda-feira, novembro 05, 2007

Mulher Madura

MATRIX®Soaroir 5/11/07 – 12:45hs




Domina o clã

À distância

Administra a filial

Sua especialidade,

Sinceridade...?

É a sua cara-de-pau.

Quando há deficit

Demite o gerente

Abraça sozinha a causa

Negocia os valores

Muda de aplicação

Pagos os micos e os juros

Em pró da emancipação

Dá-se ao luxo de bem dizer

Em rima e às vezes não,

Que mulher madura

Não é mais a menina

Nem a melanina!.

Aparece o buço,

Procrastina.

Ela sente os efeitos,

Revê seus direitos.

Cobra mais de si

Os malfeitos.

Perde emprego,

Adultera o apego;

Enfrenta a pausa,

Encontra sossego:

Degusta o gozo

Jovem e licoroso,

Bordeaux ou blanc

Mais gostoso.

Descartada a agrura,

Prefere a brandura;

Deleitea-se com a vida

A sempre mulher...

Agora madura.



P/poesia on-line do RL

domingo, novembro 04, 2007

Nos labirintos da alma

By: Soaroir 4/11/07











fonte:world peace village

Nos labirintos da alma
Tem como entrar e sair
Cabe-lhe escolher o caminho
Acreditar e seguir.

sexta-feira, novembro 02, 2007

Postumácias

®Soaroir 02/11/07
Mote: "Epitáfio"


Cobiça em ação que enquanto ação cobiça.

Desgastado espírito em favor de causas.

Perjuro, frustração,

Deleitoso culpado,

Selvagem e rude,

Cruel e falso diante do juízo final,

Pleiteando respeitosos direitos.

Caçada a razão

Do que antes não feito.

Odiada razão, despeito.

Descomidas astúcias,

Propósitos desfeitos.

Quem o vira doido possesso

Buscando ter quando queria ser,

Extrema a felicidade provada no empecilho

Lapidando depois da hora de morrer

A verdade que o mundo sabe

Sem ninguém nunca saber;

Que inferno é encontrar o caminho

Para o paraíso.

Que inferno!...

quinta-feira, novembro 01, 2007

peia, laço, armadilha...

By: Soaroir Maria de Campos - 01/11/07 16:11









se eu quisesse deixaria de rodeios

direto descartaria o maço

assumiria a imbecilidade que faço

empobreceria o algoz

denunciaria a lei acochada ao laço.

se eu quisesse,

abandonaria meu vício

processaria o cavalo, montaria

Philip, Morris, Burnett

e de McLaren a McLean

seguiria tim-tim por tim-tim

cobrando o que eles antes

nunca disseram para mim:


"...fumar faz mal à saúde!...

quarta-feira, outubro 31, 2007

pragas de gavetas

by Soaroir Maria de Campos
31/10/07 11:26
Mote:"Está findando o prazo de validade
do(s) sonho(s) que eu engavetei
."



ao arrastar os móveis encontramos pó;

aranhas bem instaladas

em suas confortáveis teias

indagando assustadas:

“o que foi que mudou?...”

ao revirar os guardados ouvimos

das tíneas alegação tecida

com a mais pura seda de nossa rouparia,

razões para casulos secos ou com vida.

finalmente, ao chegarmos ao desvão,

depois de se ter descido até o porão,

despejamos todas as antigas pragas,

assumimos de pronto nossa habitação.

desativados os persistentes engavetados,

marcamos novo prazo pra arrumação.




"Há tanta luz em Paris, porque há, também, grande escuridão,
onde nasceram os poetas e toda a arte"
Gosto dessa evolução, explosão, em poesia. ...desativados os persistentes engavetados
marcamos novo prazo para revisão...
e assumimos a nossa habitação.  Soaroir 31/10/2007


Quem não souber povoar a sua solidão, também não conseguirá isolar-se entre a gente. ( Charles Baudelaire )

segunda-feira, outubro 29, 2007

Ser poeta é o bicho...

© Soaroir 28/10/07 13:54





imagem: Net

i
Poeta é um ser contente
Ainda que viciado na dor
Passa a vida sofrendo
Dizendo ser por amor
ii
Ser poeta é não ter medo
Se arriscar a ser ridículo
Fazer uns versos tolos
Pensando serem versículos
iii
Poeta é ser visionário
Com a cabeça sempre no ar
Mantendo os pés no chão
E amor em todo o lugar
iv
Ser poeta é um castigo
Quase uma maldição
Precisar ter uma musa
Pra servir de inspiração
v
Ser poeta é ser egoísta
Só falar de si e da musa
Dizer tudo que bem pensa
Sem ter que pedir escusas
vi
Ser poeta é ser divino
Também é ser um capeta
Sutilmente com argúcia
Põe a boca na trombeta
vii
Poeta é ser pretensioso
Diz-se artista e profundo
Jura que sua poesia
Um dia ainda alcança o mundo
viii
Ser poeta é viver pobre
Só rico de imaginação
Em terra em que o “larjant” manda
Não se conta inspiração
xi
Ser poeta é ser tudo isso
Bem mais e muito mais
Que juntar sentimentos
Consoantes e vogais.

sábado, outubro 27, 2007

Amar é Cisma

By: Soaroir 27/10/07 9:56
Mote: "Quem sabe isso quer dizer amor"



era ingênuo demais
qualidade de catecismo
malícia sequer passou por perto
não podia ser diferente
em demasia se deu e se iludiu
virou um eterno dependente
na busca pra decifrar amor, confundiu
respeito, valor e segurança
aguçou-lhe a inteligência ao deslindar
que a vida tem
sua própria maneira de viver
o amor, este sempre esteve lá
ele é que não estava nem aí...

sexta-feira, outubro 26, 2007

Vox, signum, verbum

by Soaroir 26/10/07 "liberdade de expressão"


Sem alma não
há voz

Sem voz não

há signos

Sem signos não

há conhecimento

Sem conhecimento

cessa-se o verbo.



foto: "liberdade" de José Soares

quarta-feira, outubro 24, 2007

Os Rios

By: Soaroir Maria de Campos

24/10/07 - 8:43 p/poesia
on-line "O significado do rio"







Rios são as lágrimas da terra

Choradas pelas ribanceiras

Derramando-se pelo leito ao mar

Após o desprezo das ribeiras.


segunda-feira, outubro 22, 2007

A lição do pardal

by Soaroir Maria de Campos


by: Soaroir 22/10/07 - 11:05
p poesia on-line do RL" Ensina-me a viver"


Quem mandou você aqui, quem mandou?
- Sou um pardal, assim levo o meu dia
Quisera viver assim, só avoando
Sem nada pra fazer
"Engana-se", disse-me ele então.
- Observe bem meu tamanho
Tente fazer seu ninho como o meu
Transportando no bico cada material
Avalie quantas viagens preciso
Para alimentar os meus
Ensiná-los só com exemplo
A voar e a se defender
De felinos e gaviões
Acredite, eu não poderia ser encarregado
De trabalho mais pesado do que o meu.
E novamente ele voou...

domingo, outubro 21, 2007

Esperança de um novo dia



© Soaroir Maria de Campos
21/10//07 7:43
p/poesia on-line do RL



Os desejos de continuar partiram,
Amar é sonho que não sonho mais;
Recolho os frutos do coração vazio,
Resquícios dos tempos florais.

A tempestade de um cruel destino
Deflorou meu frescor e guirlandas;
Descontente, e conformada só espero:
A chegada da inevitável demanda.

Impregnada da antiga esperança,
Nos galhos do outono inda asseguro
Do barulhento vento do fracasso
Uma vibrante folha do futuro..

(adaptação do poema “Outlived Desire”
de Alexander Sergeyevitch Pushkin – 1799-1837)
............xxx...................xxx.............

quinta-feira, outubro 18, 2007

Talvez eu tenha te amado

By: Soaroir Maria de Campos


Toulouse-Lautrec


18/10/07 - 14:40 p poesia on-line do RL"Perhaps love"


amor risco

extinção talvez

como o perdão

pra civilidade:

grilhões.

que um dia eu tenha amado

talvez!...

e meu coração, não sei

não tenha entendido

amor, talvez

eu tenha um dia te amado.

ou não. Amado te amei

talvez...

terna e tão francamente...

Deus testemunhe

talvez

que eu tentei

permita Ele à outra

quem te ame agora

doutra vez.

quarta-feira, outubro 17, 2007

OS POEMAS SÃO SANHAÇOS












Imagem: ARCOR

© Soaroir 17/10/07 11:45
Para o mote: "Os poemas" de Mário Quintana"

Os poemas são sanhaços

aves canoras de-bico-doce

de plumagens coloridas

bem no alto fazem seus ninhos.

Subdivididos em subordem

nem sempre chegam em bando

a reprodução tem tempo certo

como qualquer um passarinho.




De Mário Quintana OS POEMAS
"Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti..."

terça-feira, outubro 16, 2007

Bolsa de valores









Bolsa de valores
© Soaroir Maria de Campos - 16/10/07 15:52
P/poesia on-line do RL "O que perdemos por orgulho"

No leilão da vida pus preço
Nas ações de meu orgulho
Apregoado na bolsa da razão
Vieram os lucros e dividendos.
Ao final do pregão, arremates
Entre as perdas e os danos
Na dação em pagamento
Comutei meu patrimônio.
Não invisto mais em orgulho
Seu destino é a insolvência
Fico com o líquido e certo
Sem encargos, a modéstia.

domingo, outubro 14, 2007

Meu amor de verdade

Claude Oscar Monet

"Love me tender"
© Soaroir 14/10/07 - 12:00
(para poesia on-line do RL "Love me Tender")

O amor de minha vida é de verdade
Mas ele não sabe que ainda existo
Zelosa da ternura e da meiguice
com carinho guardo o que me disse:

- Carregue-me em teu coração
Onde sempre será o meu lugar
Nunca me deixe partir, querida
Complete-me por toda a vida

O amor de minha vida é de verdade
Está repleto de ternura e meiguice
Transcendente com discrição e tento
É amor até o final dos tempos.

Quando finalmente despertados
Do inevitável capricho do universo
Seguirei por toda a eternidade
O amor de minha vida; de verdade.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Meus dois filhos

Dia da Criança
- Vitor Bernardo e Artur Filipe -
© Soaroir Maria de Campos
12/10/07 10:40 para poesia on-line do RL "Dia da Criança"


Maravilhosas bênçãos, tesouros enviados pelos céus
Ensinam-me o riso e a ternura, e me fazem especial
Com profundo orgulho em tê-los como minhas crias.

Enquanto mais adultos, mais orgulho eles me dão
Dignidade já têm, e ciências vão conquistando
Glorificam, a cada dia, todas as nossas bravezas.

Por todos os estágios, e as artes de todas as idades
Eu lhes amo cada vez mais, minhas sempre crianças
E me envaideço por ter dois filhos como vocês dois.

quinta-feira, outubro 11, 2007

DADOR










(Para o filhão de Mara Weiss)
By Soaroir 10/10/07 - 13:40
p poesia on-line do RL " partida do filho q viaja"

Já arrumei sua bagagem
Há meias pra cobrir os pés
Livros pra aquecer a mente
Beijos pra lembrar amor
E abraços para cada mês.
Fico aguardando notícias
Por e-mail ou postal
Com Deus eu lhe abençôo
E que Ele sempre lhe acompanhe
Mas tenho uma advertência
E isso é coisa de mãe!:
- Meu brilhante futuro doutor...
Nunca se esqueça de ser feliz!

Sou terrível p adaptar os meus próprios textos
Meu filho mais velho, hoje com 29, aos 16 foi para o colégio interno Gordonstoun/Aberdeen/Escócia e agora, já casado e PhD em bioMolecular, só nos vemos a cada dois anos.

terça-feira, outubro 09, 2007

Confesso



© Soaroir Maria de Campos 9/10/07 10:45
p/poesia on-line do RL"você confiaria seu segredo poético?"


Meu Segredo poético eu vos confio
Pelos caminhos das entrelinhas
São nevoeiros que a mente minha
Já confessa em meus versos frios.

depois continuo...

segunda-feira, outubro 08, 2007

"Estou farto de semideuses!"

By: Soaroir Maria de Campos 08/10/07 - 13:51
(p poesia on-line do RL" ser igual/ser normal)


minha alma é paciente,
espera até o último minuto
antes de malquistar-se;
mas eu, tenho pavio curto
não deixo pedra sobre pedra;
meu espelho insiste que sou franzina
deixo-o falando sozinho e parto,
vou em frente, não sigo ninguém;
ninguém me acompanha,
além de Deus.
já tive surto de normose,
na adolescência me vacinei;
depressão não me conecta
só em alta voltagem me ligo;
remorsos nem culpas me assolam
se minha alegria incomoda os tristes.
só fico mesmo furiosa é em NY
quando me chamam de portoriquenha,
em Porto Rico
se me confundem com francesa,
ou em França
quando me perguntam se sou inglesa.
aí, para me acalmar, saio correndo
pro meu país. Aqui pelo menos...
só me chamam de metida.


"Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?"
Àlvaro de Campos

domingo, outubro 07, 2007

Cantiga d'Amor tupiniquim

By: Soaroir 07/10/07 10:21


Senhora minha, desde que vos ouvi,

Lutei para dominar-vos com paixão

Oh castiço vernáculo de minha nação...

Que saibam todos deste meu amor,

E da tristeza que tenho, não ser trovador

Mesmo que a vida eu passe a vos servir.

Se aceitardes este meu inerudito cantar

Graça maior não ousarei vos rogar

Dona, que em vosso poder me tem,

Vós sois, suserana fala, meu valioso bem.

P/poesia on-line do RL
"Uma cantiga de amor, medieval"

quinta-feira, outubro 04, 2007

Meu homem ideal...

Por Soaroir Maria de Campos 04/10/07 15:19



tem que ter proporções divinas
bases para construir um templo
desafie a matemática
contenha em si o pentágono.
fale por meio de parábolas
satisfaça a equação XX
sem centralizar-se na pélvis
seja um autêntico XY.
que a extensão de seu abraço
seja igual a sua altura
para que esta mulher ideal
possa repousar em seus braços...


imagem:braveheart/muvies1
P/poesia on-line do Recanto das Letras
"O homem ideal/A mulher ideal"

quarta-feira, outubro 03, 2007

O amor nos tempos do telefone

Uma companhia
(O amor nos tempos do telefone)
Por Soaroir Maria de Campos 03/10/07 10:48

quando o amor não estava por perto
chegava com toques de campainha
na almejada voz do amado distante
dando por um fio asilo à ausência
e do galopante coração apeava
gastura na boca do estômago
pernas bambas, mãos suando e frias
desordenadas palavras tão ensaiadas
esquecidas, que na hora não saiam
o amor rendia até a próxima chamada
decorando frases feitas pelos caminhos
nutridos pelas coragens da distância
e das lembranças como companhia.

para poesia on-line do RL "O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos..." Alberto Caeiro

domingo, setembro 30, 2007

Terceto do Coração



Coração...
Soaroir 30/9/07

De outra vida dependente;
Enfim, um transplante,
E deixar de ser doente.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Identidade



Identidade
© Soaroir Maria de Campos 02/10/07
p poesia on-line "para alguém muito especial"









27 de setembro, Dia Nacional do Idoso.
Imagem de Sebastião e Anísia homenageio todos

os idosos brasileiros, especialmente os sertanejos.

Identidade
© Soaroir Maria de Campos 02/10/07
p poesia on-line "para alguém muito especial"

brasileiros e idosos
entre o belo e o feio
sertanejos, duvidosos¹
vidas que passam do meio.
sem títulos e dentes
sonhos cansados
sem descendentes
pobres desenganados.
certeza têm abundante
fortuna que não lhes falha
vilania impenitente
mundo farto de batalha.

¹ fracos de saúde

terça-feira, setembro 25, 2007

O alimento sagrado do poeta




Por Soaroir Maria de Campos 25/9/07
p poesia on-line do RL
"o alimento sagrado do poeta"



Resultado de imagem para alimento sagrado do poeta soaroir






venham, tomem assento...

faminto, em seu farnel o poeta
surte inspiração com fartura
para os instantes de tormentos
corações partidos e agruras.

traguem do alimento sagrado!

igualmente com alegria se nutre
dos idílios que experimenta
bucólicos, épicos ou pastoris
em argumentos que sustenta.

venham todos, tomem assento...

traguem do sagrado alimento
antes de julgarem deste bardo
seu poema subalimentado.

Na Primavera...

© Soaroir Maria de Campos 25/9/07
(p/ ciranda "Primavera")


imagem/google


Na primavera andam em pares
Os pássaros e as flores
Emprenhando de amor os ares.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Cadeira de balanço

(sem imagem, para que cada um recobre a cadeira da memória)


© Soaroir Maria de Campos 24/9/07 14:45


vou me divagar
na cadeira de balanço
ao som da TV
controle na mão
remoto tempo
distante repassar
apressadas gentes
sem tempo pra perto
a meus pés, meu cão
contando sem falar
coisas que entendo
só , com o olhar
me vou balançando
da origem a causa
me vou afastando
o longe chegando
cada vez mais perto
virá sim, virá
mesmo no 24º andar
assim que parar
este meu balangar.


(p poesia on-line do RL "embalando")

sábado, setembro 22, 2007

Quem me dera... If only I...

















imagem:riscos-ilusão

POETRIX
© Soaroir Maria de Campos
22/9/07 SP/SP - Br
http://pote-de-poesias.blogspot.com


quem me dera...

chegar cedo e ficar até tarde
agradecer a quem me cobria
nas noites frias.

If only I...

could arrive early and stay tight
thank the blanket pulled up
over in cold nights.

De Soaroir
para ciranda n/79 "quem me dera" de Nacy Cobo
hospedada em tekanascimento@tekanascimento.net

Publicado no Recanto das Letras em 22/09/2007
Código do texto: T663890

Achas ao vento





Achas ao vento
© Soaroir 16/9/07 16:35
p/poesia on-line do RL



Suave vento de setembro
O que me trazes nesta manhã?

Lascas do passado de presente
empilhadas ao pé das montanhas
que se me barram ao topo do futuro.

Então dependes de tempestades
Para atingires a cimeira?

Eu rufo plumagens de aves
De ondas de todos os mares
Zuno pelas frestas e curvas
Das noites, e de pomares.

E hoje, o que me trazes?

A Primavera, seu norte...
Atinado, trago-lhe em ramas
As brisas de boa sorte.

mote: 'O guardador de rebanhos'
In “Poemas completos de Alberto Caeiro”

quinta-feira, setembro 20, 2007

Papai Noel não existe! (TRAVAS DE SONHOS)


 
Papai Noel não existe!
Por: Soaroir 20/09/07 - 9:25 h

na faculdade do antes
o propósito do céu era Deus,
anjos e almas dos justos;
na lua morava s Jorge
e Papai Noel um dia viria
se bem me comportasse.
aquela mente ingênua
ficou n’outra dimensão;
por convenção evoluiu,
expandiu e somou
psicoses, neuroses,
fobias e paranóias,
travas de sonhos
que o espírito empaca
nos saberes de agora:
no céu ficam os astros
a lua é só um satélite
e papai Noel não existe.

Para poesia on-line do RL

"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original"A. Einstein

quarta-feira, setembro 19, 2007

Brincantes



Imagem relacionada

Portinari "meninos pulando carniça"

Brincantes
Soaroir 19/8/07 - 11:45
(p poesia on-line do RL)

Disse o poetinha em sua canção:
“ a vida não é brincadeira não!”.
Será que é a vida que nos leva
ou nós que levamos ela?
E nesta caixinha de surpresa
seguimos pulando carniça,
competindo no carrinho de mão
sem perder as cinco Marias.
Brincando de boca de forno
façamos o que o Mestre mandar
ou então levaremos bolo!...

sábado, setembro 15, 2007

Abra a janela


                                                             imagem copyright Soaroir


Abra a janela
© Soaroir Maria de Campos

15/9/07 12:19h
p/poesia on-line do RL

Tantas vezes ansiosos
Debruçamo-nos na janela
Ao fundo o horizonte
O mundo exterior
Todo o inverno
Demais estações
Desfilando por ela
Enquanto o poeta canta:
Há só cada um de nós
Como uma cave.

Nossa alma fechada
Na janela aberta
Olha e não vê
O tempo chegando
Anti criogénesis
O mundo passando
A falta de chuva
O grito das flores
O planeta sofrendo
Ressequidos horrores
E o poeta a fio...:
Não basta abrir a janela
para ver os campos e o rio.


mote: "Janela aberta (minha alma abriu-se)"
In “Cabo da boa esperança “ Sebastião da Gama

quinta-feira, setembro 13, 2007

A força das palavras



















By: Soaroir 12/8/07

Se você não tiver sonhos para contar
não fale de seus pesadêlos,
eles podem se realizar

segunda-feira, setembro 10, 2007

"A união faz a força"










A força da união
Soaroir 10/09/07 - 11:37h
p/poesia on-line do RL

atendendo a este pedido
canto a força da união
lembrando velhos ditados:
da andorinha e seu verão,
a organização das formigas
e das abelhas o resultado;
cada qual no seu espaço
produzindo o mesmo efeito,
entrelaçando seus braços,
dando o exemplo mais perfeito
da força que a união faz,
se juntas no mesmo passo.
vou aqui deixando à sorte
a pobre poesia que faço
unindo-me a este mote
com um grande e forte abraço
.

© Leguleio









imagem:docelembrança

Leguleio
© Soaroir 1979

publicado em Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos vol.35
Câmara Brasileira de Jovens Escritores - Maio de 2007
ISBN: 978-85-60489-27-5
No próximo dia dez
De novembro, mês corrente,
Iremos celebrar
Fato muito transcendente

Neste dia há alguns anos
Chegava ao mundo arfante
Um bebê que se tornaria
Leguleio militante.

De fato, após algum tempo
De vida alegre e fagueira
Resolve, pensando bem,
Seguir do pai a carreira

E usando a oportunidade
Que o estudo lhe concedia,
Tornou-se estagiário
De PN & Companhia.

Agora com muitos sonhos
No futuro esperando,
Conhecimentos, já tem
E bossa vai conquistando

Mas nós que lhe conhecemos
O que lhe vai ao interior
Sabemos que a estes sonhos
Outros, sabe compor.

E como seus devaneios
Sabemos com exatidão
No painel que aqui vemos
Segue ampla descrição

Esperamos que no quadro
Não tenha faltado nenhum
Mas como em alguns corações
Se Faltou, cabe mais um.

E para que Fernando não pense
Que viemos denunciar
No outro quadro ele encontre
O que queremos expressar

Em várias línguas os votos
Em nossos corações a vontade
De que ele sinta de nós
Uma imensa amizade.
Soaroir
1979

quinta-feira, setembro 06, 2007

Matureza




imagem:azeitevinagre


Matureza
© Soaroir 06/09/07 - 12:37
p poesia on-line do RL

todo dia é especial...
que o digam minhas mãos hoje mais sensatas,
tão mais sensatas, quanto mais antigas,
ao vento doando, seus desejos e certezas
enquanto saciam fomes e escoram vigas.
sigam mãos, na matureza...
na devoção a poesia incondicional
cobrindo as faces inevitáveis da tristeza
transformando cada dia em um poema especial.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Perante a lei e a grei












imagem:google

Você fez a diferença...
(perante a lei e a grei)
© Soaroir Maria de Campos
05/09/07 11:11h (p poesia on-line do RL)


Você fez a diferença em minhas vitórias

conseguidas somente pela vingança;

com o arsenal que você me legou

reuni minhas tropas enfileiradas

e sempre em disposição de combate

resgatei a minha fortaleza.

terça-feira, setembro 04, 2007

Frases & Frases






Os livros
têm os mesmos inimigos
que o homem:
o fogo,
a umidade,
os bichos,
o tempo
e o próprio conteúdo

P. Voléry

Estou naqueles dias

Hoje é um daqueles dias !...
Perdi a minha bússula!...
Só as estrelas
me restaram como guias.

Soaroir
10/09/07

"Se se morre por amor"




Paradoxo
By: Soaroir 04/09/07 15:25
(p poesia on-line do RL "Se se morre por amor")

com falso amor convivo
pelo perdido, anelo
como traído mouro
reajo como Ot
elo.